(RV) 11 de
março: na manhã do sexto e último dia dos Exercícios Espirituais para o
Papa e para a Curia Romana, teve lugar em Ariccia na Casa do Divino
Mestre, a última meditação do padre Ermes Ronchi que refletiu partindo
da pergunta do texto de S. Lucas: “Maria disse ao Anjo: como será isso
se eu não conheço homem?” (Lc 1, 34)
“O primeiro anúncio de graça do Evangelho foi entregue à normalidade
de uma casa”, ou seja, ao lugar onde cada um é si próprio. É ali que
Deus nos encontra e nos toca” – afirmou o padre Ronchi que recordou as
palavras de Santa Teresa de Ávila às suas monjas: “Deus está entre as
panelas, na cozinha”. Deus no território da proximidade. Se não sentimos
Deus nas coisas simples não encontramos Deus na vida.
“A mulher de Nazaré como dona de casa lança-nos um desafio enorme:
passar de uma espiritualidade que se fundamenta na lógica do
extraordinário para a mística do quotidiano” – afirmou o padre Ronchi –
uma fé que é alegria:
“A nós que estamos cobertos de gravidade e de peso, e de
responsabilidades também, Maria recorda que a fé ou é alegria, confiança
ou não é.”
Maria é uma mulher que crê no amor e o anjo foi mandado a uma virgem,
prometida esposa de um homem chamado José. Segundo o Evangelista Lucas,
a anunciação é feita a Maria e segundo Mateus, a José.
“Se sobrepomos os dois Evangelhos vemos com alegria que o anúncio é
feito ao casal, ao esposo e à esposa juntos, ao justo e à virgem
apaixonados” – observou o padre Ronchi.
Deus fala dentro da família – assinalou o pregador – e Maria sabe
dirigir-se a Deus perguntando o que lhe irá acontecer. Ter perplexidades
e fazer perguntas é “uma maneira de estar diante do Senhor” e é um
sinal de esperança “ver como no Povo de Deus continuam a crescer as
perguntas, já ninguém se contenta com respostas e palavras já ouvidas,
com respostas prontas, querem entender, ir ao fundo, querem fazer
própria a fé” – afirmou o padre Ermes Ronchi na conclusão dos Exercícios
Espirituais declarando que “sem o corpo de Maria o Evangelho perde
corpo” e finalizou dizendo que “todos os cristãos são chamados a ser
mães de Deus, porque Deus precisa sempre de vir ao mundo”.
(RS)
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