(RV) Na
manhã deste sábado (22/10), o Papa Francisco realizou na Praça de São
Pedro mais uma audiência jubilar, no contexto do Ano Santo da
Misericórdia, desta vez centrada na misericórdia e o diálogo.
Partindo do encontro de Jesus com a mulher samaritana, narrado no
cap. 4 de João, Francisco ressaltou um aspecto particular da
misericórdia, que é precisamente o diálogo.
O diálogo permite às pessoas de se conhecerem e de compreenderem as
exigências de cada um, disse o Papa, sublinhando que ele é, sinal de
grande respeito, pois coloca as pessoas em atitude de escuta e em
condições de se abrir aos melhores aspectos do interlocutor:
“[ … ] o diálogo é uma expressão de caridade, porque, embora sem
ignorar as diferenças, pode ajudar a encontrar e partilhar o bem comum
e, além disso, o diálogo convida-nos a colocar-nos perante o outro
vendo-o como um dom de Deus, que nos interpela e nos pede para ser
reconhecido”.
Muitas vezes – observou ainda Francisco - nós não encontramos os
irmãos, apesar de vivermos ao lado deles, sobretudo quando fazemos
prevalecer a nossa posição sobre a do outro, não dialogamos quando não
escutamos bastante ou tendemos a interromper o outro para demonstrar que
temos razão.
E o Papa falou em seguida da importância do diálogo para humanizar as
relações entre as pessoas e ajudá-las a superar incompreensões: nas
famílias entre marido e mulher e entre pais e filhos, mas também entre
professores e alunos ou entre gestores e os trabalhadores, para
descobrir as melhores exigências do trabalho”.
E sobre a importância do diálogo na Igreja Francisco sublinhou:
“De diálogo também vive a Igreja com os homens e mulheres de todos os
tempos, para compreender as necessidades que estão no coração de cada
pessoa e para contribuir na realização do bem comum. Pensemos no grande
dom da criação e a responsabilidade que todos temos de proteger a nossa
casa comum: o diálogo sobre uma questão assim tão central é uma
exigência incontornável. Pensemos no diálogo entre as religiões, para
descobrir a verdade profunda da sua missão entre os homens, e para
contribuir na construção da paz e de uma rede de respeito e
fraternidade”
O Papa terminou enfatizando que o diálogo pode abater os muros das
divisões e incompreensões; construir pontes de comunicação e não permite
que alguém se isole, fechando-se no seu pequeno mundo. Como Jesus,
também nós, através do diálogo, façamos crescer os sinais da
misericórdia de Deus fazendo deles um instrumento de acolhimento e
respeito – concluiu Francisco.
Aos fiéis de língua portuguesa presentes na Praça de São Pedro o Papa dirigiu a seguinte saudação:
“Dirijo uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, com
menção particular do grupo de Póvoa de Varzim. Recordemos que a Virgem
Maria nos ensina a escutar no silêncio e a meditar todas as coisas no
coração, de tal modo que se possa ir ao encontro das necessidades do
próximo. Possa o seu exemplo nos ajudar a servir sempre mais os nossos
irmãos e irmãs. Que Deus vos abençoe a vós e a vossos entes queridos!”
E depois da oração do Pai-Nosso o Papa a todos deu a sua bênção.
Sem comentários:
Enviar um comentário