"Peço-vos que
acompanhem com a oração este importante evento eclesial, a fim de que
seja vivido na comunhão fraterna e na docilidade ao Espírito Santo, que
sempre mostra os caminhos para o testemunho do Evangelho", disse o Papa
Francisco na oração mariana do Angelus rezada com os fiéis peregrinos
reunidos na Praça São Pedro neste XXVII Domingo do Tempo Comum
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano
No Angelus, ao meio-dia deste domingo (06/10), o Papa Francisco
convidou os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro para a oração
mariana – bem como todos nós – a acompanhar com as orações a Assembleia
Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazónica, aberta pouco
antes na missa celebrada na Basílica de São Pedro.
“Durante três semanas os Padres sinodais, reunidos em torno do
Sucessor de Pedro, refletirão sobre a missão da Igreja na Amazónia,
sobre a evangelização e sobre a promoção de uma ecologia integral. Peço-vos que acompanhem com a oração este importante evento eclesial, a
fim de que seja vivido na comunhão fraterna e na docilidade ao Espírito
Santo, que sempre mostra os caminhos para o testemunho do Evangelho.”
Na alocução que precedeu a oração mariana, Francisco deteve-se no
Evangelho deste XXVII Domingo do Tempo Comum (Lc 17,5-10), cuja página
evangélica apresenta o tema da fé: “Aumentai a nossa fé!” “Uma bonita
oração que devemos fazer muito durante o dia. Senhor, aumentai a minha
fé!” – disse o Santo Padre.
Fé que não é soberba e segura de si
Jesus responde a este pedido dos apóstolos com as seguintes palavras:
“Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira:
‘arranca e planta-te no mar’, e ela vos obedeceria”.
“A fé comparável a um grão de mostarda é uma fé que não é soberba e
segura de si, não finge ser um grande crente e muitas vezes acaba a fazer bobagem, não!”, observou o Pontífice. “É uma fé que na sua
humildade sente uma grande necessidade de Deus e na sua pequenez se
abandona a Ele com plena confiança.
“É a fé que nos dá a capacidade de olhar com esperança as
vicissitudes alternas da vida, que nos ajuda a aceitar também as
derrotas, os sofrimentos, conscientes de que o mal jamais terá a última
palavra.”
A medida da fé: o serviço
Como podemos entender se temos realmente fé, ou seja, se a nossa fé,
mesmo minúscula é genuína, pura, sincera? – perguntou o Papa
acrescentando:
“Jesus explica-nos indicando qual é a medida da fé: o serviço. E o
faz com uma parábola que no primeiro impacto resulta de certo modo
desconcertante, porque apresenta a figura de um proprietário prepotente e
indiferente. Mas propriamente esse modo de fazer do proprietário
ressalta aquilo que é o verdadeiro centro da parábola, ou seja, a
atitude de disponibilidade do servo. Jesus quer dizer que assim é o
homem de fé diante de Deus: coloca-se completamente à sua vontade, sem
cálculos ou pretensões.”
Servos inúteis, humildade que faz muito bem à Igreja
Francisco destacou o que Jesus ensina nesta passagem evangélica: “Somos servos inúteis, fizemos apenas o que devíamos fazer”.
“’Somos servos inúteis’ é uma expressão de humildade, disponibilidade
que faz muito bem à Igreja e evoca a atitude justa para trabalhar nela:
o serviço humilde, do qual Jesus deu exemplo, lavando os pés dos
discípulos.”
Que a Virgem Maria, mulher de fé, nos ajude a seguir neste caminho,
disse por fim o Papa Francisco, voltando o seu olhar para a Virgem Mãe, na
vigília da festa de Nossa Senhora do Rosário.
VN
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