(RV) O Papa celebrou a Missa matutina na capela da
Casa Santa Marta nesta quinta-feira, (13/10). Na sua homilia, Francisco
traçou o perfil do bom cristão que deve sempre sentir em si a bênção do
Senhor e caminhar adiante fazendo o bem.
“O cristão é abençoado pelo Pai, por Deus. É uma pessoa escolhida”,
disse o Pontífice detendo-se nos traços desta bênção, partindo da Carta
de São Paulo aos Efésios.
“Deus nos chamou um por um, não como uma multidão oceânica. Fomos escolhidos, esperados por Deus”, disse Francisco.
“Pensemos num casal quando espera um filho. Como será? Como será o
seu sorriso? Como falará? Ouso dizer que também nós, cada um de nós, foi
sonhado pelo Pai, como um pai e uma mãe sonham o filho que esperam.
Isso nos dá uma segurança grande. O Pai quis cada um de nós, e não uma
massa de gente, não! Cada um de nós. Este é o fundamento, é a base da
nossa relação com Deus. Falamos com um Pai que nos quer bem, que nos
escolheu, que nos deu um nome.”
“Entende-se quando um cristão não se sente escolhido pelo Pai. Quando
sente que pertence a uma comunidade é como um torcedor de futebol. O
torcedor escolhe a equipa e pertence àquela equipa”, disse o Pontífice.
“O cristão é um escolhido, é uma pessoa sonhada por Deus. Quando
vivemos assim, sentimos no coração uma grande consolação, não nos
sentimos abandonados, não nos é dito: arranja-te como puderes”, frisou.
O segundo traço da bênção do cristão é o sentir-se perdoado. “Um
homem ou uma mulher que não se sente perdoado, não é plenamente
cristão.”
“Todos nós fomos perdoados com o preço do sangue de Cristo. Mas do
que eu fui perdoado? Lembre-se das coisas feias que fez, não as que fez o
seu amigo, o seu vizinho, a sua vizinha: mas o que você fez. O que eu
fiz de mal na vida? O Senhor perdoou estas coisas. Sou abençoado, sou
cristão. O primeiro traço: sou escolhido, sonhado por Deus, com um nome
que Deus me deu, amado por Deus. O segundo: sou perdoado por Deus.”
O Papa falou então sobre a terceira característica do cristão. "É um
homem e uma mulher rumo à plenitude, ao encontro com Cristo que nos
redimiu”.
“Não se pode entender um cristão parado. O cristão sempre deve ir
adiante, deve caminhar. O cristão parado é aquele homem que recebeu um
talento e por causa do medo da vida, medo de perdê-lo, medo do patrão,
medo ou comodismo, o enterrou e deixou o talento ali, e ele fica
tranquilo e passa a vida sem caminhar. O cristão é um homem a caminho,
uma mulher a caminho, que sempre faz o bem, procura fazer o bem, caminha
adiante.”
“Esta é a identidade cristã. Abençoados, porque escolhidos, perdoados
e a caminho”. Nós não somos anónimos, não somos soberbos a ponto de não
precisar do perdão. Não somos pessoas paradas”, disse o Papa.
“Que o Senhor nos acompanhe com esta graça da bênção que nos deu, a bênção da nossa identidade cristã”, concluiu.
(BS/MJ)
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