(RV) O Director da
Sala de Imprensa da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, abriu a
conferência de imprensa desta sexta-feira (09/10), que contou com a
participação do Arcebispo de Manila, Filipinas, Cardeal Luis Antonio
Tagle, do Presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Dom
Joseph Edward Kurtz, e do Arcebispo de Madrid, Espanha, Dom Carlos Osoro
Sierra.
Antes de passar a palavra aos três participantes do Sínodo sobre a
Família, o jesuíta recordou que cada padre sinodal é livre de tornar
público o conteúdo do seu pronunciamento, mas não pode revelar os
pronunciamentos ou sínteses de discursos de outros participantes do
Sínodo.
A propósito da comissão para a elaboração do Relatório final, nomeada
pelo Papa e não pela assembleia, Pe. Lombardi disse que no ano passado o
Santo Padre nomeou uma comissão análoga da qual muitos membros são os
mesmos este ano, com a finalidade de ajudar o relator, o secretário
especial e o secretário-geral na integração de várias contribuições.
“Deveis pensar que as contribuições são centenas. O trabalho de
integrá-las coerentemente num Relatório final é muito complexo”, disse o
Director da Sala de Imprensa da Santa Sé.
Por isso, o Papa nomeou no ano passado seis pessoas, além das três já
automaticamente presentes: o relator, o secretário especial e o
secretário-geral. No ano passado, eram nove pessoas. Este ano, são dez,
mas a ideia é mais ou menos a mesma. Isso em relação à comissão”, disse
Pe. Lombardi.
Sobre quando os padres sinodais podem fazer suas observações para o
Relatório final, o jesuíta disse que ainda tem tempo e os padres
sinodais podem e são convidados, se desejam, a fazer suas observações no
esboço final. Isso será feito na última semana do Sínodo.
Depois, tomou a palavra o Arcebispo de Manila, Cardeal Luis Antonio
Tagle. Ele disse que do Sínodo não se deve esperar uma mudança da
doutrina. “A perspectiva da assembleia sinodal é a de ver, partindo da
doutrina, como se pode curar e apoiar a família, sobretudo se dilacerada
por sofrimentos e guerras. Não é dado por certo que ao término do
sínodo será publicado um documento final. No centro dos trabalhos
sinodais não estão somente os desafios e as dificuldades encontradas
pelas famílias”, disse o cardeal filipino que acrescentou:
“Todos os grupos disseram: celebremos também a beleza da família, o compromisso de muita gente para preservar as famílias.”
O presidente da Conferência Episcopal dos Estados Unidos, Dom Joseph
Edward Kurtz, sublinhou que, não obstante os contextos e experiências
diferentes, as famílias estão unidas por traços distintos, sobretudo se o
seu percurso é iluminado pela fé e pelo Evangelho:
“Tive o privilégio, hoje, de ser o primeiro relator e portanto,
depois de ter falado, pude também ouvir para verificar se existem
elementos em comum: alguns elementos em comum existem. Concordo com o
Cardeal Tagle quando disse que os desafios que dizem respeito às
famílias, dos quais falamos no ano passado, não diminuem”.
Por sua vez, o Arcebispo de Madrid, Dom Carlos Osoro Sierra, frisou
que “a ideologia do género está a chegar em todo o lado: se organizam
certas leis, se organiza a economia...”. “Uma das intenções do Sínodo”,
disse ele, “é mostrar, da melhor maneira, a beleza da família”:
“Acredito que o que está sendo feito, e a maneira de fazê-lo, tão
boa, seja uma escola de belas artes. Está sendo buscada a melhor
pintura, os melhores pincéis para mostrar o rosto daquela que é a
estrutura original da vida: a família”. (BS/MJ)
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