29 março, 2020

Papa: Deus não nos criou para o túmulo, mas para a vida.



"Somos chamados a remover as pedras de tudo aquilo que fala de morte: a hipocrisia com que a fé é vivida, é morte; a crítica destrutiva contra os outros, é morte; a ofensa, a calúnia, é morte; a marginalização do pobre, é morte."  

Vatican News 

O convite para removermos de nossos corações as pedras que falam de morte, como a hipocrisia como vivemos a fé, a crítica destrutiva, a ofensa, a calúnia, a marginalização do pobre, foi-nos dirigido pelo Papa na sua alocução, antes de rezar o Angelus neste V Domingo da Quaresma, na Biblioteca do Palácio Apostólico - Vaticano.

Ao refletir sobre o Evangelho de João que narra a ressurreição de Lázaro, Francisco recordou que “a resposta de Deus ao problema da morte é Jesus”, é que Deus não nos criou para o túmulo, mas para a vida, “bela, boa, alegre”. 

Jesus é o Senhor da vida

Ao iniciar a sua reflexão, o Santo Padre leu alguns dos versículos do capítulo 11 de João, explicando que ao responder a Marta, ao dizer-lhe que o seu irmão não teria morrido caso o Mestre estivesse ali, “teu irmão ressuscitará”, Jesus apresenta-se “como o Senhor da vida, Aquele que é capaz de restituir a vida também aos mortos”.

Ao ver em prantos Maria e as pessoas que se aproximavam dele, Jesus, muito comovido, chorou, recordou Francisco, e “comovido dirige-sei ao túmulo, agradece ao Pai que sempre o escuta, manda abrir o sepulcro e exclama com voz forte: “Lázaro, vem para fora!” E Lázaro sai com “as mãos e os pés atados com lençóis mortuários e o rosto coberto com um pano”:

Aqui vemos concretamente que Deus é vida e doa vida, mas assume o drama da morte. Jesus poderia ter evitado a morte do amigo Lázaro, mas quis assumir para si a nossa dor pela morte das pessoas queridas, e sobretudo quis mostrar o domínio de Deus sobre a morte. 

O encontro entre a fé do homem e a omnipotência de Deus

Nesta passagem do Evangelho – observou o Papa - vemos que a fé do homem e a omnipotência de Deus, do amor de Deus, procuram-se e por fim encontram-se, “é como um duplo caminho: a fé do homem e omnipotência do amor de Deus que se procuram e no final encontram-se. Vemos isto – enfatizou - no grito de Marta e Maria e de todos nós com eles: “Se tivesses estado aqui!...”:

E a resposta de Deus não é um discurso, não, a resposta de Deus ao problema da morte é Jesus: “Eu sou a ressurreição e a vida… Tenham fé!  No meio ao choro continuem a ter fé, ainda que pareçam que a morte tenha vencido. Removam a pedra dos vossos corações! Deixem que a Palavra de Deus leve de novo a vida onde há morte”.
“A resposta de Deus ao problema da morte é Jesus”
Remover as pedras que representam morte

E Jesus repete-nos também hoje, o removermos a pedra, pois “Deus não nos criou para o túmulo, criou-nos para a vida, bela, boa, alegre”,  e “foi por inveja do diabo que a morte entrou no mundo”, “e Jesus Cristo veio libertar-nos de seus laços”. Neste sentido, “somos chamados a remover as pedras de tudo aquilo que fala da morte”: 
Por exemplo, a hipocrisia com que a fé é vivida, é morte; a crítica destrutiva contra os outros, é morte; a ofensa, a calúnia, é morte; a marginalização do pobre, é morte. O Senhor pede-nos para removermos estas pedras do coração, e a vida então voltará a florescer em nosso redor. Cristo vive, e quem o acolhe e se une a Ele entra em contacto com a vida. Sem Cristo, ou fora de Cristo, a vida não só não está presente, mas recai na morte. 
“Deus não nos criou para o túmulo, criou-nos para a vida, bela, boa, alegre”
Regenerados por Cristo, novas criaturas

O Pontífice recordou que “a ressurreição de Lázaro também é sinal da regeneração que se realiza no crente mediante o Batismo, com a plena inserção no Mistério Pascal de Cristo. Pela ação e a força do Espírito Santo, o cristão é uma pessoa que caminha na vida como uma nova criatura: uma criatura para a vida, e que vai em direção à vida".
Que a Virgem Maria – disse o Papa ao concluir - nos ajude a sermos compassivos como o seu Filho Jesus, que fez sua a nossa dor. Que cada um de nós esteja próximo daqueles que sofrem, tornando-se para eles um reflexo do amor e da ternura de Deus, que liberta da morte e faz vencer a vida.

Ao concluir o Angelus, o Papa Francisco dirigiu-se ao apartamento Pontifício, de cuja janela abençoou a Urbe e os fiéis presentes espiritualmente na Praça de São Pedro.

VN

Sem comentários:

Enviar um comentário