(RV) No Sínodo dos Bispos sobre a Família a
decorrer há duas semanas no Vaticano, concluída a apresentação dos
relatórios da parte dos 13 grupos de trabalho, continua-se com as
Assembleias gerais em que se está a debater sobre a terceira parte do
Instrumento de Trabalho, dedicada à “missão da família hoje”. De entre
os temas em debate o da adopção de crianças, em que se sublinhou que
isto nada tira à genetorialidade, antes pelo contrário, reforça-a, pois
que cada família que adopta, é uma família que acolhe.
Falou-se também da nulidade
matrimonial sublinhando, por um lado, a falta de fé que pode ser causa
de nulidade, e por outro a necessidade duma adequada preparação para o
sacramento matrimonial. Se se quer evitar divórcios é melhor preparar
uma pastoral capaz de acompanhar os jovens ao matrimónio e de os seguir
mesmo depois do matrimónio.
A fragilidade familiar foi outro tema
enfrentado, tendo-se acentuado sobretudo aquelas fragilidades de que se
é vítima e não escolhidas voluntariamente. Neste sentido frisou-se a
necessidade de não falar só de doutrina, mas de acompanhar as famílias
fragilizadas em direcção ao futuro, sem julgar severamente o que
aconteceu no passado. Em suma, é preciso o olhar do Bom Samaritano que
vê, acolhe, cura e integra, procedendo não por imposição, mas por
atenção, ou seja através do testemunho humilde, simples, de oração.
Porque no fundo – sublinhou-se – a perspectiva da ternura, pode ser a
solução para tantas situações angustiantes.
Daí o convite também a uma adequada
formação do clero, a fim de que saiba acompanhar as famílias de forma
responsável, através de uma espiritualidade profunda, de atenção para
com todos sem, todavia, pôr em questão os sacramentos.
Foi também sublinhada a urgência da
proximidade da Igreja em relação aos divorciados recasados, em relação
aos quais se auspicia não um acolhimento generalizado, mas um
acompanhamento que seja capaz de acolher no concreto a diversidade das
diferentes situações, tendo como horizonte a sua integração eclesial
que, no entanto, não passa apenas pela sua aproximação à Eucaristia.
Enfrentado também o tema da
convivência e do matrimónio civil, que estão em crescimento, embora o
desejo de formar família esteja sempre no coração das pessoas. Neste
âmbito foram postas em realce as dificuldades dos migrantes e refugiados
que não conseguem formar família devido a impedimentos legais e
burocráticos. Daí o convite a encontrar soluções para isso para que não
se afastem da Igreja, caindo nas malhas das seitas.
No que toca a países que estão a
legiferar sobre matrimónios homossexuais foi enfatizado o direito das
crianças a ter um pai e uma mãe. Mas não se deixou de pôr em evidencia a
necessidade de planos pastorais que incluam também pessoas
homossexuais.
Por fim foi tomado em consideração o
tema da tutela da vida, desde a concepção até à morte natural, e ainda a
necessidade de proteger a mulher a fim de que não seja vítima de
violência e de preconceitos.
(DA)
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