Assunção (RV) - O Papa Francisco visitou,
neste domingo (12/07), a comunidade de Bañado Norte, um bairro pobre da
capital Assunção, onde a Igreja e o Estado realizam vários projetos.
A paróquia local conta cerca de 13 capelas. Uma delas, a de São João
Batista, acolheu o encontro com o Papa e essa população. Cerca de duas
mil pessoas aguardavam o pontífice num campo esportivo de terra batida
localizado em frente a essa capela.
Dentre essas pessoas estavam os alunos das escolas de Caacupemí e
Santa Cruz ‘Fé e Alegria’. Esta última, faz parte de um projeto da
Companhia de Jesus que administra mais de 400 unidades educacionais em
várias áreas carentes do Paraguai.
Em seu discurso, o Papa se deteve sobre a Sagrada Família.
“Encontramo-nos aqui na paróquia dedicada à Sagrada Família e
confesso-vos que, ao longo do caminho de Roma até aqui, tudo me fazia
recordar a Sagrada Família. Ver os vossos rostos, os vossos filhos, os
vossos avós. Ouvir as vossas histórias e tudo o que fizestes para estar
aqui, a luta que travais para ter uma vida digna, um teto. Tudo o que
fazeis para superar a inclemência do tempo, as inundações destas últimas
semanas, faz-me recordar a família humilde de Belém. Uma luta que não
vos roubou o sorriso, a alegria, a esperança. Uma peleja que não vos
impediu a solidariedade, antes, pelo contrário, estimulou-a e fê-la
crescer.”
O Papa disse ainda que quando os pastores ouviram falar do nascimento
de Jesus, saíram ao seu encontro, fizeram-se próximos, vizinhos. De
repente, tornaram-se a família de Maria e José, a família de Jesus.
“Acontece o mesmo, quando Jesus entra na nossa vida. É isto que
desperta a fé. A fé faz-nos próximos, aproxima-nos da vida dos outros. A
fé desperta o nosso compromisso com os outros, desperta a nossa
solidariedade. Uma virtude humana e cristã que vocês tem e que nós
devemos aprender. O nascimento de Jesus desperta a nossa vida. A fé, que
não se faz solidariedade, é uma fé morta. É uma fé sem Cristo, uma fé
sem Deus, uma fé sem irmãos. O primeiro a ser solidário foi o Senhor,
que escolheu viver entre nós, escolheu viver no nosso meio. Eu venho
como aqueles pastores de Belém. Quero fazer-me próximo. Quero abençoar a
vossa fé, abençoar as vossas mãos, abençoar a vossa comunidade. Vim dar
graças convosco, porque a fé se fez esperança, e esperança que estimula
o amor. A fé que Jesus desperta é uma fé com capacidade de sonhar o
futuro e de lutar por ele no presente. Por isso mesmo, quero
encorajar-vos a continuar a ser missionários, a contagiar com a fé estas
ruas, estas vielas. Fazendo-vos próximos especialmente dos mais jovens e
dos idosos; fazendo-vos apoio das famílias jovens e de quantos estão a
atravessar momentos difíceis.” (MJ)
Eis o discurso integral:
Queridos amigos!
Com grande alegria, vejo cumprir-se esta manhã o meu desejo de
visitar-vos. Não poderia visitar o Paraguai, sem estar convosco, sem
estar na vossa terra.
Encontramo-nos aqui na paróquia denominada Sagrada Família e
confesso-vos que, ao longo do caminho de Roma até aqui, tudo me fazia
recordar a Sagrada Família. Ver os vossos rostos, os vossos filhos, os
vossos avós. Ouvir as vossas histórias e tudo o que fizestes para estar
aqui, a luta que travais para ter uma vida digna, um tecto. Tudo o que
fazeis para superar a inclemência do tempo, as inundações destas últimas
semanas, faz-me recordar a família humilde de Belém. Uma luta que não
vos roubou o sorriso, a alegria, a esperança. Uma peleja que não vos
impediu a solidariedade, antes, pelo contrário, estimulou-a e fê-la
crescer.
Quero-me deter na presença de José e Maria em Belém. Eles tiveram de
deixar a sua terra, os seus parentes, os seus amigos. Tiveram de deixar o
que lhes pertencia e deslocar-se a outra terra; uma terra onde não
conheciam ninguém, onde não tinham casa, nem família. Foi então que
aquele jovem casal teve Jesus; em tal contexto, aquele jovem casal
deu-nos de presente Jesus. Estavam sozinhos, numa terra estranha, os
três. De repente, começaram a aparecer pastores; pessoas como eles, que
tiveram de deixar o que possuíam a fim de obter melhores oportunidades
familiares. Viviam sujeitos a inclemências de vário tipo, nomeadamente
as do tempo.
Quando ouviram falar do nascimento de Jesus, saíram ao seu encontro,
fizeram-se próximos, vizinhos. De repente, tornaram-se a família de
Maria e José, a família de Jesus.
Acontece o mesmo, quando Jesus aparece na nossa vida. É isto que
desperta a fé. A fé faz-nos próximos, aproxima-nos da vida dos outros. A
fé desperta o nosso compromisso com os outros, desperta a nossa
solidariedade. Uma virtude humana e cristã que vocês têm e nós devemos
aprender. O nascimento de Jesus desperta a nossa vida. A fé, que não se
faz solidariedade, é uma fé morta. É uma fé sem Cristo, uma fé sem Deus,
uma fé sem irmãos. O primeiro a ser solidário foi o Senhor, que
escolheu viver entre nós, escolheu viver no nosso meio. Eu venho como
aqueles pastores de Belém. Quero fazer-me próximo. Quero abençoar a
vossa fé, abençoar as vossas mãos, abençoar a vossa comunidade. Vim dar
graças convosco, porque a fé se fez esperança, e esperança que estimula o
amor. A fé que Jesus desperta é uma fé com capacidade de sonhar o
futuro e de lutar por ele no presente. Por isso mesmo, quero
encorajar-vos a continuar a ser missionários, a contagiar com a fé estas
ruas, estas vielas. Fazendo-vos próximos especialmente dos mais jovens e
dos idosos; fazendo-vos apoio das famílias jovens e de quantos estão a
atravessar momentos difíceis.
Quero confiar as vossas famílias à Sagrada Família, para que o seu
exemplo, o seu testemunho continue a ser luz no caminho, estímulo nos
momentos difíceis e sempre nos dê de presente «pastores» capazes de
acompanhar, apoiar e incentivar a vida das vossas famílias.
Convido-vos a rezar-Lhe juntos e peço-vos que não vos esqueçais de rezar por mim.
Sem comentários:
Enviar um comentário