19 março, 2020

O Papa na Missa reza pelos detidos e convida à Comunhão espiritual

 
 
Prossegue a transmissão via streaming da Missa celebrada por Francisco na Casa de Santa Marta. Na manhã desta quinta-feira (19/03). O Papa dirigiu um novo pensamento aos dettidos e na Solenidade de São José recordou a importância da adoração, convidando os fiéis à Comunhão espiritual
 
VATICAN NEWS

O Papa celebrou na manhã desta quinta-feira (19/03), na Casa de Santa Marta, a Santa Missa na Solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e Patrono universal da Igreja e no sétimo aniversário do início de seu ministério petrino (19 de março de 2013). Ao introduzir a celebração eucarística, dirigiu a sua oração aos encarcerados neste momento da emergência caracterizado por tantas restrições devido à pandemia do coronavírus.

Rezemos hoje pelos irmãos e as irmãs que se encontram no cárcere: eles sofrem muito, pela incerteza daquilo que acontecerá dentro da cadeia, e também pensando nas suas famílias, como estão, se alguém está doente, se falta alguma coisa. Estejamos hoje próximos dos encarcerados, que sofrem muito neste momento de incerteza e de dor.

Comentando o Evangelho do dia, recordou a importância da oração de adoração. A seguir, o texto da homilia transcrita pelo Vatican News:

O Evangelho (Mt 1,16.18-21.24) diz-nos que José era “justo”, ou seja, um homem de fé, que vivia a fé. Um homem que pode ser incluído na lista de todas aquelas pessoas de fé que recordamos hoje no Ofício das leituras. Aquelas pessoas que viveram a fé como fundamento daquilo que se espera, como garantia daquilo que não se vê, e a prova não se vê. José é homem de fé: por isso era “justo”. Não somente porque acreditava, mas também vivia esta fé. Homem “justo”. Foi eleito para educar um homem que era verdadeiro homem, mas também era Deus: era preciso um homem-Deus para educar um homem assim, mas não havia. O Senhor escolheu um “justo”, um homem de fé. Um homem capaz de ser humano e também capaz de falar com Deus, de entrar no mistério de Deus. E essa foi a vida de José. Viver a sua profissão, a sua vida de homem e entrar no mistério. Um homem capaz de falar com o mistério, de dialogar com o mistério de Deus. Não era um sonhador. Entrava no mistério. Com a mesma naturalidade com a qual levava adiante a sua profissão, com essa precisão da sua profissão: ele era capaz de ajustar milimetricamente uma esquina na madeira, sabia fazê-lo; era capaz de rebaixar, de diminuir um milímetro na madeira, na sua superfície. Justo, era preciso. Mas também era capaz de entrar no mistério que ele não podia controlar.

Esta é a santidade de José: levar adiante a sua vida, o seu trabalho com justeza, com profissionalismo; e no momento, entrar no mistério. Quando o Evangelho nos fala dos sonhos de José faz-nos entender isto: entra no mistério.

Penso na Igreja, hoje, nesta solenidade de São José. Os nossos fiéis, os nossos bispos, os nossos sacerdotes, os nossos consagrados e consagradas, os Papas: são capazes de entrar no mistério? Ou precisam de se ajustarem segundo as prescrições que os defendem daquilo que não podem controlar? Quando a Igreja perde a possibilidade de entrar no mistério, perde a capacidade de adorar. A oração de adoração é possível somente quando se entra no mistério de Deus.

Peçamos ao Senhor a graça para que a Igreja possa viver na concretude da vida cqutidiana e também na concretude – entre aspas – do mistério. Se não puder fazê-lo, será uma Igreja pela metade, será uma associação piedosa, levada adiante por prescrições, mas sem o sentido da adoração. Entrar no mistério não é sonhar; entrar no mistério é precisamente isto: adorar. Entrar no mistério é fazer aquilo que faremos no futuro, quando chegar-mos à presença de Deus: adorar. Que o Senhor conceda à Igreja essa graça.

Antes de concluir a Missa o Papa convidou à Comunhão espiritual neste tempo difícil devido à pandemia do coronavírus, que causou na Itália a suspensão das Missas com a participação dos fiéis para evitar todo o contágio. Francisco terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística. A seguir, as palavras do Santo Padre seguidas da oração para a Comunhão espiritual.

A todos aqueles que estão longe e acompanham a Missa pelas televisões, convid-os a fazerem a comunhão espiritual.

Aos vossos pés, ó meu Jesus, me prostro e vos ofereço o arrependimento do meu coração contrito que mergulha no vosso e na Vossa santa presença. Eu vos adoro no Sacramento do vosso amor, desejo receber-vos na pobre morada que o meu coração vos oferece. À espera da felicidade da comunhão sacramental, quero possuir-vos em Espírito. Vinde a mim, ó meu Jesus, que eu venha a vós. Que o vosso amor possa inflamar todo o meu ser, para a vida e para a morte. Creio em vós, espero em vós. Eu vos amo. Assim seja.

VN

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