(RV) "Reconhecemos
 que entre nós é muito mais o que nos une que aquilo que nos separa" – 
disse o Papa durante o Evento Ecuménico na Arena de Malmö, na Suécia. 
Presentes no encontro representantes e delegados das confissões cristãs.
 O discurso do Papa, precedido por quatro testemunhos, tocou temas de 
grande actualidade: do ambiente ao drama dos refugiados e Países em 
guerra.
Depois da oração Ecuménica na Catedral Luterana de Lund o Papa 
Francisco participou de um Evento Ecuménico na Malmö Arena juntamente 
com os representantes e delegados de outras confissões cristãs, em 
comemoração dos 500 anos da Reforma. No seu discurso, Francisco 
ressaltou que a unidade entre os cristãos é uma prioridade e o caminho 
empreendido para alcança-la já é um grande dom que Deus nos concede.
O Papa falou em seguida do diálogo entre luteranos e católicos que 
permitiu aprofundar a compreensão mútua, gerar confiança recíproca e 
confirmar o desejo de caminhar para a plena comunhão, sendo a 
colaboração entre organizações da FLM e da Igreja Católica um dos frutos
 deste diálogo:
“Hoje, graças a este novo clima de compreensão, Caritas 
Internationalis e Lutheran World Federation World Service assinarão uma 
declaração comum de acordos que visam desenvolver e consolidar uma 
cultura de colaboração para a promoção da dignidade humana e da justiça 
social. Saúdo cordialmente os membros de ambas as organizações que, num 
mundo dividido por guerras e conflitos, foram e são um exemplo luminoso 
de dedicação e serviço ao próximo”.
O Papa respondeu em seguida a 4 testemunhos apresentados durante o 
evento: o de Pranita Biswasi (India); do Mons. Héctor Gaviria (Director 
da Caritas, Colombia); de Marguerite Barankitse (Burundi) e de Rose 
Lokonyen, jovem do Grupo Olímpico de Refugiados, testemunhos – reiterou o
 Papa - de gente que, no meio de tantos desafios, dedicam a vida a 
construir um mundo cada vez mais conforme aos desígnios de Deus.
A Pranita que se referiu à criação, o Papa disse que partilhava a sua
 consternação pelos abusos que danificam o nosso planeta, a nossa casa 
comum, com graves consequências também sobre o clima, abusos cujos 
impactos recaem frequentemente sobre as pessoas mais vulneráveis e com 
menos recursos, que se veem forçadas a emigrar:
“Todos somos responsáveis pela salvaguarda da criação, e de modo 
particular nós cristãos. O nosso estilo de vida, os nossos 
comportamentos devem ser coerentes com a nossa fé. Somos chamados a 
cultivar uma harmonia com nós mesmos e com os outros, mas também com 
Deus e com a obra das suas mãos”.
Mons. Héctor Fabio informou sobre o trabalho conjunto que católicos e
 luteranos realizam na Colômbia, uma boa notícia (disse Francisco) saber
 que os cristãos se unem para dar vida a processos comunitários e 
sociais de interesse comum. Marguerite chamou a atenção para o trabalho 
em prol das crianças vítimas de tantas atrocidades e para o compromisso a
 favor da paz.
Por último Rose, jovem menina do Sudão do Sul, ofereceu um testemunho
 verdadeiramente comovente, e soube servir-se do desporto para animar 
outras meninas a regressar à escola, observou Francisco que concluiu 
agradecendo a todos os governos que prestam assistência aos refugiados, 
aos deslocados e àqueles que pedem asilo, ressaltando que ‘para nós, 
cristãos, é uma prioridade sair ao encontro dos descartados e 
marginalizados do nosso mundo, tornando palpável a ternura e o amor 
misericordioso de Deus, que não descarta ninguém, mas acolhe a todos’.
A terminar o Papa falou de Alepo, “cidade exausta pela guerra, e onde
 se desprezam e espezinham até mesmo os direitos mais fundamentais”. E 
invocou a graça da conversão dos corações dos que têm a responsabilidade
 dos destinos daquela região, exortando todos à coragem e perseverança 
nas adversidades:
“Queridos irmãos e irmãs, não nos deixemos abater pelas adversidades.
 Que estas histórias nos estimulem e dêem novo impulso para trabalharmos
 cada vez mais unidos. Quando voltarmos às nossas casas, levemos o 
compromisso de realizar cada dia um gesto de paz e reconciliação para 
sermos testemunhas corajosas e fiéis de esperança cristã”. (BS)


