(RV) Quarta-feira,
26 de outubro: audiência geral na Praça de S. Pedro com o Papa
Francisco que propôs uma catequese sobre duas obras de misericórdia
corporais: acolher o estrangeiro e vestir os nus:
“Hoje damos atenção a esta palavra de Jesus: «Era estrangeiro e
acolheste-me, nu e vestiste-me» (Mt 25,35-36). Hoje em dia é muito atual
a obra de acolher os estrangeiros. A crise económica e as mudanças
climáticas empurram tantas pessoas a emigrar.”
O Santo Padre salientou que, de facto, ao longo dos séculos, foram
muitas as expressões de solidariedade para com os migrantes. Este não é
um fenómeno recente, pois a história da humanidade é uma história de
migração. Até mesmo Jesus teve que emigrar com a sua família para o
Egito durante a perseguição de Herodes – recordou o Papa:
“A própria Santa Família – Maria, José e o pequeno Jesus – foi
obrigada a emigrar para fugir à ameaça de Herodes: «José levantou-se, na
noite, pegou no menino e sua mãe e refugiou-se no Egito, onde ficou até
à morte de Herodes» (Mt 2,14-15).”
Num mundo onde a crise económica, conflitos armados e mudanças
climáticas obrigam muitas pessoas a abandonarem a sua pátria – continuou
Francisco – acolher o estrangeiro apresenta-se como uma obra de
misericórdia muito atual. Uma ajuda que deve ser promovida por todos sem
exceção – observou o Santo Padre:
“É um compromisso que envolve todos, ninguém excluído. As dioceses,
as paróquias, os institutos de vida consagrada, as associações e os
movimentos, como cada um dos cristãos, somos todos chamados a acolher os
irmãos e as irmãs que fogem da guerra, d fome, da violência das
condições desumanas. Todos juntos somos uma grande força de apoio para
os que perderam pátria, família, trabalho e dignidade.”
É preciso também vestir aquele que está nu, ou seja, restituir a
dignidade a quem é vítima de todo o tipo de exploração ou discriminação –
sublinhou Francisco recordando as mulheres e as crianças vítimas de
tráfico humano e também as pessoas que não têm “um trabalho, uma casa,
um salário justo” ou aquelas que são discriminadas pela raça ou pela fé:
todas estas são formas de nudez – sublinhou o Papa.
O Santo Padre no final da sua catequese declarou que o Senhor
chama-nos a não nos fecharmos na indiferença, mas a abrirmo-nos aos
outros, num compromisso comunitário e pessoal, que torna a nossa fé
fecunda, gerando paz e preservando a dignidade das pessoas.
Nas saudações o Papa dirigiu-se também aos peregrinos de língua
portuguesa presentes na praça, nomeadamente, aos fiéis de várias
paróquias do Brasil e de Portugal e pediu-lhes para serem “solidários
com os mais necessitados, lembrando que, quando os acolhemos, tocamos na
carne sofredora de Cristo.”
O Papa Francisco a todos deu a sua benção!
(RS)
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