08 março, 2016

Reflexões Quaresmais




1ª Reflexão


Primeiro dia da Quaresma, após o reconhecimento de que sou apenas pó e cinza, perante Ti, Senhor!

Que reflectir, que meditar, que mudar em tudo aquilo que sou e faço?

Colocas no meu coração a crítica fácil aos outros que, de cabeça baixa, confesso tantas vezes fazer.
Olho eu, por acaso, para os meus defeitos?
Meço-os com o mesmo rigor com que meço os dos outros?
Por acaso tens Tu, Senhor, o mesmo rigor comigo que eu tenho tantas vezes com os outros?

Deixa-me ficar por aqui, Senhor, que já me dói o coração ferido pela minha hipocrisia!
Eu sei, Senhor, que Tu me conheces, que Tu me perdoas, mas preciso muito mais de Ti, para me vencer a mim, fraco que sou.

Por isso este meu primeiro pedido a Ti nesta Quaresma:
Cala em mim, na minha boca, no meu coração, na minha mente, a crítica aos outros, e sempre que ela vier sorrateira fazer-me ceder à tentação, lembra-me com dureza, (peço-Te, Senhor), os meus enormes defeitos e fraquezas, para voltar essa crítica apenas e só para mim próprio.

Obrigado, Senhor, por me ires mostrando caminho!


Monte Real, 11 de Fevereiro de 2016


2ª Reflexão


Inclino-me perante Ti, e pergunto-Te com o coração nas mãos:
E hoje, Senhor, que queres hoje indicar-me como caminho de reflexão neste segundo dia da Quaresma.

E Tu respondes-me com o Teu olhar manso e amoroso:
Quando falas de Mim, quando me anuncias, quando te afadigas a falar e a escrever sobre Mim, tens a certeza que o fazes apenas por Mim?

Oh, Senhor, como me conheces tão bem!
Fazes-me ver com tanta clareza que muitas vezes a minha ânsia de protagonismo, quase se sobrepõe à importância do anúncio do Teu amor, ao anúncio da Tua presença no meio de nós e em nós.
Como se fosse eu importante, e Tu apenas um caminho para a minha “importância”!
Reconheço, Senhor, com uma dor no coração e sobretudo com a vergonha no meu ser, que muitas vezes assim será.
Apenas mitiga esta minha vergonha o saber que, por Tua infinita bondade, apesar deste meu pecado, as palavras e actos que colocas em mim, chegam aos outros isentas dessa minha fraqueza, que apenas recai em mim e só em mim.

Por isso o meu segundo pedido nesta Quaresma:
Perdoa-me, Senhor, e ajuda-me a reconhecer-me nada perante Ti.
Ajuda-me a reconhecer-me servo dos outros e a nada querer para mim, a não ser aquilo que já me dás com tanta abundância: o Teu amor e a Tua abundância de vida.
Apenas e sempre para Tua glória, Senhor, para Tua glória!


Monte Real, 12 de Fevereiro de 2016


3ª Reflexão


Obrigado, Senhor, porque vens ao meu encontro, para me fazer reflectir, sobretudo para me guiar e mostrar sempre mais caminho.

Cheio da Tua infinita paciência, perguntas-me:
Porque não assumes as tuas fraquezas, as tuas culpas, mas pretendes sempre diluí-las com as atitudes dos outros? Afinal, fizeste isto ou aquilo, porque o outro é que te provocou e tu apenas reagiste! A culpa, para ti, nunca é só tua, já percebeste?

Baixo a cabeça!
É verdade, Senhor, tantas vezes tento justificar as minhas fraquezas, tantas vezes tento diluir as minhas culpas, com as atitudes de outros, tentando passar para eles a razão das minhas faltas.
É mais fácil assim, Senhor! Parece que a culpa não é tanta!
Mas ninguém me obriga a proceder erradamente! Só assim procedo porque me deixo levar pelas minhas fraquezas. A fraqueza e a culpa são só minhas, Senhor!

Por isso o meu terceiro pedido nesta Quaresma:
Perdoa-me, Senhor, e ajuda-me a reconhecer a minha fraqueza e a minha culpa.
Afinal, Tu deste a vida por mim, deste a vida por nós, sabendo que a culpa era minha, era nossa, e só nossa, pois em Ti não havia qualquer culpa.
Que o reconhecimento da culpa em mim, me faça reconhecer melhor o Teu infinito perdão.


Marinha Grande, 13 de Fevereiro de 2016


4ª Reflexão


A caridade, Senhor, sim a caridade é o que hoje chamas à minha reflexão.

E perguntas-me, sempre directo mas cheio de amor:
Que dás tu, do que Eu te dou?
Dás apenas o que te sobra, ou vais além disso e dás mesmo aquilo que talvez te faça falta, mas que ao outro faz falta com certeza?
Tens a noção de tudo o que tens e daquilo que ao outro falta?

Ai, Senhor, assim tão directamente é muito difícil!
Não preciso abrir gavetas, nem armários, nem outras coisas sequer, para saber que tenho mais do que preciso.
Com tantas desculpas para mim próprio de como preciso um pouco do meu conforto, pretendo desculpar-me por não dar mais do que aquilo que me sobra!

Peço-Te, Senhor, mais uma vez nesta Quaresma:
Abre o meu coração à verdadeira caridade, aquela que é amor e sendo amor dá-se, procurando para os outros aquilo que quer para si próprio.
Que eu me saiba desprender de mim, das coisas que tenho, para que outros possam ter um pouco mais no menos que têm!

Marinha Grande, 14 de Fevereiro de 2016



5ª Reflexão


Oh, Senhor, desculpa-me mas hoje quase não tive tempo para as orações da manhã.

Cheio de amor, respondes-me:
Já comparaste, meu filho, quanto tempo dedicas a estar comigo, a falar comigo, e o tempo que dedicas a todas as outras coisas da tua vida? O tempo que passas no trabalho, na televisão, no computador, a pensares nos teus sonhos, e o tempo que dedicas a Mim?
E mesmo assim, meu filho, repara como é normalmente sempre cheio de pressa que estás comigo. E, por vezes, nem te lembras de Me incluir nesse tempo de trabalho, de televisão, de computador, nem sequer nos teus sonhos!

Baixo a cabeça envergonhado!
É verdade, Senhor! E também é verdade que sempre que dedico mais tempo a Ti, nunca me falta tempo para o resto.

Hoje quero pedir-Te:
Perdoa-me, Senhor, e ajuda-me e ensina-me a fazer do meu tempo o Teu tempo, ou seja, que o tempo vivido para mim, Te tenha sempre incluído e presente.
Sobretudo no tempo em que estou conTigo, acalma o meu coração, serena a minha pressa, para que esse tempo seja verdadeiramente um tempo de comunhão em que me entregue a Ti e ao discernimento da Tua vontade para a vida que me deste.
Obrigado, Senhor!

Monte Real, 15 de Fevereiro de 2016


6ª Reflexão


Senhor, tantas coisas me vêm à mente que preciso de Te pedir.

Inclinas-Te sobre mim e olhando-me nos olhos, dizes-me:
Sabes, meu filho, Eu gosto que me peças, apesar de Eu saber de tudo o que necessitas. Mas já viste bem quanto me pedes e quanto conversas comigo, apenas para conversarmos, como amigos, (como sabes bem mais do que amigos), que somos?
Quantas vezes dizes que Me amas, e quantas vezes me pedes seja o que for?
Eu amo-te sempre, mas tu precisas alimentar o teu amor por Mim, afirmando-o com o coração, mas também com gestos e orações.

Oh, Senhor, apetece-me dizer como Pedro: «Senhor, Tu sabes que eu te amo!»
Mas depois apercebo-me de quão poucas vezes To digo e demonstro.

Então recebe mais este meu pedido:
Ensina-me, Senhor, a viver o amor, o Teu amor por mim e o meu amor por Ti.
Que eu saiba pedir, mas que também saiba louvar-Te e adorar-Te, não porque Te é devido, mas “apenas” porque Te amo, pois Tu me amaste primeiro.
Que em tudo e em todos, eu Te ame sempre a Ti primeiro.

Glória e louvor a Ti, Senhor!


Monte Real, 16 de Fevereiro de 2016


7ª Reflexão


Oh, Senhor, às vezes não tenho paciência para certas pessoas. São tão “chatas”!

Com um sorriso de amor, respondes-me:
Eu sei, meu filho, porque já algumas vezes quis falar contigo, quis desabafar contigo e tu não me ligaste, porque não tiveste paciência. Algumas vezes precisei que me desses um pouco de atenção, um olhar, um sorriso, talvez até um abraço, mas tu olhaste para o lado e fingiste que não me viste.
É que sabes, Eu sou também essas pessoas “chatas” que referes!
Não estou Eu sempre atento a ti e para ti, mesmo quando te repetes, quando reclamas, quando te lamurias?

É verdade, Senhor, falho tantas vezes em acolher, em ouvir, em amar essas minhas irmãs e irmãos em Cristo, que se cruzam na minha vida.

Peço-Te então:
Abre, Senhor, o meu coração a todas essas pessoas com quem todos os dias me cruzo.
Que eu veja nelas a Tua presença e que seja capaz de acolher, de ouvir, de abraçar, de amar, como Tu o fazes a cada um de nós.
É que às vezes, Senhor, reconheço-o envergonhado, basta um olhar, um sorriso, um pouco de atenção, para fazer um pouco mais feliz a vida de cada um.

Sempre para Te servir, Senhor, servindo os outros.


Monte Real, 17 de Fevereiro de 2016


8ª Reflexão


Senhor, hoje de manhã, ao acordar, pensava se Te sigo verdadeiramente?

Tomas-me pela mão e dizes-me.
Verdadeiramente na maior parte do tempo tu “queres” que Eu te siga e não és tu que Me segues, por vezes até, nem sequer segues a Meu lado, mas vais à minha frente!
Repara quantas vezes Me perguntas se os teus gestos, as tuas acções, os teus testemunhos, são aqueles que Eu quero que faças?
Eu sei que julgas que os teus planos são bons e que portanto deverão partir de Mim. Mas perguntas-te se será mesmo assim?
Pede antes ao Espírito Santo em ti que te ajude a discernir o que é Minha vontade, e o que é tua vontade, para verdadeiramente Me seguires.

Sabes, Senhor, é a ânsia de falar, de fazer, de testemunhar!

Por isso peço-Te:
Leva-me, Senhor, a nada dizer, fazer ou testemunhar, sem antes invocar o discernimento do Espírito Santo, sobre a Vossa vontade.
Faz-me barro mole nas Tuas mãos, para que me deixe moldar segundo a Tua vontade.
Que eu seja nada, para que Tu sejas tudo em mim.
Para Tua glória, Senhor, sempre para Tua glória!


Monte Real, 18 de Fevereiro de 2016


9ª Reflexão


Senhor, pensava hoje de manhã como é fraca a minha confiança em Ti.

Os Teus olhos doces fixam-se em mim:
É verdade, meu filho! Quanto tudo Te corre bem, a tua confiança em Mim é inabalável, mas quando há uma provação um pouco maior, o teu íntimo estremece e enche-se de receio.
E, no entanto, alguma vez te faltei? Verdadeiramente, já alguma vez te faltei em alguma coisa que fosse realmente importante para a tua vida, para a tua felicidade?
Hoje em dia já reconheces que mesmo algumas - Eu sei - terríveis provações que permiti na tua vida, acabaram por te mostrar caminho novo, acabaram por te fazer discernir onde está a verdadeira felicidade. Não temas e confia, pois só quero a tua felicidade.

Ai, Senhor, como sou “duro de cerviz” e por isso preciso que me “proves no cadinho”, para reconhecer a Tua mão na minha vida.

Peço-Te, suplicante:
Ensina-me a confiar no Teu amor, Senhor!
Ensina-me a confiar que, se nos momentos bons estás comigo, nos momentos difíceis me carregas ao colo.
Ensina-me sobretudo, Senhor, a discernir que tudo quanto permites na minha vida tem um propósito, e esse propósito é a minha felicidade, fruto do Teu amor por mim.

Obrigado, Senhor!


Monte Real, 19 de Fevereiro de 2016


10ª Reflexão


Penso na Igreja e nas vezes que A critiquei, por vezes com pessoas que nada tinham a ver com Ela.

Com os olhos entristecidos, Senhor, dizes-me cheio de amor:
É verdade, meu filho, que por vezes criticas a Igreja, não cuidando de perceber em que lugar estás e com quem estás a falar.
E Eu pergunto-te se também criticarias a tua mãe, em espaços públicos, com pessoas que não fossem da tua família?
Porque criticas então a Igreja, Mãe e Mestra, com pessoas que nada têm a ver com Ela, apenas porque não querem? É que assim não constróis e antes pelo contrário afastas ainda mais quem já anda afastado.
Lembra-te que a critica deve ser sempre para ajudar a construir, unir e melhorar, como tal deve ser feita no espaço próprio, que é a própria Igreja.

Reconheço, envergonhado, a minha culpa.
E peço-Te:
Ajuda-me, Senhor, a não fazer critica fácil, que é mais má língua, do que critica construtiva, ou desejo de ganhar melhor conhecimento da Igreja.
Ensina-me, Senhor, a discernir os tempos, os espaços e as pessoas com quem posso falar sobre a Igreja, para obter respostas ou para ajudar a construir e a unir a Tua Igreja.
Enfim, Senhor, ensina-me a ser Igreja.

Para Tua glória, Senhor, sempre para a Tua maior glória.


Marinha Grande, 20 de Fevereiro de 2016


11ª Reflexão


Hoje, Dia do Senhor, reflicto sobre a minha participação na Missa.

Intimamente, perguntas-me:
Já te apercebeste de quantas vezes “estás” na Missa distraído, pensando em tudo menos em Mim, atento a tudo, menos à Minha presença real, ali, para ti? Já te apercebeste de como quantas vezes é rotineiro o modo como “participas” da Missa?
E, no entanto, se estiveres a celebrar alguém que muito te interessa ou que muito amas, estarás atento a todos os pormenores, comprarás o melhor presente e terás as palavras mais elogiosas para aquele que é objecto dessa celebração.
E, Eu, que me dou inteiramente a Ti em cada sacrifício da Missa, porque te amo com amor eterno, não mereço a tua atenção, a tua presença total em tão escassos momentos no cômputo geral da tua vida?

Arrependido, baixo a cabeça!

E suplico-Te:
Ajuda-me e ensina-me, Senhor, a mais do que “estar” ou “participar” na Missa, a celebrar intimamente ligado com a comunidade celebrante, a Tua Paixão, Morte e Ressurreição, sempre presentes em cada Eucarista celebrada.
Senhor, eu não sou digno, mas dá-me Tu a dignidade necessária para Te receber como Alimento Divino que Tu és em cada Eucaristia.
Senhor, faz com que Eu esteja sempre aos pés da Tua Cruz em cada celebração da Eucaristia, em vez de estar misturado com aqueles que “assistem”, sem nada fazer.

Tudo e sempre para Te servir, para melhor servir os outros.


Marinha Grande, 21 de Fevereiro de 2016

12ª Reflexão


Vem ao meu coração a Tua Palavra, Senhor, a leitura, a escuta, o conhecimento, o discernimento.

Colocas a mão no meu coração e dizes-me:
Tu sabes bem, meu filho, que a Minha Palavra é viva!
E, no entanto, por vezes colocas de lado certas passagens, porque achas tu que já as conheces muito bem. Então, sendo a minha Palavra sempre viva e actuante, não tem sempre algo novo a dizer-te, mesmo que já A conheças?
E, meu filho, não queiras interpretar a Minha Palavra apenas com a tua inteligência, ou segundo os teus desejos e vontade. Antes, abre-te ao Espírito Santo, para que seja Ele a conduzir-te na leitura, no conhecimento e no discernimento da Palavra.
E não tenhas medo, mesmo que não te agrade o discernimento que te é dado, porque a Minha Palavra só pode trazer o bem à tua vida.

Digo-Te um obrigado amoroso.
E mais uma vez Te peço:
Envia, Senhor, o Espírito Santo para que seja Ele a conduzir-me em tudo e sobretudo no entendimento da Tua vontade contida na Tua Palavra.
E dá-me, Senhor, a fé e a força, para seguir em tudo o que Ele disser ao meu coração, na certeza de que tudo será Tua graça, para o meu bem e para bem dos outros.

Amen, Senhor, amen!


Monte Real, 22 de Fevereiro de 2016


13ª Reflexão


Veio ao meu coração a Tua chamada de atenção: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas; mas uma só é necessária.»

Com um sorriso meigo, dizes-me:
Pois é, meu filho, já reparaste quantas coisas queres fazer? Em quantas actividades te desdobras? Até poderás ter tempo para todas elas, e até, se aproveitares os dons que te dei, poderás responder a todas elas com benefícios.
Mas quanto tempo dedicas a escutar-Me? Quanto tempo dedicas a entrar no silêncio do Teu coração, sentares-te a Meus pés e escutares o que Eu tenho para te dizer sobre a Tua vida e sobre todas essas actividades?
É que sem isso, meu filho, as muitas actividades que fazes serão muito mais tuas do que Minhas, e assim sendo não darão os frutos que poderiam dar.
Não te esqueças: «Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»

Olho-Te com os olhos cansados, abro-Te as minhas mãos e entrego-me.
E peço-Te humildemente:
Ajuda-me, Senhor, a escutar-Te em cada momento e em cada coisa que me é dada fazer.
Ensina-me, Senhor, a entrar no silêncio e a ficar ali, calado, de coração e mente abertas à Tua voz, ao teu amor, a tudo o que tens para me dizer.
Leva-me, Senhor, a buscar de Ti o amor que devo colocar em tudo o que faço, porque só no Teu amor os frutos acontecem, para Tua glória e para nosso bem.

Calo-me, Senhor, com um imenso obrigado!


Monte Real, 23 de Fevereiro de 2016


14ª Reflexão


Como rezar, Senhor? Como rezar segundo a Tua vontade, Senhor?

Como a uma criança, sentas-me ao Teu colo e dizes-me amorosamente:
Não te ensinei, meu filho, o Pai Nosso? Então já te ensinei como rezares!
Fala comigo do que quiseres e quando quiseres, reconhece que sou o teu Deus, tudo posso e que te amo com amor eterno. Coloca-te nas Minhas mãos, confiadamente, segundo a Minha vontade, acredita que tudo o que for necessariamente bom para a tua vida e para a dos outros, Eu to darei. E depois, cheio de confiança, pede, perseverantemente, e ser-te-á concedido tudo o que te for necessário para ti e para aqueles por quem pedes.
E ama, meu filho, ama!

Ternamente, encosto a minha cabeça ao Teu peito e aí repouso das minhas dúvidas.

E peço-Te em oração confiante:
Já que me ensinas-Te a rezar, Senhor, ajuda-me agora, lembrando-me sempre de que tudo o que faça na minha vida, To devo entregar em oração, para que «tudo em Ti comece e tudo em Ti acabe.»

Que bom é falar contigo, Senhor!


Monte Real, 24 de Fevereiro de 2016


15ª Reflexão


Como ser humilde, Senhor? Como viver a humildade e em humildade?

Sentas-Te a meu lado e dizes-me:
Olha para a Minha Mãe? Tinha o anjo acabado de lhe anunciar que ia ser a Mãe do Filho de Deus, e Ela em vez de se vangloriar, partiu para casa da sua prima servir como “doméstica”.
Não quis honrarias, nem distinções, mas apenas servir o Deus de amor nos outros, fazendo-se nada, para que só a obra de Deus aparecesse.
O que fizeres, meu filho, fá-lo discretamente, sem chamar a atenção para ti, e, se puderes passar sem ninguém se aperceber de algum bem que fazes, guarda-o para ti, e dá graças a Deus na intimidade do teu coração.
A maior humildade consiste em fazer o que João Baptista diz: «É preciso que Ele cresça, e eu diminua.»

Pois, Senhor, raramente assim o faço!

Por isso peço-Te:
Ensina-me a perceber que nada sou sozinho, pois tudo me vem de Ti!
E se tudo me vem de Ti, de nada sou credor, mas apenas devedor das Tuas graças em mim, para os outros.
Que de nada me vanglorie, nem deixe que me vangloriem, mas antes, Senhor, que verdadeiramente Tu apareças e eu desapareça no Teu amor.

Obrigado, Senhor, obrigado!


Monte Real, 25 de Fevereiro de 2016 


16ª Reflexão


Como pedir perdão, Senhor, àqueles que ofendo?

Envolves-me no Teu olhar de compaixão:
Não me pedes tu perdão quando Me ofendes?
Então lembra-te que quando ofendes um dos teus irmãos é a Mim também que ofendes. Vê nesse teu irmão a Minha presença, e assim, ao pedires perdão àquele que ofendeste, é a Mim, também, que pedes perdão.
E não te esqueças que, mesmo que ele não te perdoe, Eu já te perdoei, porque o Meu amor é sempre maior que a tua ofensa.

Em tudo, Senhor, Te fazes presente, para nos levar ao amor e à comunhão.

Peço-Te então:
Ajuda-me, Senhor, a não ofender ninguém, em momento algum e seja porque razão for.
Mas, Senhor, fraco que sou, lembra-me sempre de que quando ofendo alguém, é a Ti mesmo que ofendo, também.
E leva-me a pedir perdão, Senhor, enchendo-me do Teu amor.

Obrigado, Senhor, pelo Teu infinito amor.


Monte Real, 26 de Fevereiro de 2016


17ª Reflexão


E a gratidão, Senhor? Como viver a gratidão?

A alegria baila nos Teus olhos quando me dizes:
Sabes, meu filho, são mais as reclamações do que os agradecimentos, e não devia ser assim.
Mas quando o coração transborda de amor por perceberes que te foi concedido o que precisavas, a tua boca e todo o teu ser abrem-se para agradecer a graça concedida, e as palavras faltam-te, por isso repetes insistentemente: obrigado, obrigado, obrigado!
E esse sentimento, meu filho, vale para as coisas de Deus, mas vale também para tudo o que de bem te fazem os outros, e que os outros fazem de bem à humanidade.
É que só com o agradecimento, só com a gratidão, se torna completo o bem que é dado.
E não te esqueças nunca de todos aqueles que fazem coisas por ti, que intercedem por ti, e tu nem sequer sabes. A todos esses anónimos, envolve numa oração de intercessão, entregando-os, e pedindo por eles a Deus.
Da reclamação vem amargura à vida. Da gratidão só vem o bem-estar à vida.

Sabes, Senhor, lembro-me sempre do meu pai me falar da gratidão! Percebo-o ainda melhor, agora.

Peço-Te, Senhor:
Abre o meu coração e a minha vida à gratidão!
Que eu nunca me esqueça de agradecer verdadeiramente a todos aqueles que fazem o bem, a mim e aos outros. Que por eles eu interceda nas minhas orações diárias.
E a Ti, Senhor, que em tudo e sempre dê graças, até mesmo por aquilo que agora possa ainda não entender.

Obrigado, Senhor, obrigado!


Marinha Grande, 27 de Fevereiro de 2016


18ª Reflexão


Hoje ao acordar vinha ao meu coração a conversão. O que é a conversão, Senhor?

Tomas-me pela mão e levas-me a passear pela vida:
Lembras-te daquela figueira que não dava fruto? Eu não a queria transformar numa outra árvore qualquer, mas apenas que a mesma figueira desse o fruto que lhe era intrínseco.
O mesmo se passa contigo e com todos.
Eu não quero um Joaquim que seja diferente daquele Joaquim que Eu criei. Eu quero um Joaquim completo, com todo o seu passado e todo o seu presente, preparando o seu futuro.
Um Joaquim que, por força de se abrir à minha Palavra, de se deixar “regar” pela oração, de se alimentar dos sacramentos, faça uso de todos os dons que lhe dei para Me servir, servindo os outros e assim servir a vida que lhe dei.
Não um Joaquim diferente, mas o mesmo Joaquim com novas prioridades, que começam no amor e acabam na felicidade eterna.
Um Joaquim que chore lágrimas de alegria porque encontrou o caminho, e não um Joaquim que chore lágrimas de tristeza porque se perdeu num caminho sem sentido.
A conversão, meu filho, é encontrares-te em Mim e para Mim, e cheio de Mim para os outros.
A conversão, meu filho, é trabalho diário e leva-te à felicidade da vida em abundância, que permanentemente te dou.

Agarro-me ainda com mais força à Tua mão, pois não a quero largar.

E peço-Te com lágrimas de alegria nos olhos:
Converte-me, Senhor, ou melhor, leva-me à conversão.
Leva-me a fazer do meu passado um ensinamento para o presente e para o futuro, para que não caía nos mesmos erros, mas antes eles sirvam de testemunho para mim e para outros do que é uma vida sem sentido, sem Ti.
Como à figueira, Senhor, poda o que tem de ser podado, rega o que tem de ser regado, para que eu dê fruto, o fruto da Tua vontade de amor.

Para Tua glória, Senhor, hoje e sempre para Tua Glória!


Marinha Grande, 28 de Fevereiro de 2016


19ª Reflexão


E o arrependimento, Senhor, o que é o arrependimento?

Inclinas-Te sobre mim, (porque todo Tu és humildade), e dizes-me cheio de amor:
Quando abres o coração ao Meu amor, ele enche-se de amor, por Mim e pelos outros.
Quando Me ofendes ou ofendes alguém, o amor fica ferido, abre uma brecha no teu coração, e chora.
As lágrimas do amor ferido por uma ofensa praticada, são o arrependimento.
Não as consegues reter, porque elas vêm do amor e são a expressão da dor do amor que feriu alguém e por isso se rompeu.
Só podem secar pelo perdão que Eu te ofereço, permanentemente, perante a tua admissão da ofensa e o teu propósito de emenda, para comigo e para com os outros.

Chora, meu coração que tanto ofendes! Alegra-te, meu coração, que és perdoado!

Peço-Te, Deus de perdão:
Abre o meu coração ao Teu amor, para que ele fique cheio apenas e só do Teu amor.
Fá-lo chorar quando Te ofende ou ofende o meu irmão.
E depois, Senhor, leva-me à confissão da ofensa, ao propósito sério de emenda, para que alcance o Teu perdão e o perdão daqueles a quem ofendi, para que refeito o amor no meu coração, eu possa ter testemunha do Teu amor em mim.

Nas Tuas mãos me entrego, Senhor, porque só em Ti encontro o verdadeiro amor!


Monte Real, 29 de Fevereiro de 2016


20ª Reflexão


Entro no meu coração, Senhor, e nada encontro daquilo que queres que eu hoje reflicta neste meu caminho quaresmal.

Chamas-me pelo meu nome e dizes-me para caminhar ao Teu lado:
Hoje, meu filho, quero apenas que passes o dia comigo, gozando da minha companhia e Eu da tua.
Sabes como são importantes aqueles momentos em que os namorados dão as mãos e se ficam a olhar longamente, como para melhor se conhecerem, para melhor se amarem?
Eu já te conheço em tudo e sempre, e já te amo com amor eterno, por isso hoje quero que tu me dês as mãos também, olhes para Mim longamente, que caminhes ao meu lado em silêncio, gozando apenas a Minha presença, e assim Me possas conhecer melhor, agora não pela só razão, mas com o coração, com o sentimento, com a emoção de saberes que Eu estou aqui sempre em ti e contigo.

Faço silêncio, dou-Lhe as mãos e peço baixinho:
Obrigado, Senhor, faz-me sentir a Tua presença na vida que me deste, e mesmo que Eu não Te sinta, (por qualquer razão que agora não posso perceber), aumenta o meu amor por Ti, para que Te ame cada vez mais e cada vez mais melhor Te conheça.

É bom, Senhor, muito bom, caminhar contigo de mãos dadas.


Monte Real, 1 de Março de 2016


21ª Reflexão


Hoje, Senhor, reflicto se sou Igreja ou se pertenço à igreja?

Pacientemente, respondes-me:
Meu filho, se és Igreja, então fazes parte dEla, és construção com Ela, és “pedra viva” dEla, e por isso a tua vida é conforme a Igreja e o que Ela te diz, porque a tua vida é então também vida da Igreja.
Se pertences à Igreja, então não fazes parte dEla, mas apenas Lhe pertences vendo-A como coisa mais dos homens do que de Deus. Assim aceitas a Igreja enquanto Ela não colidir com aquilo que tu pensas e queres ser, mas se por qualquer motivo não te agradar, (e os homens da Igreja têm defeitos, claro), rapidamente te afastas e a menosprezas, porque Ela não é a tua vida, porque tu verdadeiramente não és vida de Igreja.
A tua vida discute-la, reflectes sobre ela, também com aqueles que te são próximos, para a tornar melhor, mas não desistes dela, porque não te pertence, pois pertence a Deus.
A Igreja, se és Igreja, é tua vida também, por isso reflectes sobre Ela, discute-lA com os outros membros da Igreja, para A tornar melhor, mas não desistes dEla, porque não te pertence, pertence a Deus que é a tua vida também.

Deixo-me ficar em silêncio, e peço-Te:
Senhor, ensina-me a ser Igreja!
Ensina-me a formar a minha vida em Igreja, para que a Igreja seja minha vida também.
Ensina-me e ajuda-me a construir a Igreja com os dons e talentos que me dás graciosamente, (sejam muitos ou poucos), e leva-me a obedecer em amor, para que ame a Igreja, como Te amo a Ti.
Que eu perceba sempre que a Igreja é feita pelos homens, mas que vinda de Ti, vai muito para lá dos homens, porque é Una, Santa, Católica e Apostólica.

Obrigado, Senhor, pela Tua Igreja, que nos deste.


Monte Real, 2 de Março de 2016


22ª Reflexão


Nesta caminhada quaresmal, trazes ao meu coração a obediência.

Colocas-me a mão sobre os ombros e caminhando juntos, dizes-me:
Sabes, meu filho, como a obediência é uma virtude hoje em dia mal percebida, vista quase como um sinónimo de fraqueza.
E não é assim! A obediência dos filhos de Deus, a obediência do ser Igreja, exige pelo contrário, uma força e uma coragem empenhadas e constantes.
Mas não é uma obediência cega, mas sim uma obediência de confiança no amor de Deus e como tal uma obediência de amor e por amor. Por isso mesmo, é iluminada e fortalecida pelo Espírito Santo que se derrama em vós.
E dessa obediência vem a paz, a serenidade, a confiança, a esperança, a salvação, enfim o amor na sua plenitude.
Repara que foi por obediência de amor ao Pai e por amor a vós, que Me entreguei totalmente por ti e por todos os outros, e por isso mesmo, dessa obediência veio a libertação da lei do pecado que conduz à morte, dessa obediência veio a Salvação para ti e para todos.


Fito-Te nos Teus olhos amorosos e peço-Te:
Ensina-me, Senhor, a obediência.
Não a obediência cega, sem sentido, mas a obediência de amor, por acreditar que nada do que me pedes vai para além das forças que me dás e, sobretudo, porque essa obediência é sempre o melhor para mim e para os outros, no caminho da salvação que por Tua graça nos dás.

Obrigado, Senhor, pela virtude da obediência.


Monte Real, 3 de Março de 2016

23ª Reflexão


Hoje, Senhor, trazes a consciência à minha reflexão diária.

Docemente, como sempre fazes, dizes-me ao coração:
Sabes, meu filho, como se fala sempre de que a consciência está primeiro e deve reger a vida de cada um. E é verdade, mas a consciência deve ser formada, (embora ela esteja no coração do homem como uma lei escrita pelo próprio Deus), ou seja, deve ser uma recta consciência.
A consciência, sobretudo do cristão, deve ser formada no amor de Deus, no dom da Fé e na Doutrina da Igreja, porque só assim, a consciência nos pode guiar segundo a vontade de Deus. Por isso o homem deve procurar sempre a verdade e o bem.
E, meu filho, se tens que tomar uma decisão e pretendes iluminar a tua consciência segundo a verdade e o bem, procura conselho, mas não procures inúmeros conselhos até encontrares um coincidente com a tua vontade, porque então estarás a tentar enganar a tua consciência, procurando fazer a tua vontade e não a vontade de Deus escrita indelevelmente na tua consciência.

Fico a meditar no que me dizes, e peço-Te:
Leva-me, Senhor, a procurar formar a minha consciência segundo a verdade e o bem, segundo a Tua vontade.
Que eu não queira nunca manipular a minha consciência para fazer a minha vontade, mas sim que procure sempre o bom conselho e o siga, mesmo que me custe e não seja aquilo que eu julgo desejar para a minha vida.
Que eu deixe sempre o Espírito Santo iluminar a minha consciência para que em tudo eu faça apenas e só a Tua vontade.

Obrigado, Senhor, pela consciência que me dás e dás a cada um.


Monte Real, 4 de Março de 2016

Nota: Para melhor reflexão pelo menos um texto. O número 16 da Constituição Pastoral Gaudium et Spes


24ª Reflexão


Hoje, Senhor, a minha reflexão nesta caminhada quaresmal é acção de graças!

Quero dar-Te graças, Senhor, pela oração que ainda neste momento, de uma ponta à outra na terra, a pedido do Teu Vigário, o Papa Francisco, se eleva aos Céus, se move na direcção do Teu Coração de amor, para que a humanidade se reencontre em Ti, por Ti e para Ti.

Quero dar-Te graças pelas horas que passámos, que passei, em adoração na Tua Presença Eucarística, fonte de graças infindas, fonte de amor inesgotável, fonte de paz indelével, fonte de alegria serena e constante.

Quero dar-Te graças por todos os corações, todas as vidas, que durante esta oração tocaste e vais tocando, levando-os a descobrir em Ti o verdadeiro sentido da vida, a maravilhosa paternidade de sermos Teus filhos, de sermos Tua herança, a descobrir o verdadeiro amor que faz de todos os homens irmãos em Ti, Senhor Nosso Deus, que fazes de nós comunhão contigo e connosco.

Quero dar-Te graças, Senhor, porque acredito, porque acreditamos firmemente que, talvez bem perto de mim ou talvez no ponto mais recôndito da terra, Tu abençoas nestes momentos de oração, tanta gente que necessita de amor, porque é perseguida, (seja em Teu Nome, ou por qualquer outra razão), porque se sente só e sem ninguém, porque nada tem que possa chamar seu, porque tem fome e sede, porque quer desistir da vida, porque não tem um simples abraço, um simples beijo, um simples sorriso, um simples “bom dia”.

Quero dar-Te graças, Senhor, porque hoje e nesta oração, o mundo que criaste em amor se aproximou um pouco mais de Ti à procura do Teu amor, que derramas sem cessar sobre toda a humanidade.

Quero dar-Te graças, Senhor, pela Igreja que congrega os homens nesta oração ao Deus que tudo pode e a Quem nada é impossível.

Quero dar-Te graças, Senhor, apenas e só dar-Te graças hoje e continuamente em todo o tempo.

Amen.

Marinha Grande, 5 de Março de 2016


25ª Reflexão


Hoje, Senhor, vêm ao meu coração todos os meus defeitos, ou pelo menos aqueles que consigo reconhecer com mais facilidade.

E abro-Te o coração!

Sou orgulhoso, vaidoso, inconstante, impaciente, por vezes mentiroso, invejoso, crítico sem procurar ajudar, uso da má língua, por vezes, sem me importar do mal que ela faz, procuro muitas vezes mais a minha consolação do que os outros consolar, não dou mais do que me sobra, com medo de que me falte, confio em Ti nas coisas fáceis mas nas difíceis por vezes  duvido, espero em Ti, muitas vezes duvidando do  meu esperar, dou testemunho, muitas vezes chamando mais a atenção para mim, do que para Ti a Quem quero testemunhar, rezo por vezes rotineiramente e outras vezes nem sequer quero rezar, e sou pecador, Senhor, muito pecador e muitas vezes me deixo pecar.

Abres-me os braços, chamas-me a Ti e dizes-me num imenso sorriso:
E Eu amo-te, meu filho, com amor eterno. Com um amor muito maior do que todos os teus defeitos, do que todas as tuas faltas, do que todos os teus pecados.

Prostro-me diante de Ti e peço-Te:
Ajuda-me e ensina-me, Senhor, a reconhecer sempre o meu pecado, a reconhecer sempre como sou pecador.
Mas sobretudo, Senhor, ajuda-me e ensina-me a acreditar inabalavelmente no Teu amor e a confiar constantemente que em cada regresso à casa do Teu perdão, Tu fazes a festa do filho pródigo que a Ti regressa.

Obrigado, Senhor, agora e sempre, obrigado!


Marinha Grande, 6 de Março de 2016


26ª Reflexão


Hoje, Senhor, trazes ao meu coração a humildade.

Olhas-me nos olhos e dizes-me:
Meu filho, a humildade é uma virtude inestimável que Eu posso ver, mas aos homens é bem mais difícil perceber.
A humildade não é a negação dos dons e talentos que cada um tem, mas o reconhecimento de que os mesmos são graça Minha à vida de cada um, e assim sendo, devem ser usados constantemente, nunca para orgulho ou elogio do próprio, mas sim como testemunho das maravilhas que Deus faz em cada um.
Por isso a humildade é também disponibilidade permanente para os outros, e também, e ainda, o reconhecimento sereno das fraquezas que cada um, como pecador que é, tem.
Cuidado, meu filho, com a falsa humildade que o inimigo pode instilar no coração de cada um, levando-o a não fazer uso dos dons e talentos que por graça lhe dou para Me servir, servindo os homens, sob a “capa” de que seria um pretenso orgulho fazer uso desses mesmos dons e talentos.
Lembra-te ainda, que o testemunho que cada um dá de Mim e do meu amor, parte sempre de Mim, e por isso Eu o posso fazer chegar aos corações dos que Me procuram, isento das fraquezas de quem dá esse testemunho.

Humildemente baixo a cabeça e peço-Te:
Ensina-me, Senhor, a humildade.
A humildade de Te reconhecer Senhor de tudo, e também a humildade de Te servir com e em tudo o que me dás.
Não deixes que o inimigo me engane, me confunda e me afaste de Te servir por um pretenso orgulho, mas sim que, reconhecendo as minhas fraquezas, eu Te sirva, servindo os outros, entregando-me sem reservas a Ti, confiando sempre que és Tu que fazes, e se és Tu que fazes, então tudo está bem feito por Tua graça e apenas e só por Tua graça.

Humildemente, Senhor, obrigado!


Monte Real, 7 de Março de 2016

Nota: A humildade é o mais perfeito conhecimento de nós mesmos
(São Bernardo de Claraval)


27ª Reflexão
 

Trazes, Senhor, ao meu coração a Mãe do Céu, a Mãe que Tu nos deste naquele dia na Cruz.
E é Ela que me senta ao seu colo e me fala ao coração:
Meu Joaquim, o meu único e grande desejo é mostrar-te Jesus, todos os dias, desde que te levantas até que te deitas.
Discretamente, como sempre fiz, caminho ao teu lado e vou-te mostrando, com o coração de Mãe, a presença do meu Filho sempre junto de ti e de todos.
Por vezes estás distraído ou olhas para o lado, quando te surge aquele que não conheces ou te incomoda, mas Eu chamo-te a atenção para que vejas Jesus no teu irmão.
Não sou Eu, por vontade dEle, Mãe de todos?
Meu Joaquim, a melhor honraria, a melhor devoção que me podem fazer, é amar Jesus acima de todas as coisas, fazer em tudo a Sua vontade e só a Ele adorar e glorificar.
Olho-te nos olhos, e uma lágrima teimosa aparece, quando te peço:
Ajuda-me e ensina-me, Mãe, a amar Jesus acima de todas as coisas e a segui-lO em tudo e sempre.
Ajuda-me e ensina-me, Mãe, a reconhecer Jesus em cada irmã e cada irmão que passam na minha vida, seja em que circunstância for, mas sobretudo naqueles que mais necessitam.
Ajuda-me e ensina-me, Mãe, a fazer sempre tudo o que Ele me disser.
E não cesses nunca, Mãe, de interceder por todos e por mim, junto do teu Filho, que sempre te ouve, porque pedes sempre segundo a Sua vontade.
Obrigado, Mãe, obrigado!
 
Monte Real, 8 de Março de 2016


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