(RV) Após a
visita à Geórgia nos dias 30 de setembro e 1 de outubro, o Papa
Francisco dedica todo este domingo dia 2 ao Azerbaijão no âmbito desta
sua 16ª Viagem Apostólica internacional. Uma visita de caráter
essencialmente de diálogo inter-religioso.
A realidade católica no país é pequena: os católicos são 560, existe
uma só paróquia, 7 sacerdotes religiosos, 10 religiosos, 5 religiosas, 1
seminarista, 1 Instituto de educação e 1 de beneficência. Foram 14 os
batizados no último ano. A pequena comunidade dos salesianos, que
representa todo o clero do país, é formada por 6 sacerdotes, 3 Irmãos e
um jovem azero em formação para tornar-se diácono.
94,8% da população de 9,5 milhões de habitantes é de religião
muçulmana. Os cristãos representam 3,5% da população, sendo a maioria
ortodoxa. Os católicos no país são cerca de 0,01% da população.
O Papa João Paulo II já havia realizado uma breve viagem apostólica à
cidade de Baku entre 22 e 23 de maio de 2002. O centro histórico da
cidade está dentro de uma antiga fortaleza, sendo declarado Património
da Humanidade pela Unesco no ano 2000.
O Papa Francisco celebrou Missa na Igreja da Imaculada Conceição em
Baku, Azerbaijão, neste dia 2 de outubro, XXVII domingo do Tempo Comum.
Na sua homilia o Santo Padre salientou dois aspetos essenciais da vida
cristã: fé e serviço:
“Hoje a Palavra de Deus apresenta-nos dois aspetos essenciais da vida cristã: a fé e o serviço.”
E a fé e o serviço estão intimamente ligados não se podem separar,
tal como um dos característicos tapetes do Azerbaijão, tal como explicou
o Papa:
“Fé e serviço não se podem separar; antes, pelo contrário, estão
intimamente ligados, atados entre si. Para explicar isto, gostaria de
usar uma imagem que vos é muito familiar: a de um lindo tapete. Os
vossos tapetes são verdadeiras obras de arte e provêm duma tradição
muito antiga. Também a vida cristã de cada um vem de longe, é um dom que
recebemos na Igreja e que provém do coração de Deus, nosso Pai, que
deseja fazer de cada um de nós uma obra-prima da criação e da história.
Cada tapete, como bem sabeis, deve ser tecido segundo a teia e a
tecedura; só com esta estrutura é que o conjunto resulta bem composto e
harmonioso. O mesmo se passa com a vida cristã: tem de ser pacientemente
tecida cada dia, entrelaçando entre si uma teia e uma tecedura bem
definida: a teia da fé e a tecedura do serviço.”
O Santo Padre sublinhou na sua homilia que “não somos chamados a
servir apenas para ter uma recompensa, mas para imitar Deus, que Se fez
servo por nosso amor”. Ao mesmo tempo, também não somos chamados a
servir apenas “de vez em quando, mas a viver servindo. Então o serviço é
um estilo de vida; mais ainda, resume em si todo o estilo cristão de
vida: servir a Deus na adoração e na oração; estar abertos e
disponíveis; amar concretamente o próximo; trabalhar com ardor pelo bem
comum” – afirmou o Papa Francisco.
No entanto, existem “também as tentações, que afastam do estilo de
serviço e acabam por tornar a vida inútil” – declarou o Santo Padre. Um
“coração tíbio” fechado numa “vida preguiçosa”,” pouco a pouco acaba por
se contentar com uma vida medíocre”. Uma outra tentação é aquela de
“pensar como donos” quando o serviço “torna-se um meio e não um fim,
porque o fim passou a ser o prestígio; depois, vem o poder, o desejo de
ser grande”. “Permanecei sempre unidos, vivendo humildemente em caridade
e alegria; o Senhor, que cria a harmonia nas diferenças, vos guardará” –
afirmou o Papa.
No final da sua homilia em Baku Francisco citou Santa Teresa de
Calcutá dizendo: «O fruto da fé é o amor. O fruto do amor é o serviço. O
fruto do serviço é a paz».
(RS)
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