11 julho, 2015

Missa no Santuário de Caacupé: Maria é mãe sempre ao lado dos filhos



RV) Terminada a visita ao Hospital Pediátrico “Niños de Acosta Ñú” o Papa Francisco dirigiu-se ao Santuário Mariano de Caacupé, onde presidiu à Eucaristia, com Missa votiva da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria, e cantos em espanhol e língua indígena guaraní.

Na sua homilia o Papa começou por sublinhar a importância do Santuário como casa de todos os crentes, um lugar de festa, de encontro, de família, lugar onde se vai para pedir perdão para recomeçar de novo, e para lá se leva a vida concreta e se renovam as energias para viver a alegria do evangelho. E falando do Santuário de Caacupé, disse o Papa:

“Muitos baptismos, muitas vocações sacerdotais e religiosas, muitos namoros e matrimónios nasceram aos pés da nossa Mãe. Muitas lágrimas e despedidas. Vimos sempre com a nossa vida, porque aqui estamos em casa e o melhor de tudo é saber que há alguém que nos espera”.

Tal é a importância do Santuário de Caacupé para o povo paraguaio. E, comentando a passagem do Evangelho, Francisco falou de Maria que disse "sim" ao projecto, à vontade de Deus, um "sim" que não foi nada fácil de viver, disse o Papa, porque não lhe encheu de privilégios mas, pelo contrário,  “uma espada trespassaria a sua alma”, como lhe disse Simeão no Templo. Mas nós vemos nela uma verdadeira mãe que nos ajuda a manter vivas a fé e a esperança no meio de situações complicadas, ela é a mulher de fé, é a Mãe da Igreja, e a  sua vida é a prova de que Deus não decepciona, não abandona o seu povo, mesmo que haja momentos ou situações em que parece que Ele não está lá, disse o Papa Francisco percorrendo em seguida, brevemente, os três momentos difíceis na vida de Maria: no nascimento de Jesus em que, para acolher o filho, o único lugar disponível era um estábulo de animais; a fuga para o Egipto, pois a sua vida estava em perigo e tiveram de ser migrantes pela ganância e a avareza do imperador; e a morte na cruz:

“Não deve haver situação mais difícil para uma mãe do que acompanhar a morte de um filho. São momentos lancinantes. Lá, ao pé da cruz, vemos Maria, como qualquer mãe, firme, sem abandonar, mas acompanhando o seu filho até ao momento extremo da morte e morte de cruz. E aqui também ela poderia ter-se perguntado: Mas onde está aquilo que o Anjo Me disse? Mas em seguida a vemos contendo e sustentando os discípulos”.

E Maria quis permanecer no meio do seu Povo – prosseguiu o Papa -  com os seus filhos, com a sua família, sempre seguindo Jesus, do lado da multidão. Não tem um programa próprio, não vem para nos dizer nada de novo, mas apenas que a sua fé acompanha a nossa fé. Ela sempre esteve e continua a estar nos nossos hospitais, nas nossas escolas, nas nossas casas. Esteve e continua a estar connosco no trabalho e no caminho. Esteve e continua a estar na mesa de cada casa. Esteve e continua a estar na formação da Pátria, fazendo de nós uma Nação. Sempre com uma presença discreta e silenciosa: no olhar de uma efígie de uma pequena imagem ou uma medalha. Sob o sinal de um rosário, sabemos que não estamos sozinhos.

E por último o Papa referiu-se particularmente às mulheres e mães do Paraguai que, com muita coragem e abnegação, souberam levantar um País destruído e submerso pela guerra:

“E quero referir-me de modo especial a vós, mulheres e mães paraguaias que, com grande coragem e abnegação, soubestes levantar um país derrotado, afundado, submerso pela guerra. Vós tendes a memória, o DNA daquelas que reconstruíram a vida, a fé, a dignidade do seu povo. Como Maria, vivestes situações muito, muito difíceis que, vistas sob uma lógica comum, poriam em causa toda a fé. Pelo contrário vós, como Maria, impelidas e sustentadas pelo seu exemplo, continuastes crentes, inclusive «com uma esperança para além do que se podia esperar» … Deus abençoe e anime a vossa fé, Deus abençoe a mulher paraguaia, a mais gloriosa da América”.

E Francisco terminou com um apelo a não perder a memória, as raízes, os inúmeros testemunhos que receberam de povo crente, comprovado pelas suas lutas, uma fé que se fez vida, uma vida que se fez esperança e – sublinhou - uma esperança que vos leva a «primeirear» na caridade, pois como Jesus «primeireou» no amor, sede vós os portadores desta fé, desta vida, desta esperança, sede vós os forjadores deste hoje e do amanhã paraguaio, disse o Papa convidando a todos a olhar para a imagem de Maria e rezar para que sejamos dignos de alcançar as promessas e graças de nosso Senhor Jesus Cristo. (BS)

Sem comentários:

Enviar um comentário