12 março, 2016

P. Ronchi: Maria recorda que a fé é alegria, ou não é fé


(RV) 11 de março: na manhã do sexto e último dia dos Exercícios Espirituais para o Papa e para a Curia Romana, teve lugar em Ariccia na Casa do Divino Mestre, a última meditação do padre Ermes Ronchi que refletiu partindo da pergunta do texto de S. Lucas: “Maria disse ao Anjo: como será isso se eu não conheço homem?” (Lc 1, 34)

“O primeiro anúncio de graça do Evangelho foi entregue à normalidade de uma casa”, ou seja, ao lugar onde cada um é si próprio. É ali que Deus nos encontra e nos toca” – afirmou o padre Ronchi que recordou as palavras de Santa Teresa de Ávila às suas monjas: “Deus está entre as panelas, na cozinha”. Deus no território da proximidade. Se não sentimos Deus nas coisas simples não encontramos Deus na vida.

“A mulher de Nazaré como dona de casa lança-nos um desafio enorme: passar de uma espiritualidade que se fundamenta na lógica do extraordinário para a mística do quotidiano” – afirmou o padre Ronchi – uma fé que é alegria:

“A nós que estamos cobertos de gravidade e de peso, e de responsabilidades também, Maria recorda que a fé ou é alegria, confiança ou não é.”

Maria é uma mulher que crê no amor e o anjo foi mandado a uma virgem, prometida esposa de um homem chamado José. Segundo o Evangelista Lucas, a anunciação é feita a Maria e segundo Mateus, a José.

“Se sobrepomos os dois Evangelhos vemos com alegria que o anúncio é feito ao casal, ao esposo e à esposa juntos, ao justo e à virgem apaixonados” – observou o padre Ronchi.

Deus fala dentro da família – assinalou o pregador – e Maria sabe dirigir-se a Deus perguntando o que lhe irá acontecer. Ter perplexidades e fazer perguntas é “uma maneira de estar diante do Senhor” e é um sinal de esperança “ver como no Povo de Deus continuam a crescer as perguntas, já ninguém se contenta com respostas e palavras já ouvidas, com respostas prontas, querem entender, ir ao fundo, querem fazer própria a fé” – afirmou o padre Ermes Ronchi na conclusão dos Exercícios Espirituais declarando que “sem o corpo de Maria o Evangelho perde corpo” e finalizou dizendo que “todos os cristãos são chamados a ser mães de Deus, porque Deus precisa sempre de vir ao mundo”.

(RS)

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