(RV) Os trabalhos sinodais tiveram início esta segunda-feira (05/10) com a primeira Congregação Geral. Depois
da hora média e a saudação do Presidente-delegado, Card. Vingt-Trois,
os Padres Sinodais ouviram o discurso do Santo Padre.
“A Igreja retoma hoje o diálogo iniciado com a proclamação do Sínodo
Extraordinário sobre a família e certamente também muito antes, para
avaliar e reflectir juntos sobre o texto do Instrumento de Trabalho
elaborado pela Relatio Synodi e pelas respostas das Conferências
Episcopais e dos organismos autorizados”, afirmou.
Francisco recordou que o Sínodo não é um congresso ou um parlatório,
não é um parlamento nem um senado. Mas é um caminhar juntos, com o
espírito de colegialidade e de sinodalidade, adoptando corajosamente a
parresia, o zelo pastoral e doutrinal, a sabedoria, a franqueza e
colocando sempre diante dos olhos o bem da Igreja, das famílias.
“O Sínodo é uma expressão eclesial, isto é, a Igreja que caminha
unida para ler a realidade com os olhos da fé e com o coração de Deus. O
Sínodo se move necessariamente no seio da Igreja e dentro do santo povo
de Deus, do qual nós fazemos parte na qualidade de pastores, ou seja,
de servidores. Além disso, o Sínodo é um espaço protegido onde a Igreja
experimenta a acção do Espírito Santo. No Sínodo, o Espírito fala
através da língua de todas as pessoas que se deixam guiar pelo Deus que
sempre surpreende, pelo Deus que revela aos pequeninos aquilo que
esconde aos sábios e aos inteligentes; pelo Deus que criou a lei e o
sábado para o homem e não vice-versa; pelo Deus que deixa as 99 ovelhas
para procurar a única ovelha perdida; pelo Deus que é sempre maior do
que as nossas lógicas e os nossos cálculos.”
Todavia, advertiu o Papa, o Sínodo só poderá ser um espaço da acção
do Espírito Santo se os participantes se revestirem de coragem
apostólica, de humildade evangélica e de oração confiante:
“A coragem apostólica que não se deixa intimidar nem diante das
seduções do mundo, que tendem a apagar do coração dos homens a luz da
verdade, substituindo-a com pequenas e temporárias luzes; a humildade
evangélica que sabe esvaziar-se das próprias convicções e preconceitos
para ouvir os nossos irmãos; humildade que leva a apontar o dedo não
contra os outros para julgá-los, mas para estender a mão, para erguê-los
sem jamais se sentir superiores a eles”.
Sem ouvir Deus, concluiu o Papa, “todas as nossas palavras serão
somente palavras que não saciam nem servem. Sem deixar-se guiar pelo
Espírito, todas as nossas decisões serão somente decorações que, em vez
de exaltar o Evangelho, o cobrem e o escondem”.
Por fim, o Pontífice agradeceu a todos que trabalham e trabalharam
para a realização do Sínodo, pedindo a intercessão da Sagrada Família
para os trabalhos sinodais.
(BS/BF)
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