Vaticano: Teve lugar esta manhã na Sala de Imprensa do Vaticano, uma conferência de imprensa de apresentação de um encontro que terá lugar no Centro dos Congressos Salesianum, sob o tema “Uma jornada de Reflexão – Unidos a Deus escutemos um grito”, organizado pelo Pontifício Conselho da Justiça e Paz. O encontro, às portas fechadas, reunirá cerca de trinta representantes das comunidades vítimas das atividades mineiras provenientes da África e da América. Este encontro visa recolher testemunhos, partilhar experiências, reflexões e propostas para futuras acções pastorais a serem desenvolvidas pela Igreja em colaboração com as comunidades locais dos diversos países vítimas de atividades de extração mineira. Participam também deste encopntro uma quinzena de representantes de Conferências Episcopais, Congregações e redes, tais como a Cáritas, CIDSE e Igreja e Minerais.
O programa deste encontro, que incia a partir de hoje, quinta-feira dia 17 de Julho e prosseguirá até domingo, 19 de Julho, foi apresentado esta manhã pelo Cardeal Peter Turkson, Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e Paz na Sala de imprensa do Vaticano. Na sua intervenção, o Cardeal Turkson recordou que se trata do segundo encontro promovido pelo seu dicastério, já que no passado dia 27 de setembro de 2013, respondendo à um desejo expresso por alguns dirigentes Executivos de companhias mineiras, guiados pelo “Conselho Internacional das Minas e Minerais”, o Pontifício Conselho da Justiça e Paz organizou uma jornada de reflexão sob o tema “Minerais para o bem comum” na qual parteciparam 24 dirigentes e representantes de diversas companhias mineiras, desejosas de trabalhar com consciência crítica no sector da indústria mineira.
A publicação da Encíclica do Papa Francisco “Laudatio sii”, vem a reforçar neste sentido, observou o Prelado, o motivo de prosseguir com este segundo encontro que fora solecitado já no final do primeiro encontro. De facto, o Papa exorta-nos, a <
Felizmente, hoje somos tantos a sermos cada vez mais conscientes deste grito proveniente das zonas nas quais se procura e se extrae minerais.
Também a Igreja, em muitas ocasiões, e já há vários anos, tem seguido de perto as atividades de extrações mineiras. A níveis nacionais, há documentos publicados por diversas Conferências Episcopais que denunciam as violações dos direitos humanos, a ilegalidade, a violência e a exploração das jazidas mediante formas poluidoras ou problemáticas para a segurança alimentar das populações locais etc. Enfim todas estas vozes, concluiu dizendo o Cardeal Turkson, tendem à uma única direcção: a recordar que perante tais situações de injustiça e de violação dos direitos humanos, não pode triunfar a cultura da indeferência, do cinismo e da impunidade. Há necessidade de uma mudança radical de paradigma do bem comum, da justiça, da sustentabilidade e da dignidade humana.
Por fim, o prelado salientou também a necessidade “por parte dos países pobres vítimas da exploração mineira, de possuírem governos íntegros, pessoas educadas e investidores com um alto sentido de justiça e de bem comum, já que é moralmente inaceitável, políticamente perigoso, ambientalmente insustentável e económicamente injustificável que os «povos em vias de desenvolvimento continuem a alimentar o desenvolvimento dos Países mais ricos à custa do seu presente e do seu futuro».
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