(RV) Recebendo esta manhã o arcebispo de Cantuária, Primaz da Comunhão Anglicana, Justin Welby (foto), acompanhado de uma delegação, o Papa Francisco declarou pedir ao Senhor que este encontro “contribua para reforçar os nossos elos de amizade e o nosso empenho pela grande causa da reconciliação e da comunhão entre os crentes em Cristo”.
O Papa evocou a pergunta de Jesus aos seus discípulos – “Que vínheis vós a discutir pelo caminho?” – observando que ter que confessar que se tratava de ver quem era o maior, grande é a confusão de ver a distância existente entre a chamada do Senhor e a nossa pobre resposta. “Não podemos fazer de conta que que a nossa divisão não é um escândalo ao anúncio do Evangelho ao mundo”.
Muitas vezes a nossa vista está ofuscada pelo peso causado pela história das nossas divisões. A nossa vontade nem sempre está isenta daquela ambição humana que por vezes acompanha até mesmo o nosso desejo de anunciar o Evangelho segundo o mandamento do Senhor.
A meta da plena unidade pode parecer um objectivo distante e contudo permanece sempre a meta para a qual devemos orientar cada passo do caminho ecuménico que estamos a percorrer conjuntamente.
O Papa recordou o que ensina o Concílio Vaticano II: que o progresso em direcção à plena união não é mero resultado das nossas acções humanas, mas sim dom de Deus. Há pois que confiar na potência do Espírito Santo, que nos anima e conduz.
Neste contexto, Francisco evocou as “muitas testemunhas”, os “grandes santos”, “mestres e comunidades que nos transmitiram a fé ao longo dos séculos e nos atestam as nossas raízes comuns, a partir de Agostinho de Cantuária, monge enviado de Roma, com outros companheiros, pelo Papa Gregório Magno, a evangelizar os povos da Inglaterra, dando origem a uma história de fé e santidade da qual haveriam de beneficiar depois muitas outras populações europeias.
A concluir o Papa aludiu às preocupações e ao sofrimento que compartilha com o Arcebispo de Cantuária, perante os males que afligem a família humana, nomeadamente a praga do tráfico de seres humanos e as várias formas modernas de escravatura.
Empenhamo-nos em perseverar na luta contra as novas formas de escravidão, confiando em poder contribuir para aliviar as vítimas e contrastar este trágico comércio, Como discípulos enviados a curar o mundo ferido, dou graças a Deus que nos tornou capazes de fazer frente comum, com perseverança e determinação, contra esta gravíssima praga”.
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