(RV) O
Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira os membros do
Sínodo da Igreja Caldeia. Após ter agradecido Patriarca Luis Rafael I
Sako, o Papa Francisco dirigiu palavras de conforto e solidariedade
cristã aos fiéis e todos os habitantes das amadas terras do Iraque e da
Síria, neste momento particularmente delicado e de grande sofrimento.
Hoje, sublinhou o Papa, a situação nas vossas terras de origem está gravemente comprometida pelo ódio fanático do terrorismo que continua a causar hemorragia de fiéis que se afastam das terras dos seus pais, onde cresceram profundamente enraizados na tradição. Este estado de coisas está a minar a presença cristã na terra em que se fundaram as primeiras igrejas no sangue de tantos mártires, dando testemunho do evangelho, e fazendo crescer a sociedade com a sua contribuição, durante séculos de convivência pacífica com os muçulmanos – disse Francisco que, contudo, reconheceu as dificuldades do presente, marcado pela perseguição, até mesmo o martírio. E acrescentou:
“Por isso confirmo, hoje mais do que nunca, todo o apoio e a solidariedade da Sé Apostólica em favor do bem comum de toda a Igreja Caldeia. Rezo para que os cristãos não sejam forçados a abandonar o Iraque e o Médio Oriente”.
Francisco exortou ainda os pastores caldeus a trabalhar incansavelmente como construtores de unidade em todas as províncias do Iraque, promovendo o diálogo e a colaboração entre todos os actores da vida pública, contribuindo a sanar as divisões e impedindo o surgimento de outras. E lançou um premente apelo à comunidade internacional:
“A vossa visita permite-me renovar um apelo urgente à comunidade internacional para que saiba adoptar todas as estratégias válidas para promover o alcance da paz em Países terrivelmente devastados pelo ódio, para restituir o sopro vital do amor em lugares que desde sempre sempre têm sido uma encruzilhada de povos, culturas e nações. A tão desejada paz possa surgir no horizonte da história, para que os trágicos dramas deixados violência cedam o lugar a um clima de convivência recíproca”.
E o Papa recordou aos Bispos caldeus que Sínodo é "caminhar juntos", um momento propício de confronto entre as diferenças que sempre enriquecem a comunhão fraterna, tendo-os exortado a nunca esquecer que para os discípulos de Jesus, a única autoridade é a autoridade do serviço, o único poder é o poder da cruz.
Por último o Papa encorajou os membros do Sínodo a serem benévolos com os sacerdotes e os consagrados e compreensivos nas suas necessidades, para que eles sejam cada vez mais conscientes das exigências do seu ministério ao serviço dos fiéis.
E o Papa terminou com uma exortação aos bispos para continuarem o seu empenho pastoral com comunhão fraterna e espírito missionário, confiando-lhes palavras de encorajamento aos fiéis, qual carinho do Papa que aquece o coração. E, após ter confiado a Igreja Caldeia à materna protecção da Virgem Maria, a todos deu a sua bênção, penhor de esperança e consolação no Amor do Deus Misericordioso. (BS)
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