(RV) habitualmente, respondeu às perguntas dos jornalistas.
As rugas do Velho Continente, que perdeu o valor da juventude,
espelham-se na frescura balsâmica da América Latina: é esta a ajuda
jovem do povo e da Igreja da ‘outra parte do mundo’ da qual provém o
Papa, e que pode oferecer às terras que deixaram de fazer filhos e
futuro.
O Papa afirmou que “a Igreja latino-americana tem uma grande riqueza:
“é uma igreja jovem e é isso que nós devemos aprender e corrigir, e
estes povos jovens dão-nos força nisto.”
Respondendo a uma pergunta sobre a próxima viagem a Cuba e EUA, o
Santo Padre afirmou não ter havido propriamente uma mediação do
Vaticano, no acordo entre os dois países, mas algumas pequenas ações
concretas. O mérito é da boa vontade dos dois países:
“ Não foi uma mediação, foi a boa vontade dos dois países, o mérito é deles, nós não fizemos quase nada.”
Sobre a situação financeira da Grécia o Papa Francisco referiu que o
caminho das dívidas e dos empréstimos não têm mais fim, sendo necessário
“encontrar um caminho para resolver o problema grego e também um
caminho de vigilância para não recair em outros países o mesmo
problema.”
Sobre o presente recebido do presidente da Bolívia, Evo Morales, que
representa uma foice e um martelo com um crucifixo cravado no meio dessa
peça, o Santo Padre reafirmou tratar-se de uma obra do Padre Espinal,
“uma arte de protesto, mas que eu não conhecia e não me ofende” –
afirmou o Papa que explicou que o Padre Espinal era escultor e poeta e
que perfilhava uma das linhas da Teologia da Libertação, das várias que
havia nos anos 70 e 80 e que fazia “uma análise marxista da realidade”. É
uma obra enquadrada numa “arte de protesto” – sublinhou o Papa
Francisco.
Questionado sobre a falta de mensagens direcionadas para a classe
média, o Santo Padre referiu ser algo sobre que vai pensar, não deixando
de salientar que o mundo está, hoje em dia, muito polarizado entre os
ricos e os muitos pobres, e os pobres estão no coração do Evangelho.
Neste encontro com os jornalistas ainda uma pergunta sobre a grande
vivacidade do Papa Francisco no seu pontificado e, em particular, nesta
viagem, e para a qual o Santo Padre respondeu com bom humor: “o mate
(chá) ajuda-me. Mas não provei a coca. Isso é claro.” (RS)
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