06 outubro, 2019

No Angelus, o Papa pede que o Sínodo seja acompanhado com orações

 
 
"Peço-vos que acompanhem com a oração este importante evento eclesial, a fim de que seja vivido na comunhão fraterna e na docilidade ao Espírito Santo, que sempre mostra os caminhos para o testemunho do Evangelho", disse o Papa Francisco na oração mariana do Angelus rezada com os fiéis peregrinos reunidos na Praça São Pedro neste XXVII Domingo do Tempo Comum
 
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

No Angelus, ao meio-dia deste domingo (06/10), o Papa Francisco convidou os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro para a oração mariana – bem como todos nós – a acompanhar com as orações a Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazónica, aberta pouco antes na missa celebrada na Basílica de São Pedro.

“Durante três semanas os Padres sinodais, reunidos em torno do Sucessor de Pedro, refletirão sobre a missão da Igreja na Amazónia, sobre a evangelização e sobre a promoção de uma ecologia integral. Peço-vos que acompanhem com a oração este importante evento eclesial, a fim de que seja vivido na comunhão fraterna e na docilidade ao Espírito Santo, que sempre mostra os caminhos para o testemunho do Evangelho.”

Na alocução que precedeu a oração mariana, Francisco deteve-se no Evangelho deste XXVII Domingo do Tempo Comum (Lc 17,5-10), cuja página evangélica apresenta o tema da fé: “Aumentai a nossa fé!” “Uma bonita oração que devemos fazer muito durante o dia. Senhor, aumentai a minha fé!” – disse o Santo Padre. 

Fé que não é soberba e segura de si

Jesus responde a este pedido dos apóstolos com as seguintes palavras: “Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘arranca e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.

“A fé comparável a um grão de mostarda é uma fé que não é soberba e segura de si, não finge ser um grande crente e muitas vezes acaba a fazer bobagem, não!”, observou o Pontífice. “É uma fé que na sua humildade sente uma grande necessidade de Deus e na sua pequenez se abandona a Ele com plena confiança.

“É a fé que nos dá a capacidade de olhar com esperança as vicissitudes alternas da vida, que nos ajuda a aceitar também as derrotas, os sofrimentos, conscientes de que o mal jamais terá a última palavra.” 

A medida da fé: o serviço

Como podemos entender se temos realmente fé, ou seja, se a nossa fé, mesmo minúscula é genuína, pura, sincera? – perguntou o Papa acrescentando:

“Jesus explica-nos indicando qual é a medida da fé: o serviço. E o faz com uma parábola que no primeiro impacto resulta de certo modo desconcertante, porque apresenta a figura de um proprietário prepotente e indiferente. Mas propriamente esse modo de fazer do proprietário ressalta aquilo que é o verdadeiro centro da parábola, ou seja,  a atitude de disponibilidade do servo. Jesus quer dizer que assim é o homem de fé diante de Deus: coloca-se completamente à sua vontade, sem cálculos ou pretensões.” 

Servos inúteis, humildade que faz muito bem à Igreja

Francisco destacou o que Jesus ensina nesta passagem evangélica: “Somos servos inúteis, fizemos apenas o que devíamos fazer”.
“Servos inúteis, isto é, sem pretensões de ser agradecidos, sem reivindicações.”
“’Somos servos inúteis’ é uma expressão de humildade, disponibilidade que faz muito bem à Igreja e evoca a atitude justa para trabalhar nela: o serviço humilde, do qual Jesus deu exemplo, lavando os pés dos discípulos.”

Que a Virgem Maria, mulher de fé, nos ajude a seguir neste caminho, disse por fim o Papa Francisco, voltando o seu olhar para a Virgem Mãe, na vigília da festa de Nossa Senhora do Rosário.


VN

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