20 março, 2020

Papa: tudo parece vacilar. O Terço mantém-nos firmes naquilo que realmente conta



O Papa Francisco uniu-se espiritualmente aos fiéis que, às 21h locais (17h em Brasília), rezaram o Terço a convite dos bispos italianos, no meio à emergência provocada pelo coronavírus. O Papa exorta todos à esperança e ao exercício da proximidade em família, através da compreensão, da paciência e do perdão. O Pontífice invoca São José para que proteja a Itália. 

Cidade do Vaticano
 
Nesta situação inédita, em que tudo parece vacilar, ajudem-mo-nos a permanecer unidos naquilo que realmente conta.

Foi o que disse o Papa Francisco num videomensagem aos fiéis da Itália e de todo o mundo, ao aderir à iniciativa dos bispos italianos de rezar o Terço na noite de quinta-feira, para pedir o fim da pandemia de coronavírus.  

O Terço, a oração dos humildes e dos santos 

A iniciativa da Conferência Episcopal Italiana, observa Francisco, é a mesma que tantos bispos nestes dias dirigiram aos fiéis das suas dioceses, procurando “amparar com a sua palavra a esperança e a fé” do povo. O Pontífice então descreve assim a oração da Ave-Maria, repetida 50 vezes, recomendada pela própria Virgem:

A oração do Terço é a oração dos humildes e dos santos que, nos seus mistérios, com Maria contemplam a vida de Jesus, rosto misericordioso do Pai. E quanta necessidade temos todos de ser realmente consolados, de nos sentir-mos envolvidos pela sua presença de amor!

A compreensão e o perdão em família 

É na relação com os outros, diz ainda o Papa, que nós experimentamos a verdade desta presença, e num momento como este em que os outros são “os familiares mais íntimos”, Francisco convida a fazer-mo-nos “próximos ums dos outros, exercitando nós, primeiramente a caridade, a compreensão, a paciência e o perdão”. Alargando o coração para que “o outro possa encontrar sempre disponibilidade e acolhimento”. E prossegue:

Esta noite rezemos unidos, confiem-mo-nos à intercessão de São José, Protetor da Sagrada Família, Protetor de todas as nossas famílias. Também o carpinteiro de Nazaré conheceu a precariedade e a amargura, a preocupação pelo amanhã; mas soube caminhar na escuridão de alguns momentos, deixando-se sempre guiar, sem reservas, pela vontade de Deus. 

A invocação do Papa a São José 

A mensagem de Francisco prossegue com uma súplica ao esposo de Maria, de quem a Igreja celebra hoje a Solenidade. Eis as suas palavras:

Protegei, Santo Defensor, este nosso País.
Iluminai os responsáveis pelo bem comum, para que saibam – como vós – cuidar das pessoas confiadas à responsabilidade deles.
Concedei a inteligência da ciência àqueles que procuram meios adequados para a saúde e o bem físico dos irmãos.
Sustentai aqueles que se dedicam aos necessitados: os voluntários, os enfermeiros, os médicos, que estão na linha de frente no tratamento dos doentes, mesmo à custa da própria incolumidade.
Abençoai, São José, a Igreja: a partir dos seus ministros, fazei-a sinal e instrumento da vossa luz e da vossa bondade.
Acompanhai, São José, as famílias: com o vosso silêncio orante, construí a harmonia entre os pais e os filhos, de modo particular os mais pequeninos.
Preservai os anciãos da solidão: fazei que ninguém seja deixado no desespero do abandono e do desencorajamento.
Consolai quem é mais frágil, encorajai quem vacila, intercedei pelos pobres.
Com a Virgem Mãe, suplicai ao Senhor para que liberte o mundo de toda forma de pandemia.

VN

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