(RV) Amplo
consenso sobre o Relatório Final do Sínodo dos Bispos sobre a Família.
Em 94 pontos a Assembleia Sinodal dos Bispos reuniu o seu mais recente
documento sobre a Família, após 2 anos de intenso debate e participação
das comunidades. Todos os pontos foram aprovados com maioria
qualificada. Em particular, os parágrafos dedicados às situações
familiares difíceis foram aprovados no limite dos dois terços dos votos
expressos.
No número 84 os padres sinodais propõem uma maior integração dos
divorciados recasados nas comunidades cristãs, sublinhando que a sua
participação pode ser ao nível dos diversos serviços eclesiais. A esta
situação específica dos casais em segunda união o número 86 do relatório
final faz referência a um percurso de acompanhamento e de discernimento
espiritual com um sacerdote. A este propósito o Padre Federico
Lombardi, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, confirma a nova
abordagem pastoral:
“São aqueles que dizem respeito às situações difíceis, a abordagem
pastoral de famílias feridas ou em situação não regular de um ponto de
vista canónico e da disciplina da Igreja. Em particular, as
convivências, os matrimónios civis, os divorciados recasados e o modo de
aproximar-se pastoralmente e estas situações. Mas, a maioria de dois
terços foi sempre atingida.”
Luz na escuridão do mundo – é assim que o Relatório Final do Sínodo
define a família, num texto que se apresenta com uma atitude positiva e
acolhedora, onde é reafirmada a doutrina da indissolubilidade
matrimonial. Contudo, para as situações de maior complexidade familiar é
recomendado o discernimentos dos Pastores e uma análise em que a
‘misericórdia’ não seja negada a ninguém.
O documento sinodal não cita expressamente o acesso à Eucaristia para
os divorciados recasados, mas recorda que esses não estão excomungados.
Quanto às pessoas homossexuais é reafirmado no Relatório que não devem
ser discriminadas, mas é declarado que a Igreja é contrária às uniões
entre pessoas do mesmo sexo.
Importante contributo deste documento sinodal para a valorização da
mulher e para a tutela das crianças. Também os idosos e as pessoas com
necessidades especiais são citados com atenção.
De evidenciar também o reforço da preparação para o matrimónio
apresentando a necessidade de uma formação adequada à afectividade,
sendo chamada a atenção para a ligação entre ato sexual e ato de
procriação, do qual os filhos são o fruto mais precioso porque
transportam em si a memória e a esperança de um ato de amor.
Realce para a educação sexual e para a promoção de uma paternidade
responsável. Neste particular, é feito um apelo às instituições para
tutelarem a vida. Aos católicos comprometidos com a política é-lhes
pedido que defendam a família e a vida. A este propósito, o Sínodo
reafirma a sacralidade da vida e chama a atenção para as ameaças à
família, tais como, o aborto e a eutanásia.
No final do Relatório Final os padres sinodais afirmam oferecer o
documento ao Santo Padre para que avalie e pondere a eventual
continuação deste caminho com um seu documento.
(RS)
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