O Deepavali recorda a vitória da luz sobre as trevas, da verdade sobre a mentira, da vida
sobre a morte e do bem sobre o mal (©WONG SZE FEI - stock.adobe.com)
"A religião
ensina-nos a respeitar a dignidade inviolável e os direitos inalienáveis dos
outros sem preconceitos em relação ao seu credo ou cultura", ressalta o
presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso,
cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, na mensagem aos hinduístas.
Cidade do Vaticano
O Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso enviou uma
mensagem aos hinduístas por ocasião da festa do Deepavali, celebrada em
27 de outubro.
Deepavali significa literalmente “fileira de lâmpadas de óleo” e
recorda, segundo a tradição, a vitória da luz sobre as trevas, da
verdade sobre a mentira, da vida sobre a morte e do bem sobre o mal.
Cooperação e a solidariedade fraterna
“Que esta festa de luz possa iluminar os vossos corações e as vossas casas,
levar alegria, felicidade, paz e prosperidade às vossas famílias e
comunidades. Que possa reforçar também o espírito de fraternidade uns
com os outros”, ressalta o presidente do Pontifício Conselho para o
Diálogo Inter-religioso, cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, na mensagem
em vista ao evento.
Não obstante o desenvolvimento em muitos campos, “vivemos numa época
em que, por um lado, estão a ser feitos esforços para o diálogo
inter-religioso e intercultural, a cooperação e a solidariedade
fraterna. Por outro, estão presentes apatia, indiferença e até mesmo
ódio de algumas pessoas religiosas em relação a outras. Isso acontece
muitas vezes por causa do não reconhecimento do outro como irmão e irmã.
Tal atitude pode surgir de sentimentos enganosos, egoístas e de
antipatia que perturbam e desestabilizam o tecido da convivência
harmoniosa da sociedade”.
A religião inspira-nos a ver no outro um irmão
Segundo o purpurado, “a religião inspira-nos a ver no outro um irmão
que deve ser ajudado e amado. A religião ensina-nos a respeitar a
dignidade inviolável e os direitos inalienáveis dos outros sem
preconceitos em relação ao seu credo ou cultura. Somente quando os
seguidores das religiões exigem de si mesmos uma vida coerente com a sua
ética religiosa, eles podem ser vistos como pessoas que realmente
desempenham o seu papel de construtores de paz e testemunhas da nossa
humanidade partilhada”.
“Portanto, viver num espírito de fraternidade e amizade através de um
diálogo constante é o modo natural de ser de um hinduísta ou cristão”,
ressalta ainda o cardeal Guixot.
Segundo ele, “não obstante as notícias negativas dominem os títulos
dos jornais, isto não deve diminuir a nossa determinação de espalhar
sementes de fraternidade, pois existe um oceano escondido de bem que
está a crescer e nos leva a esperar na possibilidade de construir junto
com os seguidores de outras religiões, e com todos os homens e mulheres
de boa vontade, um mundo de solidariedade e de paz”.
É possível construir um mundo fraterno
“A convicção de que é possível construir um mundo de fraternidade é
motivo suficiente para nos comprometermos ainda mais com os esforços
para construir o edifício da fraternidade e da convivência pacífica,
tendo “o bem de todos no coração”.”
A seguir, o purpurado recordou os 150 anos do nascimento de Mahatma
Gandhi, “testemunha extraordinária e corajosa da verdade, do amor e da
não violência”, “protagonista destemido da fraternidade humana e da
coexistência pacífica”.
“Devemos inspirar-nos no seu exemplo de convivência pacífica. Como
fiéis arraigados nas nossas convicções religiosas e com uma preocupação
comum pelo bem-estar da família humana, podemos unir as nossas mãos com as
de diferentes tradições religiosas, de todas as pessoas de boa vontade e esforçar-nos para fazer tudo o que for possível, com um senso de
responsabilidade partilhado, para construir uma sociedade mais fraterna e
pacífica”, conclui o cardeal Guixot.
VN
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