(RV) Na
manhã de Quinta-Feira Santa o Papa Francisco celebrou na Basílica de S.
Pedro a Missa Crismal. Nesta celebração foram abençoados os óleos dos
catecúmenos e dos enfermos.
Na sua homilia o Santo Padre sublinhou “dois âmbitos nos quais o Senhor se excede na sua misericórdia”:
o encontro e o perdão. O encontro que podemos contemplar “estupefactos”
na parábola do Pai Misericordioso. Um encontro que se faz festa numa
misericórdia que “restaura tudo” e restitui dignidade. E nós, fazemos
festa depois de nos termos confessado? – perguntou o Papa.
O outro âmbito onde vemos que Deus se excede “numa Misericórdia cada vez maior, é o próprio perdão”
– afirmou o Santo Padre. “O Senhor deixa que a pecadora perdoada Lhe
lave, familiarmente, os pés com as suas lágrimas. Logo que Simão Pedro
se confessa pecador pedindo-Lhe para Se afastar dele, Jesus eleva-o à
dignidade de pescador de homens” – disse Francisco que revelou qual deve
ser a nossa resposta a tanto perdão do Senhor:
“A nossa resposta ao perdão superabundante do Senhor deveria
consistir em manter-nos sempre naquela saudável tensão entre uma
vergonha dignificante e uma dignidade que sabe envergonhar-se: atitude
de quem procura, por si mesmo, humilhar-se e abaixar-se, mas é capaz de
aceitar que o Senhor o eleve para benefício da missão, sem se comprazer.”
As palavras e os gestos de Jesus fazem “com que se revele aquilo que
cada homem e mulher traz no coração” – afirmou o Santo Padre recordando a
recusa dos conterrâneos de Jesus de o aceitarem e as palavras do velho
Simeão a Maria que profetizava o “sinal de contradição” que é Jesus.
“E precisamente onde o Senhor anuncia o evangelho da
Misericórdia incondicional do Pai para com os mais pobres, os mais
marginalizados e oprimidos, aí somos chamados a escolher, a combater o
bom combate da fé” – afirmou o Papa Francisco exortando os
sacerdotes a viverem a dinâmica do bom Samaritano que “usou de
misericórdia”: “comoveu-se, aproximou-se do ferido, faixou as suas
feridas, levou-o para a pousada, pernoitou e prometeu voltar para pagar o
que tivessem gasto a mais. Esta é a dinâmica da Misericórdia, que
encadeia um pequeno gesto noutro e, sem ofender nenhuma fragilidade,
vai-se alargando aos poucos na ajuda e no amor” – disse o Papa.
Os sacerdotes, são testemunhas e ministros da Misericórdia cada vez
maior do nosso Pai – afirmou o Papa Francisco dizendo aos sacerdotes
para se identificarem com o povo descartado e a evitarem excessos de
“teologias complicadas” ou de “espiritualidades sem compromissos”.
“E Jesus vem resgatar-nos, fazer-nos sair, para nos
transformar de pobres e cegos, de prisioneiros e oprimidos em ministros
de misericórdia e consolação” – afirmou o Santo Padre no final da sua homilia.
(RS)
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