(RV) 20
de março, Domingo de Ramos: a Igreja celebra a entrada de Jesus em
Jerusalém e na sua homilia o Papa Francisco falou da aniquilação e
humilhação de Jesus. Numa reflexão sobre os momentos da Paixão de Cristo
destaque especial para as palavras do Santo Padre sobre a atual
situação de tantos refugiados que esperam que alguém tome “a
responsabilidade do seu destino”.
Milhares de fiéis participaram na Missa no Domingo de Ramos, que foi
precedida pela tradicional procissão na Praça S. Pedro , decorada com
cerca de 10 mil plantas. Começaram, assim as celebrações da Semana Santa
neste ano de 2016.
Francisco começou por se referir ao entusiasmo do acolhimento que foi
feito a Jesus com ramos de palmeira e oliveira e que todos os fiéis
repetiram na Praça de S. Pedro acolhendo Jesus que “deseja entrar nas
nossas cidades e nas nossas vidas” – afirmou – um Jesus que “nos salva
das amarras do pecado, da morte, do medo e da tristeza”.
E Jesus ensina-nos o caminho a seguir com um primeiro gesto: o do
“Lava-Pés” baixando-se “até aos pés dos discípulos, como somente os
servos faziam”.
Mas esta atitude foi só o início da humilhação de Jesus que se torna
extrema na sua Paixão: “é vendido por trinta moedas de prata e traído
com um beijo por um discípulo que escolhera e chamara amigo. Quase todos
os outros fugiram e O abandonaram; Pedro renega-O três vezes no pátio
do Sinédrio. Humilhado na alma com zombarias, insultos e escarros, sofre
no corpo violências atrozes: as cacetadas, a flagelação e a coroa de
espinhos tornam irreconhecível o seu aspeto. Sofre também a infâmia e a
iníqua condenação das autoridades, religiosas e políticas: é feito
pecado e reconhecido injusto. Depois, Pilatos envia-o a Herodes, e este
devolve-O ao governador romano: enquanto Lhe é negada toda a justiça,
Jesus sente na própria pele também a indiferença, porque ninguém se quer
assumir a responsabilidade do seu destino.” Neste momento da sua
homilia o Papa Francisco recordou a atual situação dos refugiados:
“E penso em tanta gente, em tantos marginalizados, em tantos
refugiados e digo-lhes: que são tantos os que não querem tomar a
responsabilidade do seu destino.”
No caminho da Paixão de Cristo, a multidão que o aclamara “troca os
louvores por um grito de condenação” mas Jesus porém, “reza e
entrega-Se: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”.
“Pode parecer-nos muito distante o modo de agir de Deus”- disse
Francisco – ao vermos Jesus que “Se aniquilou por nós, quando vemos que
já sentimos tanta dificuldade para nos esquecermos um pouco de nós
mesmos”. O Santo Padre afirmou que somos chamados a escolher o caminho
de Jesus, “o caminho do serviço, da doação, do esquecimento de nós
próprios”, contemplando nesta Semana Santa a “Cátedra de Deus”
“Convido-vos nesta semana a contemplar a “Cátedra de Deus”, para
aprender o amor humilde, que salva e dá a vida, para renunciar ao
egoísmo, à busca do poder e da fama.”
Fixemos o olhar em Jesus – disse o Papa na conclusão da sua homilia e
“peçamos a graça de compreender algo da sua aniquilação por nós;
reconheçamo-Lo Senhor da nossa vida e respondamos ao seu amor infinito
com um pouco de amor concreto.”
(RS)
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