04 outubro, 2015

Famílias e crianças que fogem da guerra: Papa no Angelus




(RV) Antes da oração mariana do Angelus o Papa Francisco falou da XIV Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos agora iniciada e em que os Padres sinodais, vindos de todas as partes do mundo e juntamente com o Papa, vão reflectir durante três semanas sobre a vocação e a missão da família na Igreja e na sociedade:

“Vamos manter o nosso olhar fixo em Jesus para encontrar, com base no seu ensinamento de verdade e misericórdia, as vias mais adequadas para um empenho adequado da Igreja com as famílias e para as famílias, para que o plano original do Criador sobre o homem e a mulher se possa realizar e operar em toda a sua beleza e força no mundo de hoje”.

E recordando a liturgia deste domingo que repropõe o texto sobre a complementaridade e a reciprocidade entre homem e mulher, Francisco da unidade dos esposos que se tornam uma só carne, ou seja, uma só vida, uma só existência. Nesta unidade, explicou o Papa, os esposos transmitem a vida aos novos seres humanos e participam do poder criativo do próprio Deus. Mas atenção – advertiu Francisco - Deus é amor, e participa-se na sua obra quando se ama com Ele e como Ele.

E o Papa convidou todos a rezar para que todos os pais e educadores do mundo, bem como toda a sociedade, sejam instrumentos daquele acolhimento e amor com os quais Jesus abraça os mais pequeninos, sublinhando que Ele olha para os  seus corações com ternura e solicitude de um pai e também de uma mãe:

“Penso nas muitas crianças esfomeadas, abandonadas, exploradas, forçadas à guerra, recusadas. É doloroso ver as imagens de crianças infelizes, com o olhar perdido, fugindo da pobreza e dos conflitos, e que batem às nossas portas e aos nossos corações implorando ajuda. O Senhor nos ajude a não sermos sociedades-fortaleza, mas sociedades-família, capazes de acolher, com regras apropriadas, mas acolher, acolher sempre, com amor”.

E a todos o Santo Padre convidou a apoiar com a oração os trabalhos do Sínodo, para que o Espírito Santo torne os Padres sinodais dóceis às suas inspirações e a invocar a materna intercessão da Virgem Maria, unindo-se espiritualmente ao Santuário de Pompeia, onde se estava a recitar a "Súplica a Nossa Senhora do Rosário”.

Após o Angelus Francisco falou dos Beatos Pio Heredia e seus 17 companheiros/as, da Ordem Cisterciense da Estrita Observância e de São Bernardo, mortos pela sua fé durante a guerra civil espanhola e a perseguição religiosa dos anos trinta do século passado, e que ontem foram beatificados em Santander, na Espanha. Louvemos o Senhor, acrescentou o Papa, por estas  suas corajosas testemunhas e, por sua intercessão, peçamo-lo para que liberte o mundo do flagelo da guerra”. E rezou pelas vítimas de recentes desastres naturais nos últimos dias:

“Quero dirigir uma oração ao Senhor pelas vítimas do deslizamento de terra que varreu uma aldeia inteira em Guatemala como também pelas vítimas das enchentes que tiveram lugar em França na Costa Azul. Estejamos próximos das populações duramente atingidas, mesmo com a solidariedade concreta”.

Em seguida o Papa saudou os muitos fiéis na Praça, vindos de Roma e muitas partes da Itália e do mundo, e  particularmente saudou os fiéis da arquidiocese de Paderborn (Alemanha), os da diocese do Porto (em Portugal) e o grupo do Colégio Mekhitarista em Roma.

Neste dia de São Francisco de Assis, padroeiro da Itália, que hoje se celebra, o Papa saudou também com particular afecto os peregrinos italianos, e em particular os fiéis de Reggio Calabria, Bollate, Mozzanica, Castano Primo, Nule  e Parabita, presentes na Praça.

A todos Francisco desejou um bom domingo pedindo-lhes, por favor, para não se esquecerem de rezarem por ele, e terminou com o habitual “bom almoço e até logo!”

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