(RV) Quarta-feira, 7 de outubro, enquanto os
padres sinodais continuavam mais um dia de trabalho em mais uma sessão
do Sínodo sobre a Família, na audiência geral da Praça de S. Pedro o
Papa Francisco, na sua catequese, falou sobre o ‘espírito familiar’.
Mais de 30 mil pessoas ouviram as suas palavras.
O Santo Padre começou por afirmar que “a família que percorre o
caminho do Senhor é um testemunho fundamental do amor de Deus e,
consequentemente, merece toda a dedicação da Igreja”. Neste sentido, a
Assembleia Sinodal iniciada no último domingo, 4 de outubro, deve
interpretar com o olhar de hoje a solicitude e a atenção da Igreja.
Para o Papa Francisco, “os homens e as mulheres de hoje necessitam de
uma ‘injeção de espírito familiar’. O estilo dos relacionamentos atuais
– civis, económicos, jurídicos, profissionais e de cidadania – é
racional, formal, organizado... em poucas palavras ‘desidratado’, árido,
anónimo. Às vezes, estas relações tornam-se insuportáveis porque
relegam à solidão e ao ‘descarte’ um número sempre maior de pessoas” –
afirmou o Papa Francisco:
“Eis porque a família abre à sociedade inteira uma perspetiva bem mais humana: abre os olhos dos filhos sobre a vida….”
“…A família introduz a necessidade das ligações de fidelidade,
sinceridade, cooperação, respeito; encoraja a proteger um mundo
habitável e a crer nas relações de confiança, mesmo em condições
difíceis; ensina a honrar a palavra dada, o respeito pelas pessoas, a
partilha dos limites pessoais e dos outros.”
No entanto, não è dado à família o reconhecimento devido na
organização política e económica da sociedade contemporânea – declarou o
Santo Padre que afirmou que o “espírito familiar é uma carta
constitucional para a Igreja” que “assim, deve parecer e ser”.
Segundo o Santo Padre, as famílias sabem bem o que significa
a”dignidade do sentir-se filhos e não escravos”. E é das famílias que
“Jesus recomeça a sua passagem por entre os seres humanos para
persuadi-los de que Deus não os esqueceu”.
No final da audiência o Papa Francisco pediu orações “pelos Padres
Sinodais, para que, iluminados pelo Espírito Santo, possam dar à Igreja,
como família de Deus, um novo impulso para lançar as suas redes que
libertam os homens da indiferença e do abandono, promovendo o espírito
familiar no mundo”. De destacar também as saudações a um grupo de
refugiados iraquianos e a D. Vincenzo Paglia, Presidente do Conselho
Pontifício para a Família pela organização do VIII Encontro Mundial de
Famílias, realizado em Filadélfia há duas semanas atrás. Em particular,
salientamos a cordialidade do Santo Padre na saudação a um grupo de
anglicanos, incluindo uma dezena de pastoras e bispas da Comunhão
Anglicana, presentes na Praça.
Como habitualmente o Santo Padre saudou também os peregrinos de língua portuguesa:
“Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, particularmente os fiéis
da paróquia da Graça. Unidos na oração pelo Sínodo dos Bispos, faço
votos de que a vossa peregrinação a Roma fortaleça, no amor divino, os
vínculos de cada um com a sua família, com a comunidade eclesial e com a
sociedade. Que Nossa Senhora vos acompanhe e proteja!”
O Papa Francisco a todos deu a sua benção!
(RS)
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