Assunção (RV) – Às
19hs36 locais o voo da Alitália partiu do Aeroporto Internacional de
Assunção rumo à Itália, tendo a bordo seu mais ilustre passageiro, o
Papa Francisco, que concluía assim a nona viagem internacional de seu
pontificado, a segunda à América Latina. Após sete dias de uma
verdadeira “maratona” por três países latino-americanos – Equador,
Bolívia e Paraguai -, o Papa Francisco despediu-se do continente que
tanto conhece e ama com o encontro com os jovens, último compromisso
oficial no Paraguai. Ao deixar o encontro com os jovens, o Papa passou
pelo Centro Comercial Ycuà Bolañospara abençoar o local onde um
incêndio, em 2004, matou 400 pessoas e deixou mais de 500 feridos.
No Aeroporto, Francisco foi recebido pelo Presidente Horacio Manuel Cartes.Numa
cerimônia bem mais longa que o previsto, um coral de jovens índios fez
uma apresentação de vozes e com instrumentos típicos, o que evocou em
muito a atmosfera das Reduções jesuíticas, recordadas pelo Papa
Francisco em dois discursos. Após, outro grupo de danças rendeu sua
homenagem final ao ilustre hóspede que emocionou o país.
Bergoglio dirigiu-se a seguir ao Aeroporto Internacional de Assunção,
onde foi recebido pelo Presidente Horacio Manuel Cartes. Não houve
discursos.
Passando por diferenças quase extremas de temperatura e altitudes,
Francisco mostrou-se absolutamente à vontade, “em casa” – como afirmou
num discurso – ao encontrar culturas tão ricas e diversas dos povos
latino-americanos, que em comum, tem também as desigualdades e a
história de luta por um mundo mais justo e fraterno. Profundo conhecedor
da realidade latino-americana, Francisco escutou, observou e falou, mas
acima de tudo, mostrou proximidade, apontando situações de injustiça,
mas acima de tudo encorajando e levando esperança. Ele que viajou ao
continente sob o lema da alegria e da esperança, da Evangelii Gaudium,
tão citada em seus pronunciamentos.
Difícil encontrar uma única palavra que represente as tantas que
poderiam caracterizar esta sua viagem: família, alegria, diálogo,
cultura do encontro, justiça, descarte, pobres, solidariedade,
fraternidade, gratuidade, subsidiariedade, cultura, memória, crianças,
jovens, idosos, inclusão. Palavras e temas que não são novidade, para
quem acompanha o pontificado do jesuíta, mas que adquirem uma particular
conotação quando pronunciadas no continente que o gerou. Outra talvez,
nem mais novidade, foram os improvisos nos discursos, alguns deixados de
lado, preferindo-se deixar-se guiar pela inspiração do ambiente e das
pessoas com quais estava.
Papa Francisco, talvez um estilo diferente, inovador de ser Papa, um
estilo, por que não, latino-americano de fazer e sentir as coisas.
Chamou a atenção para os pobres e os excluídos, nos ensina a olhar para
os mais fracos e desfavorecidos. Olhemos agora para o futuro, na
esperança de que sejam colhidos bons frutos das sementes lançadas numa
terra que anseia por uma nova esperança e um mundo novo. (JE)
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