Na Missa na casa
de Santa Marta, na manhã deste domingo (29/03), o Papa rezou por aqueles que
se encontram na dor neste tempo de aflição. Na homilia, recordou que
também Jesus chorou: muitas pessoas choram, peçamos a graça de saber
chorar com elas
VATICAN NEWS
Francisco presidiu a Santa Missa na manhã deste dia 29 de março, no V
Domingo da Quaresma. São três semanas que a celebração eucarística na
Capela da Casa Santa Marta é transmitida em streaming por desejo do
Papa, que quer chegar aos fiéis que não podem participar da Missa por
causa da pandemia do coronavírus. Hoje, Francisco rezou pelos aflitos.
Penso em muitas pessoas que choram: pessoas isoladas, pessoas em
quarentena, os anciãos sós, pessoas internadas e as pessoas em terapia,
os pais que vêem que, como falta o salário, não conseguirão dar de comer
aos filhos. Muitas pessoas choram. Também nós, no nosso coração, as
acompanhamos. E não nos fará mal chorar um pouco com o pranto do Senhor
por todo o seu povo.
Na homilia, comentando o Evangelho de João
(Jo 11,3-7.17.20-27.33b-45) sobre a ressurreição de Lázaro, falou do
choro de Jesus pelo amigo. Jesus chora com amor, chora com os seus que
choram, chora sempre por amor, tem um coração repleto de compaixão.
Hoje, diante de um mundo que sofre por causa da pandemia – perguntou
–, somos capazes de chorar como Jesus? Muitos choram hoje. Peçamos a
graça de chorar.
A seguir, o texto da homilia transcrita pelo Vatican News:
Jesus tinha amigos. Amava todos, mas tinha amigos com os quais
mantinha uma relação especial, como se faz com os amigos, mais amor,
mais confidência... E muitas, muitas vezes detinha-se na casa destes
irmãos: Lázaro, Marta, Maria... E Jesus condoeu-se com a doença e a
morte do seu amigo. Chega ao sepulcro e comove-se profundamente e
estremecido interiormente perguntou: “Onde o colocastes?” E Jesus
chorou. Jesus, Deus, mas homem, chorou. Noutra passagem do Evangelho diz-se que Jesus chorou: quando chorou sobre Jerusalém. E com quanta
ternura Jesus chora! Chora de coração, chora com amor, chora com os seus
que choram. O pranto de Jesus. Talvez, tenha chorado outras vezes na
vida – não sabemos -; certamente no Horto das Oliveiras. Mas Jesus chora
sempre por amor.
Comoveu-se profundamente e estremecido chorou. Quantas vezes
ouvimos no Evangelho esta comoção de Jesus, com aquela frase que se
repete: “Vendo, teve compaixão”. Jesus não pode ver as pessoas e não
sentir compaixão.Os seus olhos são com o coração; Jesus vê com os olhos,
mas vê com o coração e é capaz de chorar.
Hoje, diante de um mundo que sofre tanto, de tantas pessoas que
sofrem as consequências desta pandemia, eu me pergunto: sou capaz de
chorar, como certamente o faria Jesus e o faz agora Jesus? O meu
coração, assemelha-se ao de Jesus? E se é demasiadamente empedernido
(mesmo se) sou capaz de falar, de fazer o bem, de ajudar, mas o coração
não entra, não sou capaz de chorar, pedir esta graça ao Senhor: Senhor,
que eu chore contigo, chore com o teu povo que sofre neste momento.
Muitos choram hoje. E nós, deste altar, deste sacrifício de Jesus, de
Jesus que não teve vergonha de chorar, peçamos a graça de chorar. Que
hoje seja para todos nós o domingo do choro.
Por fim, o Santo Padre terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística, convidando a fazer a Comunhão espiritual. A seguir, a oração recitada pelo Papa:
Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento.
Amo-vos sobre todas as coisas, e a minha alma suspira por Vós. Mas, como
não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos
espiritualmente, ao meu coração. Abraço-me convosco como se já
estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que
torne a separar-me de Vós!
Antes de deixar a Capela dedicada ao Espírito Santo foi entoada uma
antiga antífona mariana Ave Regina Caelorum (“Ave Rainha dos Céus”).
Vídeo integral da Missa:
VN
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