05 outubro, 2019

O Papa às religiosas de Jesus-Maria: o olhar de Deus muda e educa nosso olhar

 
 
“Somente com este olhar tornam-se novas todas as coisas; somente deixando-nos olhar pelo Senhor, como a Virgem Maria, poderemos olhar a realidade com os olhos de Deus e ser suas testemunhas, porque o olhar de Deus muda e educa o nosso olhar”, disse Francisco às participantes do 37º Capítulo Geral da Congregação de Jesus-Maria (cerca de 70 religiosas)
 
Raimundo de Lima - Cidade do Vaticano

“Devemos olhar o nosso mundo com simpatia, sem medo, sem preconceitos e com coragem, como Deus olha para ele, sentindo como nossas as dores, as alegrias e as esperanças dos nossos irmãos; e daí anunciar com a vida e a palavra, e fazer ‘conhecer e amar Jesus e Maria’, com a criatividade de diaconias e obras de apostolado.”

Foi o que disse o Papa às participantes do 37º Capítulo Geral da Congregação de Jesus-Maria (cerca de 70 religiosas), recebidas por Francisco no final da manhã deste sábado (05/10), na Sala do Consistório, no Vaticano.

O Santo Padre aludiu ao tema escolhido pelas religiosas para o Capítulo: “Em caminho, com esperança, como uma família apostólica” – tomando como ícone bíblico a visita de Nossa Senhora à sua Prima Isabel, referindo-se em seguida à fundadora da Congregação, Santa Claudina Thévenet, que iniciou esta obra apostólica sobre os pequenos e sobre a pobreza. “Nestes 200 anos difundiu-se no mundo inteiro, ao ponto de estar presente hoje em 28 países e em 4 continentes”, ressaltou.

No seu discurso o Santo Padre indicou às religiosas três caminhos para continuar a caminhar, haurindo-os da oração que vos serviu para a preparação do Capítulo Geral. 

Testemunhas da bondade misericordiosa de Deus

“O primeiro caminho é serem testemunhas da bondade misericordiosa de Deus. Esta foi a experiência fundante de Santa Claudina, conhecer a bondade de Deus, um Deus misericordioso que perdoa.”
“A vossa fundadora soube olhar a realidade a partir de Deus que é bom e ama as pessoas com um amor incondicionado. Deus nolha-nos e nós experimentamos a sua misericórdia; com a sua bondade muda a realidade amando-a.”
“Somente com este olhar tornam-se novas todas as coisas; somente deixando-nos olhar pelo Senhor, como a Virgem Maria, poderemos olhar a realidade com os olhos de Deus e ser suas testemunhas, porque o olhar de Deus muda e educa o nosso olhar”, ressaltou. 

Vida de fraternidade e solidariedade

“O segundo caminho para caminhar é a vida de fraternidade e solidariedade. Vós sois um corpo apostólico que vive em comunidade fraterna. Deste modo encorajem-se reciprocamente no seguimento de Jesus e suscitem novas vocações. É necessário aprofundar a comunidade com relações sempre mais evangélicas, de modo a que se tornem fraternidade sempre mais apostólicas, irmãs em missão, capazes de ‘contagiar’ outros jovens a fim de que possam seguir esta forma de consagração.”

Para tal fim é preciso abrirem-se ao encontro com os jovens: mediante o testemunho poderão ver em vós algo diferente que o mundo não pode oferecer: a alegria de seguir Cristo. “A vida fraterna em comunidade é profecia para o mundo”, enfatizou. 

Discernir e ter a coragem de ir além

“O último caminho que gostaria de indicar é discernir e ter a coragem de ir além. A Igreja é missionária, porque Deus é missionário. Deus abre-se em saída, entra no mundo e assume o humano. Vocês participam nesta missão com a vida e o vosso apostolado, porque o testemunho é primordial na evangelização.”
 
Antes de despedir-se, o Santo Padre quis deixar uma premente exortação para as religiosas: “como o amor se demonstra nas obras, não se cansem de mostrar a bondade de Deus mediante as obras apostólicas que realizam”.

VN

Sem comentários:

Enviar um comentário