1ª Reflexão
Primeiro dia da Quaresma, após o
reconhecimento de que sou apenas pó e cinza, perante Ti, Senhor!
Que reflectir, que meditar, que mudar em tudo
aquilo que sou e faço?
Colocas no meu coração a crítica fácil aos
outros que, de cabeça baixa, confesso tantas vezes fazer.
Olho eu, por acaso, para os meus defeitos?
Meço-os com o mesmo rigor com que meço os dos
outros?
Por acaso tens Tu, Senhor, o mesmo rigor
comigo que eu tenho tantas vezes com os outros?
Deixa-me ficar por aqui, Senhor, que já me
dói o coração ferido pela minha hipocrisia!
Eu sei, Senhor, que Tu me conheces, que Tu me
perdoas, mas preciso muito mais de Ti, para me vencer a mim, fraco que sou.
Por isso este meu primeiro pedido a Ti nesta
Quaresma:
Cala em mim, na minha boca, no meu coração,
na minha mente, a crítica aos outros, e sempre que ela vier sorrateira fazer-me
ceder à tentação, lembra-me com dureza, (peço-Te, Senhor), os meus enormes
defeitos e fraquezas, para voltar essa crítica apenas e só para mim próprio.
Obrigado, Senhor, por me ires mostrando
caminho!
Monte Real, 11 de Fevereiro de 2016
2ª Reflexão
Inclino-me perante Ti, e pergunto-Te com o
coração nas mãos:
E hoje, Senhor, que queres hoje indicar-me como
caminho de reflexão neste segundo dia da Quaresma.
E Tu respondes-me com o Teu olhar manso e
amoroso:
Quando falas de Mim, quando me anuncias,
quando te afadigas a falar e a escrever sobre Mim, tens a certeza que o fazes
apenas por Mim?
Oh, Senhor, como me conheces tão bem!
Fazes-me ver com tanta clareza que muitas
vezes a minha ânsia de protagonismo, quase se sobrepõe à importância do anúncio
do Teu amor, ao anúncio da Tua presença no meio de nós e em nós.
Como se fosse eu importante, e Tu apenas um
caminho para a minha “importância”!
Reconheço, Senhor, com uma dor no coração e
sobretudo com a vergonha no meu ser, que muitas vezes assim será.
Apenas mitiga esta minha vergonha o saber
que, por Tua infinita bondade, apesar deste meu pecado, as palavras e actos que
colocas em mim, chegam aos outros isentas dessa minha fraqueza, que apenas
recai em mim e só em mim.
Por isso o meu segundo pedido nesta Quaresma:
Perdoa-me, Senhor, e ajuda-me a reconhecer-me
nada perante Ti.
Ajuda-me a reconhecer-me servo dos outros e a
nada querer para mim, a não ser aquilo que já me dás com tanta abundância: o
Teu amor e a Tua abundância de vida.
Apenas e sempre para Tua glória, Senhor, para
Tua glória!
Monte Real, 12 de Fevereiro de 2016
3ª Reflexão
Obrigado, Senhor, porque vens ao meu
encontro, para me fazer reflectir, sobretudo para me guiar e mostrar sempre
mais caminho.
Cheio da Tua infinita paciência,
perguntas-me:
Porque não assumes as tuas fraquezas, as tuas
culpas, mas pretendes sempre diluí-las com as atitudes dos outros? Afinal,
fizeste isto ou aquilo, porque o outro é que te provocou e tu apenas reagiste!
A culpa, para ti, nunca é só tua, já percebeste?
Baixo a cabeça!
É verdade, Senhor, tantas vezes tento justificar
as minhas fraquezas, tantas vezes tento diluir as minhas culpas, com as
atitudes de outros, tentando passar para eles a razão das minhas faltas.
É mais fácil assim, Senhor! Parece que a
culpa não é tanta!
Mas ninguém me obriga a proceder erradamente!
Só assim procedo porque me deixo levar pelas minhas fraquezas. A fraqueza e a
culpa são só minhas, Senhor!
Por isso o meu terceiro pedido nesta
Quaresma:
Perdoa-me, Senhor, e ajuda-me a reconhecer a
minha fraqueza e a minha culpa.
Afinal, Tu deste a vida por mim, deste a vida
por nós, sabendo que a culpa era minha, era nossa, e só nossa, pois em Ti não
havia qualquer culpa.
Que o reconhecimento da culpa em mim, me faça
reconhecer melhor o Teu infinito perdão.
Marinha Grande, 13 de Fevereiro de 2016
4ª Reflexão
A caridade, Senhor, sim a caridade é o que
hoje chamas à minha reflexão.
E perguntas-me, sempre directo mas cheio de
amor:
Que dás tu, do que Eu te dou?
Dás apenas o que te sobra, ou vais além disso
e dás mesmo aquilo que talvez te faça falta, mas que ao outro faz falta com
certeza?
Tens a noção de tudo o que tens e daquilo que
ao outro falta?
Ai, Senhor, assim tão directamente é muito
difícil!
Não preciso abrir gavetas, nem armários, nem
outras coisas sequer, para saber que tenho mais do que preciso.
Com tantas desculpas para mim próprio de como
preciso um pouco do meu conforto, pretendo desculpar-me por não dar mais do que
aquilo que me sobra!
Peço-Te, Senhor, mais uma vez nesta Quaresma:
Abre o meu coração à verdadeira caridade,
aquela que é amor e sendo amor dá-se, procurando para os outros aquilo que quer
para si próprio.
Que eu me saiba desprender de mim, das coisas
que tenho, para que outros possam ter um pouco mais no menos que têm!
Marinha Grande, 14 de Fevereiro de 2016
5ª Reflexão
Oh, Senhor, desculpa-me mas hoje quase não
tive tempo para as orações da manhã.
Cheio de amor, respondes-me:
Já comparaste, meu filho, quanto tempo dedicas
a estar comigo, a falar comigo, e o tempo que dedicas a todas as outras coisas
da tua vida? O tempo que passas no trabalho, na televisão, no computador, a
pensares nos teus sonhos, e o tempo que dedicas a Mim?
E mesmo assim, meu filho, repara como é normalmente
sempre cheio de pressa que estás comigo. E, por vezes, nem te lembras de Me
incluir nesse tempo de trabalho, de televisão, de computador, nem sequer nos
teus sonhos!
Baixo a cabeça envergonhado!
É verdade, Senhor! E também é verdade que
sempre que dedico mais tempo a Ti, nunca me falta tempo para o resto.
Hoje quero pedir-Te:
Perdoa-me, Senhor, e ajuda-me e ensina-me a
fazer do meu tempo o Teu tempo, ou seja, que o tempo vivido para mim, Te tenha
sempre incluído e presente.
Sobretudo no tempo em que estou conTigo,
acalma o meu coração, serena a minha pressa, para que esse tempo seja
verdadeiramente um tempo de comunhão em que me entregue a Ti e ao discernimento
da Tua vontade para a vida que me deste.
Obrigado, Senhor!
Monte Real, 15 de Fevereiro de 2016
6ª Reflexão
Senhor, tantas coisas me vêm à mente que
preciso de Te pedir.
Inclinas-Te sobre mim e olhando-me nos olhos,
dizes-me:
Sabes, meu filho, Eu gosto que me peças,
apesar de Eu saber de tudo o que necessitas. Mas já viste bem quanto me pedes e
quanto conversas comigo, apenas para conversarmos, como amigos, (como sabes bem
mais do que amigos), que somos?
Quantas vezes dizes que Me amas, e quantas
vezes me pedes seja o que for?
Eu amo-te sempre, mas tu precisas alimentar o
teu amor por Mim, afirmando-o com o coração, mas também com gestos e orações.
Oh, Senhor, apetece-me dizer como Pedro:
«Senhor, Tu sabes que eu te amo!»
Mas depois apercebo-me de quão poucas vezes
To digo e demonstro.
Então recebe mais este meu pedido:
Ensina-me, Senhor, a viver o amor, o Teu amor
por mim e o meu amor por Ti.
Que eu saiba pedir, mas que também saiba
louvar-Te e adorar-Te, não porque Te é devido, mas “apenas” porque Te amo, pois
Tu me amaste primeiro.
Que em tudo e em todos, eu Te ame sempre a Ti
primeiro.
Glória e louvor a Ti, Senhor!
Monte Real, 16 de Fevereiro de 2016
7ª Reflexão
Oh, Senhor, às vezes não tenho paciência para
certas pessoas. São tão “chatas”!
Com um sorriso de amor, respondes-me:
Eu sei, meu filho, porque já algumas vezes
quis falar contigo, quis desabafar contigo e tu não me ligaste, porque não
tiveste paciência. Algumas vezes precisei que me desses um pouco de atenção, um
olhar, um sorriso, talvez até um abraço, mas tu olhaste para o lado e fingiste
que não me viste.
É que sabes, Eu sou também essas pessoas
“chatas” que referes!
Não estou Eu sempre atento a ti e para ti,
mesmo quando te repetes, quando reclamas, quando te lamurias?
É verdade, Senhor, falho tantas vezes em
acolher, em ouvir, em amar essas minhas irmãs e irmãos em Cristo, que se cruzam
na minha vida.
Peço-Te então:
Abre, Senhor, o meu coração a todas essas
pessoas com quem todos os dias me cruzo.
Que eu veja nelas a Tua presença e que seja
capaz de acolher, de ouvir, de abraçar, de amar, como Tu o fazes a cada um de
nós.
É que às vezes, Senhor, reconheço-o
envergonhado, basta um olhar, um sorriso, um pouco de atenção, para fazer um
pouco mais feliz a vida de cada um.
Sempre para Te servir, Senhor, servindo os
outros.
Monte Real, 17 de Fevereiro de 2016
8ª Reflexão
Senhor, hoje de manhã, ao acordar, pensava se
Te sigo verdadeiramente?
Tomas-me pela mão e dizes-me.
Verdadeiramente na maior parte do tempo tu
“queres” que Eu te siga e não és tu que Me segues, por vezes até, nem sequer
segues a Meu lado, mas vais à minha frente!
Repara quantas vezes Me perguntas se os teus
gestos, as tuas acções, os teus testemunhos, são aqueles que Eu quero que
faças?
Eu sei que julgas que os teus planos são bons
e que portanto deverão partir de Mim. Mas perguntas-te se será mesmo assim?
Pede antes ao Espírito Santo em ti que te
ajude a discernir o que é Minha vontade, e o que é tua vontade, para
verdadeiramente Me seguires.
Sabes, Senhor, é a ânsia de falar, de fazer,
de testemunhar!
Por isso peço-Te:
Leva-me, Senhor, a nada dizer, fazer ou
testemunhar, sem antes invocar o discernimento do Espírito Santo, sobre a Vossa
vontade.
Faz-me barro mole nas Tuas mãos, para que me
deixe moldar segundo a Tua vontade.
Que eu seja nada, para que Tu sejas tudo em
mim.
Para Tua glória, Senhor, sempre para Tua
glória!
Monte Real, 18 de Fevereiro de 2016
9ª Reflexão
Senhor, pensava hoje de manhã como é fraca a
minha confiança em Ti.
Os Teus olhos doces fixam-se em mim:
É verdade, meu filho! Quanto tudo Te corre bem,
a tua confiança em Mim é inabalável, mas quando há uma provação um pouco maior,
o teu íntimo estremece e enche-se de receio.
E, no entanto, alguma vez te faltei?
Verdadeiramente, já alguma vez te faltei em alguma coisa que fosse realmente
importante para a tua vida, para a tua felicidade?
Hoje em dia já reconheces que mesmo algumas -
Eu sei - terríveis provações que permiti na tua vida, acabaram por te mostrar
caminho novo, acabaram por te fazer discernir onde está a verdadeira
felicidade. Não temas e confia, pois só quero a tua felicidade.
Ai, Senhor, como sou “duro de cerviz” e por
isso preciso que me “proves no cadinho”, para reconhecer a Tua mão na minha
vida.
Peço-Te, suplicante:
Ensina-me a confiar no Teu amor, Senhor!
Ensina-me a confiar que, se nos momentos bons
estás comigo, nos momentos difíceis me carregas ao colo.
Ensina-me sobretudo, Senhor, a discernir que
tudo quanto permites na minha vida tem um propósito, e esse propósito é a minha
felicidade, fruto do Teu amor por mim.
Obrigado, Senhor!
Monte Real, 19 de Fevereiro de 2016
10ª Reflexão
Penso na Igreja e nas vezes que A critiquei,
por vezes com pessoas que nada tinham a ver com Ela.
Com os olhos entristecidos, Senhor, dizes-me
cheio de amor:
É verdade, meu filho, que por vezes criticas
a Igreja, não cuidando de perceber em que lugar estás e com quem estás a falar.
E Eu pergunto-te se também criticarias a tua
mãe, em espaços públicos, com pessoas que não fossem da tua família?
Porque criticas então a Igreja, Mãe e Mestra,
com pessoas que nada têm a ver com Ela, apenas porque não querem? É que assim
não constróis e antes pelo contrário afastas ainda mais quem já anda afastado.
Lembra-te que a critica deve ser sempre para
ajudar a construir, unir e melhorar, como tal deve ser feita no espaço próprio,
que é a própria Igreja.
Reconheço, envergonhado, a minha culpa.
E peço-Te:
Ajuda-me, Senhor, a não fazer critica fácil,
que é mais má língua, do que critica construtiva, ou desejo de ganhar melhor
conhecimento da Igreja.
Ensina-me, Senhor, a discernir os tempos, os
espaços e as pessoas com quem posso falar sobre a Igreja, para obter respostas
ou para ajudar a construir e a unir a Tua Igreja.
Enfim, Senhor, ensina-me a ser Igreja.
Para Tua glória, Senhor, sempre para a Tua
maior glória.
Marinha Grande, 20 de Fevereiro de 2016
11ª Reflexão
Hoje, Dia do Senhor, reflicto sobre a minha
participação na Missa.
Intimamente, perguntas-me:
Já te apercebeste de quantas vezes “estás” na
Missa distraído, pensando em tudo menos em Mim, atento a tudo, menos à Minha
presença real, ali, para ti? Já te apercebeste de como quantas vezes é
rotineiro o modo como “participas” da Missa?
E, no entanto, se estiveres a celebrar alguém
que muito te interessa ou que muito amas, estarás atento a todos os pormenores,
comprarás o melhor presente e terás as palavras mais elogiosas para aquele que
é objecto dessa celebração.
E, Eu, que me dou inteiramente a Ti em cada
sacrifício da Missa, porque te amo com amor eterno, não mereço a tua atenção, a
tua presença total em tão escassos momentos no cômputo geral da tua vida?
Arrependido, baixo a cabeça!
E suplico-Te:
Ajuda-me e ensina-me, Senhor, a mais do que
“estar” ou “participar” na Missa, a celebrar intimamente ligado com a
comunidade celebrante, a Tua Paixão, Morte e Ressurreição, sempre presentes em
cada Eucarista celebrada.
Senhor, eu não sou digno, mas dá-me Tu a
dignidade necessária para Te receber como Alimento Divino que Tu és em cada
Eucaristia.
Senhor, faz com que Eu esteja sempre aos pés
da Tua Cruz em cada celebração da Eucaristia, em vez de estar misturado com
aqueles que “assistem”, sem nada fazer.
Tudo e sempre para Te servir, para melhor
servir os outros.
Marinha Grande, 21 de Fevereiro de 2016
12ª Reflexão
Vem ao meu coração a Tua Palavra, Senhor, a
leitura, a escuta, o conhecimento, o discernimento.
Colocas a mão no meu coração e dizes-me:
Tu sabes bem, meu filho, que a Minha Palavra
é viva!
E, no entanto, por vezes colocas de lado
certas passagens, porque achas tu que já as conheces muito bem. Então, sendo a
minha Palavra sempre viva e actuante, não tem sempre algo novo a dizer-te,
mesmo que já A conheças?
E, meu filho, não queiras interpretar a Minha
Palavra apenas com a tua inteligência, ou segundo os teus desejos e vontade.
Antes, abre-te ao Espírito Santo, para que seja Ele a conduzir-te na leitura,
no conhecimento e no discernimento da Palavra.
E não tenhas medo, mesmo que não te agrade o
discernimento que te é dado, porque a Minha Palavra só pode trazer o bem à tua
vida.
Digo-Te um obrigado amoroso.
E mais uma vez Te peço:
Envia, Senhor, o Espírito Santo para que seja
Ele a conduzir-me em tudo e sobretudo no entendimento da Tua vontade contida na
Tua Palavra.
E dá-me, Senhor, a fé e a força, para seguir
em tudo o que Ele disser ao meu coração, na certeza de que tudo será Tua graça,
para o meu bem e para bem dos outros.
Amen, Senhor, amen!
Monte Real, 22 de Fevereiro de 2016
13ª Reflexão
Veio ao meu coração a Tua chamada de atenção:
«Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é
necessária.»
Com um sorriso meigo, dizes-me:
Pois é, meu filho, já reparaste quantas
coisas queres fazer? Em quantas actividades te desdobras? Até poderás ter tempo
para todas elas, e até, se aproveitares os dons que te dei, poderás responder a
todas elas com benefícios.
Mas quanto tempo dedicas a escutar-Me? Quanto
tempo dedicas a entrar no silêncio do Teu coração, sentares-te a Meus pés e
escutares o que Eu tenho para te dizer sobre a Tua vida e sobre todas essas
actividades?
É que sem isso, meu filho, as muitas
actividades que fazes serão muito mais tuas do que Minhas, e assim sendo não
darão os frutos que poderiam dar.
Não te esqueças: «Maria escolheu a melhor
parte, que não lhe será tirada.»
Olho-Te com os olhos cansados, abro-Te as
minhas mãos e entrego-me.
E peço-Te humildemente:
Ajuda-me, Senhor, a escutar-Te em cada
momento e em cada coisa que me é dada fazer.
Ensina-me, Senhor, a entrar no silêncio e a
ficar ali, calado, de coração e mente abertas à Tua voz, ao teu amor, a tudo o
que tens para me dizer.
Leva-me, Senhor, a buscar de Ti o amor que
devo colocar em tudo o que faço, porque só no Teu amor os frutos acontecem,
para Tua glória e para nosso bem.
Calo-me, Senhor, com um imenso obrigado!
Monte Real, 23 de Fevereiro de 2016
14ª Reflexão
Como rezar, Senhor? Como rezar segundo a Tua
vontade, Senhor?
Como a uma criança, sentas-me ao Teu colo e
dizes-me amorosamente:
Não te ensinei, meu filho, o Pai Nosso? Então
já te ensinei como rezares!
Fala comigo do que quiseres e quando
quiseres, reconhece que sou o teu Deus, tudo posso e que te amo com amor
eterno. Coloca-te nas Minhas mãos, confiadamente, segundo a Minha vontade,
acredita que tudo o que for necessariamente bom para a tua vida e para a dos
outros, Eu to darei. E depois, cheio de confiança, pede, perseverantemente, e
ser-te-á concedido tudo o que te for necessário para ti e para aqueles por quem
pedes.
E ama, meu filho, ama!
Ternamente, encosto a minha cabeça ao Teu
peito e aí repouso das minhas dúvidas.
E peço-Te em oração confiante:
Já que me ensinas-Te a rezar, Senhor,
ajuda-me agora, lembrando-me sempre de que tudo o que faça na minha vida, To
devo entregar em oração, para que «tudo em Ti comece e tudo em Ti acabe.»
Que bom é falar contigo, Senhor!
Monte Real, 24 de Fevereiro de 2016
15ª Reflexão
Como ser humilde, Senhor? Como viver a
humildade e em humildade?
Sentas-Te a meu lado e dizes-me:
Olha para a Minha Mãe? Tinha o anjo acabado
de lhe anunciar que ia ser a Mãe do Filho de Deus, e Ela em vez de se
vangloriar, partiu para casa da sua prima servir como “doméstica”.
Não quis honrarias, nem distinções, mas
apenas servir o Deus de amor nos outros, fazendo-se nada, para que só a obra de
Deus aparecesse.
O que fizeres, meu filho, fá-lo
discretamente, sem chamar a atenção para ti, e, se puderes passar sem ninguém
se aperceber de algum bem que fazes, guarda-o para ti, e dá graças a Deus na
intimidade do teu coração.
A maior humildade consiste em fazer o que
João Baptista diz: «É preciso que Ele cresça, e eu diminua.»
Pois, Senhor, raramente assim o faço!
Por isso peço-Te:
Ensina-me a perceber que nada sou sozinho,
pois tudo me vem de Ti!
E se tudo me vem de Ti, de nada sou credor, mas
apenas devedor das Tuas graças em mim, para os outros.
Que de nada me vanglorie, nem deixe que me
vangloriem, mas antes, Senhor, que verdadeiramente Tu apareças e eu desapareça
no Teu amor.
Obrigado, Senhor, obrigado!
Monte Real, 25 de Fevereiro de 2016
16ª Reflexão
Como pedir perdão, Senhor, àqueles que
ofendo?
Envolves-me no Teu olhar de compaixão:
Não me pedes tu perdão quando Me ofendes?
Então lembra-te que quando ofendes um dos teus
irmãos é a Mim também que ofendes. Vê nesse teu irmão a Minha presença, e
assim, ao pedires perdão àquele que ofendeste, é a Mim, também, que pedes
perdão.
E não te esqueças que, mesmo que ele não te
perdoe, Eu já te perdoei, porque o Meu amor é sempre maior que a tua ofensa.
Em tudo, Senhor, Te fazes presente, para nos
levar ao amor e à comunhão.
Peço-Te então:
Ajuda-me, Senhor, a não ofender ninguém, em
momento algum e seja porque razão for.
Mas, Senhor, fraco que sou, lembra-me sempre
de que quando ofendo alguém, é a Ti mesmo que ofendo, também.
E leva-me a pedir perdão, Senhor, enchendo-me
do Teu amor.
Obrigado, Senhor, pelo Teu infinito amor.
Monte Real, 26 de Fevereiro de 2016
17ª Reflexão
E a gratidão, Senhor? Como viver a gratidão?
A alegria baila nos Teus olhos quando me
dizes:
Sabes, meu filho, são mais as reclamações do
que os agradecimentos, e não devia ser assim.
Mas quando o coração transborda de amor por
perceberes que te foi concedido o que precisavas, a tua boca e todo o teu ser
abrem-se para agradecer a graça concedida, e as palavras faltam-te, por isso
repetes insistentemente: obrigado, obrigado, obrigado!
E esse sentimento, meu filho, vale para as
coisas de Deus, mas vale também para tudo o que de bem te fazem os outros, e
que os outros fazem de bem à humanidade.
É que só com o agradecimento, só com a
gratidão, se torna completo o bem que é dado.
E não te esqueças nunca de todos aqueles que
fazem coisas por ti, que intercedem por ti, e tu nem sequer sabes. A todos
esses anónimos, envolve numa oração de intercessão, entregando-os, e pedindo
por eles a Deus.
Da reclamação vem amargura à vida. Da
gratidão só vem o bem-estar à vida.
Sabes, Senhor, lembro-me sempre do meu pai me
falar da gratidão! Percebo-o ainda melhor, agora.
Peço-Te, Senhor:
Abre o meu coração e a minha vida à gratidão!
Que eu nunca me esqueça de agradecer
verdadeiramente a todos aqueles que fazem o bem, a mim e aos outros. Que por
eles eu interceda nas minhas orações diárias.
E a Ti, Senhor, que em tudo e sempre dê
graças, até mesmo por aquilo que agora possa ainda não entender.
Obrigado, Senhor, obrigado!
Marinha Grande, 27 de Fevereiro de 2016
18ª Reflexão
Hoje ao acordar vinha ao meu coração a
conversão. O que é a conversão, Senhor?
Tomas-me pela mão e levas-me a passear pela
vida:
Lembras-te daquela figueira que não dava
fruto? Eu não a queria transformar numa outra árvore qualquer, mas apenas que a
mesma figueira desse o fruto que lhe era intrínseco.
O mesmo se passa contigo e com todos.
Eu não quero um Joaquim que seja diferente
daquele Joaquim que Eu criei. Eu quero um Joaquim completo, com todo o seu
passado e todo o seu presente, preparando o seu futuro.
Um Joaquim que, por força de se abrir à minha
Palavra, de se deixar “regar” pela oração, de se alimentar dos sacramentos,
faça uso de todos os dons que lhe dei para Me servir, servindo os outros e
assim servir a vida que lhe dei.
Não um Joaquim diferente, mas o mesmo Joaquim
com novas prioridades, que começam no amor e acabam na felicidade eterna.
Um Joaquim que chore lágrimas de alegria
porque encontrou o caminho, e não um Joaquim que chore lágrimas de tristeza
porque se perdeu num caminho sem sentido.
A conversão, meu filho, é encontrares-te em
Mim e para Mim, e cheio de Mim para os outros.
A conversão, meu filho, é trabalho diário e
leva-te à felicidade da vida em abundância, que permanentemente te dou.
Agarro-me ainda com mais força à Tua mão,
pois não a quero largar.
E peço-Te com lágrimas de alegria nos olhos:
Converte-me, Senhor, ou melhor, leva-me à
conversão.
Leva-me a fazer do meu passado um ensinamento
para o presente e para o futuro, para que não caía nos mesmos erros, mas antes
eles sirvam de testemunho para mim e para outros do que é uma vida sem sentido,
sem Ti.
Como à figueira, Senhor, poda o que tem de
ser podado, rega o que tem de ser regado, para que eu dê fruto, o fruto da Tua
vontade de amor.
Para Tua glória, Senhor, hoje e sempre para
Tua Glória!
Marinha Grande, 28 de Fevereiro de 2016
19ª Reflexão
E o arrependimento, Senhor, o que é o
arrependimento?
Inclinas-Te sobre mim, (porque todo Tu és humildade),
e dizes-me cheio de amor:
Quando abres o coração ao Meu amor, ele
enche-se de amor, por Mim e pelos outros.
Quando Me ofendes ou ofendes alguém, o amor
fica ferido, abre uma brecha no teu coração, e chora.
As lágrimas do amor ferido por uma ofensa
praticada, são o arrependimento.
Não as consegues reter, porque elas vêm do
amor e são a expressão da dor do amor que feriu alguém e por isso se rompeu.
Só podem secar pelo perdão que Eu te ofereço,
permanentemente, perante a tua admissão da ofensa e o teu propósito de emenda,
para comigo e para com os outros.
Chora, meu coração que tanto ofendes!
Alegra-te, meu coração, que és perdoado!
Peço-Te, Deus de perdão:
Abre o meu coração ao Teu amor, para que ele
fique cheio apenas e só do Teu amor.
Fá-lo chorar quando Te ofende ou ofende o meu
irmão.
E depois, Senhor, leva-me à confissão da
ofensa, ao propósito sério de emenda, para que alcance o Teu perdão e o perdão
daqueles a quem ofendi, para que refeito o amor no meu coração, eu possa ter
testemunha do Teu amor em mim.
Nas Tuas mãos me entrego, Senhor, porque só
em Ti encontro o verdadeiro amor!
Monte Real, 29 de Fevereiro de 2016
20ª Reflexão
Entro no meu coração, Senhor, e nada encontro
daquilo que queres que eu hoje reflicta neste meu caminho quaresmal.
Chamas-me pelo meu nome e dizes-me para
caminhar ao Teu lado:
Hoje, meu filho, quero apenas que passes o
dia comigo, gozando da minha companhia e Eu da tua.
Sabes como são importantes aqueles momentos
em que os namorados dão as mãos e se ficam a olhar longamente, como para melhor
se conhecerem, para melhor se amarem?
Eu já te conheço em tudo e sempre, e já te
amo com amor eterno, por isso hoje quero que tu me dês as mãos também, olhes
para Mim longamente, que caminhes ao meu lado em silêncio, gozando apenas a
Minha presença, e assim Me possas conhecer melhor, agora não pela só razão, mas
com o coração, com o sentimento, com a emoção de saberes que Eu estou aqui
sempre em ti e contigo.
Faço silêncio, dou-Lhe as mãos e peço
baixinho:
Obrigado, Senhor, faz-me sentir a Tua
presença na vida que me deste, e mesmo que Eu não Te sinta, (por qualquer razão
que agora não posso perceber), aumenta o meu amor por Ti, para que Te ame cada
vez mais e cada vez mais melhor Te conheça.
É bom, Senhor, muito bom, caminhar contigo de
mãos dadas.
Monte Real, 1 de Março de 2016
21ª Reflexão
Hoje, Senhor, reflicto se sou Igreja ou se
pertenço à igreja?
Pacientemente, respondes-me:
Meu filho, se és Igreja, então fazes parte
dEla, és construção com Ela, és “pedra viva” dEla, e por isso a tua vida é
conforme a Igreja e o que Ela te diz, porque a tua vida é então também vida da
Igreja.
Se pertences à Igreja, então não fazes parte
dEla, mas apenas Lhe pertences vendo-A como coisa mais dos homens do que de
Deus. Assim aceitas a Igreja enquanto Ela não colidir com aquilo que tu pensas
e queres ser, mas se por qualquer motivo não te agradar, (e os homens da Igreja
têm defeitos, claro), rapidamente te afastas e a menosprezas, porque Ela não é
a tua vida, porque tu verdadeiramente não és vida de Igreja.
A tua vida discute-la, reflectes sobre ela,
também com aqueles que te são próximos, para a tornar melhor, mas não desistes
dela, porque não te pertence, pois pertence a Deus.
A Igreja, se és Igreja, é tua vida também,
por isso reflectes sobre Ela, discute-lA com os outros membros da Igreja, para
A tornar melhor, mas não desistes dEla, porque não te pertence, pertence a Deus
que é a tua vida também.
Deixo-me ficar em silêncio, e peço-Te:
Senhor, ensina-me a ser Igreja!
Ensina-me a formar a minha vida em Igreja,
para que a Igreja seja minha vida também.
Ensina-me e ajuda-me a construir a Igreja com
os dons e talentos que me dás graciosamente, (sejam muitos ou poucos), e
leva-me a obedecer em amor, para que ame a Igreja, como Te amo a Ti.
Que eu perceba sempre que a Igreja é feita
pelos homens, mas que vinda de Ti, vai muito para lá dos homens, porque é Una,
Santa, Católica e Apostólica.
Obrigado, Senhor, pela Tua Igreja, que nos
deste.
Monte Real, 2 de Março de 2016
22ª Reflexão
Nesta caminhada quaresmal, trazes ao meu
coração a obediência.
Colocas-me a mão sobre os ombros e caminhando
juntos, dizes-me:
Sabes, meu filho, como a obediência é uma
virtude hoje em dia mal percebida, vista quase como um sinónimo de fraqueza.
E não é assim! A obediência dos filhos de
Deus, a obediência do ser Igreja, exige pelo contrário, uma força e uma coragem
empenhadas e constantes.
Mas não é uma obediência cega, mas sim uma
obediência de confiança no amor de Deus e como tal uma obediência de amor e por
amor. Por isso mesmo, é iluminada e fortalecida pelo Espírito Santo que se
derrama em vós.
E dessa obediência vem a paz, a serenidade, a
confiança, a esperança, a salvação, enfim o amor na sua plenitude.
Repara que foi por obediência de amor ao Pai
e por amor a vós, que Me entreguei totalmente por ti e por todos os outros, e
por isso mesmo, dessa obediência veio a libertação da lei do pecado que conduz
à morte, dessa obediência veio a Salvação para ti e para todos.
Fito-Te nos Teus olhos amorosos e peço-Te:
Ensina-me, Senhor, a obediência.
Não a obediência cega, sem sentido, mas a
obediência de amor, por acreditar que nada do que me pedes vai para além das
forças que me dás e, sobretudo, porque essa obediência é sempre o melhor para
mim e para os outros, no caminho da salvação que por Tua graça nos dás.
Obrigado, Senhor, pela virtude da obediência.
Monte Real, 3 de Março de 2016
23ª Reflexão
Hoje, Senhor, trazes a consciência à minha
reflexão diária.
Docemente, como sempre fazes, dizes-me ao
coração:
Sabes, meu filho, como se fala sempre de que
a consciência está primeiro e deve reger a vida de cada um. E é verdade, mas a
consciência deve ser formada, (embora ela esteja no coração do homem como uma
lei escrita pelo próprio Deus), ou seja, deve ser uma recta consciência.
A consciência, sobretudo do cristão, deve ser
formada no amor de Deus, no dom da Fé e na Doutrina da Igreja, porque só assim,
a consciência nos pode guiar segundo a vontade de Deus. Por isso o homem deve
procurar sempre a verdade e o bem.
E, meu filho, se tens que tomar uma decisão e
pretendes iluminar a tua consciência segundo a verdade e o bem, procura
conselho, mas não procures inúmeros conselhos até encontrares um coincidente
com a tua vontade, porque então estarás a tentar enganar a tua consciência,
procurando fazer a tua vontade e não a vontade de Deus escrita indelevelmente
na tua consciência.
Fico a meditar no que me dizes, e peço-Te:
Leva-me, Senhor, a procurar formar a minha
consciência segundo a verdade e o bem, segundo a Tua vontade.
Que eu não queira nunca manipular a minha
consciência para fazer a minha vontade, mas sim que procure sempre o bom
conselho e o siga, mesmo que me custe e não seja aquilo que eu julgo desejar
para a minha vida.
Que eu deixe sempre o Espírito Santo iluminar
a minha consciência para que em tudo eu faça apenas e só a Tua vontade.
Obrigado, Senhor, pela consciência que me dás
e dás a cada um.
Monte Real, 4 de Março de 2016
Nota: Para melhor reflexão pelo menos um
texto. O número 16 da Constituição Pastoral Gaudium et Spes
24ª Reflexão
Hoje, Senhor, a minha reflexão nesta
caminhada quaresmal é acção de graças!
Quero dar-Te graças, Senhor, pela oração que
ainda neste momento, de uma ponta à outra na terra, a pedido do Teu Vigário, o
Papa Francisco, se eleva aos Céus, se move na direcção do Teu Coração de amor,
para que a humanidade se reencontre em Ti, por Ti e para Ti.
Quero dar-Te graças pelas horas que passámos,
que passei, em adoração na Tua Presença Eucarística, fonte de graças infindas,
fonte de amor inesgotável, fonte de paz indelével, fonte de alegria serena e
constante.
Quero dar-Te graças por todos os corações,
todas as vidas, que durante esta oração tocaste e vais tocando, levando-os a
descobrir em Ti o verdadeiro sentido da vida, a maravilhosa paternidade de
sermos Teus filhos, de sermos Tua herança, a descobrir o verdadeiro amor que
faz de todos os homens irmãos em Ti, Senhor Nosso Deus, que fazes de nós
comunhão contigo e connosco.
Quero dar-Te graças, Senhor, porque acredito,
porque acreditamos firmemente que, talvez bem perto de mim ou talvez no ponto
mais recôndito da terra, Tu abençoas nestes momentos de oração, tanta gente que
necessita de amor, porque é perseguida, (seja em Teu Nome, ou por qualquer
outra razão), porque se sente só e sem ninguém, porque nada tem que possa
chamar seu, porque tem fome e sede, porque quer desistir da vida, porque não
tem um simples abraço, um simples beijo, um simples sorriso, um simples “bom
dia”.
Quero dar-Te graças, Senhor, porque hoje e
nesta oração, o mundo que criaste em amor se aproximou um pouco mais de Ti à
procura do Teu amor, que derramas sem cessar sobre toda a humanidade.
Quero dar-Te graças, Senhor, pela Igreja que
congrega os homens nesta oração ao Deus que tudo pode e a Quem nada é
impossível.
Quero dar-Te graças, Senhor, apenas e só
dar-Te graças hoje e continuamente em todo o tempo.
Amen.
Marinha Grande, 5 de Março de 2016
25ª Reflexão
Hoje, Senhor, vêm ao meu coração todos os
meus defeitos, ou pelo menos aqueles que consigo reconhecer com mais
facilidade.
E abro-Te o coração!
Sou orgulhoso, vaidoso, inconstante, impaciente,
por vezes mentiroso, invejoso, crítico sem procurar ajudar, uso da má língua,
por vezes, sem me importar do mal que ela faz, procuro muitas vezes mais a
minha consolação do que os outros consolar, não dou mais do que me sobra, com
medo de que me falte, confio em Ti nas coisas fáceis mas nas difíceis por
vezes duvido, espero em Ti, muitas vezes
duvidando do meu esperar, dou
testemunho, muitas vezes chamando mais a atenção para mim, do que para Ti a
Quem quero testemunhar, rezo por vezes rotineiramente e outras vezes nem sequer
quero rezar, e sou pecador, Senhor, muito pecador e muitas vezes me deixo
pecar.
Abres-me os braços, chamas-me a Ti e dizes-me
num imenso sorriso:
E Eu amo-te, meu filho, com amor eterno. Com
um amor muito maior do que todos os teus defeitos, do que todas as tuas faltas,
do que todos os teus pecados.
Prostro-me diante de Ti e peço-Te:
Ajuda-me e ensina-me, Senhor, a reconhecer
sempre o meu pecado, a reconhecer sempre como sou pecador.
Mas sobretudo, Senhor, ajuda-me e ensina-me a
acreditar inabalavelmente no Teu amor e a confiar constantemente que em cada
regresso à casa do Teu perdão, Tu fazes a festa do filho pródigo que a Ti
regressa.
Obrigado, Senhor, agora e sempre, obrigado!
Marinha Grande, 6 de Março de 2016
26ª Reflexão
Hoje, Senhor, trazes ao meu coração a
humildade.
Olhas-me nos olhos e dizes-me:
Meu filho, a humildade é uma virtude
inestimável que Eu posso ver, mas aos homens é bem mais difícil perceber.
A humildade não é a negação dos dons e
talentos que cada um tem, mas o reconhecimento de que os mesmos são graça Minha
à vida de cada um, e assim sendo, devem ser usados constantemente, nunca para
orgulho ou elogio do próprio, mas sim como testemunho das maravilhas que Deus
faz em cada um.
Por isso a humildade é também disponibilidade
permanente para os outros, e também, e ainda, o reconhecimento sereno das
fraquezas que cada um, como pecador que é, tem.
Cuidado, meu filho, com a falsa humildade que
o inimigo pode instilar no coração de cada um, levando-o a não fazer uso dos
dons e talentos que por graça lhe dou para Me servir, servindo os homens, sob a
“capa” de que seria um pretenso orgulho fazer uso desses mesmos dons e
talentos.
Lembra-te ainda, que o testemunho que cada um
dá de Mim e do meu amor, parte sempre de Mim, e por isso Eu o posso fazer
chegar aos corações dos que Me procuram, isento das fraquezas de quem dá esse
testemunho.
Humildemente baixo a cabeça e peço-Te:
Ensina-me, Senhor, a humildade.
A humildade de Te reconhecer Senhor de tudo,
e também a humildade de Te servir com e em tudo o que me dás.
Não deixes que o inimigo me engane, me
confunda e me afaste de Te servir por um pretenso orgulho, mas sim que,
reconhecendo as minhas fraquezas, eu Te sirva, servindo os outros,
entregando-me sem reservas a Ti, confiando sempre que és Tu que fazes, e se és
Tu que fazes, então tudo está bem feito por Tua graça e apenas e só por Tua
graça.
Humildemente, Senhor, obrigado!
Monte Real, 7 de Março de 2016
Nota: A humildade é o mais perfeito
conhecimento de nós mesmos
(São Bernardo de Claraval)
27ª Reflexão
Trazes, Senhor, ao meu coração a Mãe do Céu, a Mãe que Tu nos deste naquele dia
na Cruz.
E é Ela que me senta ao seu colo e me fala ao coração:
Meu Joaquim, o meu único e grande desejo é mostrar-te Jesus, todos os dias,
desde que te levantas até que te deitas.
Discretamente, como sempre fiz, caminho ao teu lado e vou-te mostrando, com o
coração de Mãe, a presença do meu Filho sempre junto de ti e de todos.
Por vezes estás distraído ou olhas para o lado, quando te surge aquele que não
conheces ou te incomoda, mas Eu chamo-te a atenção para que vejas Jesus no teu
irmão.
Não sou Eu, por vontade dEle, Mãe de todos?
Meu Joaquim, a melhor honraria, a melhor devoção que me podem fazer, é amar
Jesus acima de todas as coisas, fazer em tudo a Sua vontade e só a Ele adorar e
glorificar.
Olho-te nos olhos, e uma lágrima teimosa aparece, quando te peço:
Ajuda-me e ensina-me, Mãe, a amar Jesus acima de todas as coisas e a segui-lO
em tudo e sempre.
Ajuda-me e ensina-me, Mãe, a reconhecer Jesus em cada irmã e cada irmão que
passam na minha vida, seja em que circunstância for, mas sobretudo naqueles que
mais necessitam.
Ajuda-me e ensina-me, Mãe, a fazer sempre tudo o que Ele me disser.
E não cesses nunca, Mãe, de interceder por todos e por mim, junto do teu Filho,
que sempre te ouve, porque pedes sempre segundo a Sua vontade.
Obrigado, Mãe, obrigado!
Monte Real, 8 de Março de 2016
Reflexões quaresmais
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