(RV) Cidade
do Vaticano – Visita a surpresa do Papa Francisco aos seus irmãos
jesuítas na manhã desta segunda-feira (24/10). Às 9h, de Roma, o Papa
foi à Cúria Geral da Companhia de Jesus e participou da 36ª Congregação
Geral e da oração com os 215 delegados provenientes de todo o mundo. O
Pontífice foi acolhido pelo novo Superior Geral, o venezuelano Padre
Arturo Sosa Abascal.
“Buscar a alegria não pode ser confundido com buscar ‘um efeito
especial’: é ‘sair rumo às periferias’”, disse o Papa aos jesuítas, num
discurso pronunciado em língua espanhola, recordando também que “é dever
específico da Companhia consolar o povo fiel e ajudar com o
discernimento, a fim de que os inimigos da natureza humana não nos
roubem a alegria: a alegria de evangelizar, a alegria da família, da
Igreja, a alegria da Criação”.
“Não se pode dar uma boa notícia com a cara triste”, advertiu,
acrescentando que “a alegria não é um algo ‘a mais’ decorativo, mas sim,
um ‘índice da graça’, que indica que o amor é atractivo, operante,
presente”.
O Papa exortou, sobretudo neste ano do Jubileu da Misericórdia que
está prestes a terminar, a “deixar-se comover pelo Senhor crucificado
presente em ‘tantos irmãos que sofrem’ e que são ‘a grande maioria da
humanidade’”.
“A misericórdia não é uma palavra abstracta, mas um estilo de vida
que antepõe à palavra, os gestos concretos que tocam a carne do próximo e
se institucionalizam em obras de misericórdia”.
Portanto, “a alegria do anúncio explícito do Evangelho – mediante a
pregação da fé e a prática da justiça e da misericórdia é o que leva a
Companhia a sair para as periferias”.
Mas – advertiu Francisco - é preciso fazer tudo isso sem perder a paz
e com muita alegria. Considerando os pecados que vemos, seja em nós
como pessoas, como nas estruturas que criamos, carregar a Cruz implica
experimentar a pobreza e as humilhações.
“Os jesuítas – concluiu dizendo Francisco – não caminham nem sozinhos
nem na comodidade, mas num percurso junto com todo o povo de Deus,
tentando sempre ajudar alguém. Só assim, a Companhia pode ter o rosto, o
acento e o modo de ser de todos os povos e de cada cultura”.
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