(RV) No
segundo dia da visita do Papa ao Equador o P. Lombardi no briefing aos
jornalistas afirmou que Francisco, ao povo equatoriano, anuncia o
evangelho e traz uma forte mensagem de unidade e solidariedade.
O almoço foi muito agradável, num
ambiente familiar, com uma conversa simples, dedicada às recordações da
vida jesuíta e aos conhecimentos comuns, sobre as actividades do colégio
e dos outros jesuítas que estavam presentes. Coisas muito simples,
amigáveis, fraternas, entre religiosos da mesma congregação. Durou
bastante tempo - mais de uma hora, penso - e foi tranquilo. Foi um
momento muito alegre e simpático. Depois, com o papamóvel, de novo ao
aeroporto. Havia muita gente pela estrada. Aquilo que surpreende e
impressiona é que, apesar do tempo horrível hoje em Quito, havia
centenas de milhares de pessoas na estrada, do aeroporto até à cidade e
ruas da cidade. Verdadeiramente um número imenso de pessoas. Também
neste caso, o Papa não viajava num papamóvel, mas num carro pequeno. Mas
o calor da população, do povo, foi realmente maravilhoso e o Papa está
muito impressionado por isso. Um calor humano, um amor cristão profundo
de um povo para o seu pastor.
O Papa visitou, como estava previsto,
o Palácio Presidencial, sem discurso, porque estava previsto à chegada,
no aeroporto, ontem. Estava previsto o encontro pessoal do Papa com o
presidente - 20, 30 minutos de diálogo - e, em seguida, o encontro com
os familiares - a esposa, a mãe e os filhos do presidente - e as
homenagens. No primeiro encontro os ministros não estavam presentes: foi
um encontro privado com o presidente, com os familiares e, em seguida, a
troca de presentes, que foram simples, mas significativos. O Papa
ofereceu mosaico de um ícone da Virgem de São Paulo Fora dos Muros e
dois documentos: a Evangelii Gaudium, que é a exortação apostólica
característica, programática, do Pontificado e que é a fonte dos lemas
desta viagem - a alegria no anúncio do Evangelho – e a última Encíclica,
Laudato sì, sobre a ecologia integral. Dois documentos que são, penso
eu, de referência, fundamentais para esta viagem no seu todo e para o
Pontificado neste momento. O presidente ofereceu ao Papa um quadro muito
bonito da porta, da fachada da Igreja da Companhia aqui em Quito, que o
Papa visitará amanhã.
Simultaneamente com estas viagens,
houve um colóquio do Cardeal Secretário de Estado Parolin, o Núncio e o
Cardeal Vela com algumas autoridades, entre as quais o ministro dos
Negócios Estrangeiros do Equador.
Não tenho informações sobre o conteúdo do discurso, porque o colóquio
com o presidente é sempre privado, e não perguntei quais foram os
argumentos. Mas quanto ao colóquio do Cardeal Parolin com o ministro,
tratou-se de um discurso sobre os acontecimentos no Equador nos últimos
dez anos.
O Papa em seguida, depois da conversa
pessoal, passou de uma grande sala ao terraço para saudar as pessoas
que estavam na praça. Penso que o vistes. O Papa não falou, simplesmente
saudou as pessoas e deu a sua bênção.
Em seguida, houve uma série de
apresentações de pessoas, de autoridades da delegação do governo e da
delegação do Vaticano. Havia amigos. Também estavam presentes as Irmãs
de um Convento de clausura, vindas para ver o Papa. Um bom grupo de
pessoas, muito felizes por saudar o Papa, e que foram naturalmente bem
acolhidas.
Como bem sabeis, depois o Papa foi à Catedral. Houve alguns momentos
muito intensos na passagem, antes de entrar, com os deficientes e os
doentes, momentos muito ricos de emoção, de participação, de
manifestações de amor e carinho para com o Papa. Em seguida, na
Catedral, houve uma oração silenciosa diante do Santíssimo Sacramento; a
oferta de flores à Virgem, e uma breve saudação às pessoas na praça.
Como vistes, o Papa não leu o texto que havia sido preparado e que
recebestes com o embargo. Se quiserdes, porém, podeis utilizá-lo. É um
texto aprovado pelo Papa, que contém coisas interessantes, que não estão
presentes, pelo menos até agora, nos seus discursos. Portanto, pode ser
interessante dizer aquilo que o Papa tinha preparado para esta ocasião,
referindo-se particularmente às Santas da devoção popular equatoriana, e
outras coisas.
O Papa fez um discurso muito breve e
espontâneo, interessante para ver um dos temas que ele sempre põe em
relevo e que para ele é importante. Repito aquilo que o Papa disse, se
não escrevestes: "Dou a bênção, dou a bênção a cada um de vós, às vossas
famílias, a todas as pessoas queridas e a este grande e nobre povo
equatoriano, para que não existam diferenças, selectividades, pessoas
descartadas, para que todos sejam irmãos, ninguém seja excluído e não
haja ninguém que fique fora desta grande nação equatoriana. Para cada um
de vós, as vossas famílias, dou a bênção. Agora rezemos juntos com a
Ave Maria e depois vos dou a bênção". São poucas palavras, mas é muito
claro o sentimento do Papa: de convidar o povo para ser unido e para não
descartar ninguém, para construir uma verdadeira comunidade
intensamente rica de relações, de amor, justiça e solidariedade. Este
breve discurso acho que diz muito da intenção com que o Papa vem e se
dirige ao povo equatoriano na sua totalidade. Acho que são palavras
muito bonitas para meditar. Se alguém se perguntar: "O que diz o Papa
aos equatorianos?" Naturalmente, ele anuncia o Evangelho, mas traz
também uma mensagem muito forte de unidade e de solidariedade.
Amanhã haverá alguns discursos muito
interessantes para o mundo da educação e a sociedade civil, sobre como
se articula esta perspectiva, este convite ao povo equatoriano, de
marchar unido para o seu futuro, na construção do seu futuro.
Isto é o que eu tinha a dizer. Não sei se é útil. (BS)
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