17 abril, 2020

HUMILDADE II

 
 
 
 
 
 
 
 
Humildade no fundo é a verdade!

A humildade é conscientemente, em verdade, procurar-se e encontrar-se como realmente se é.
E esta procura não vem só de cada um, mas também de ouvir os outros sobre nós, e mesmo que não agrade o que se ouve, tentar encontrar o meu eu verdadeiro, muito especialmente perante Deus.

Pode-se enganar a Deus?
Claro que não!
Mas podemos muito bem pensar que O conseguimos enganar.
Mas Deus não ouve as minhas palavras, ou seja, ouve-as mas com o sentido do meu coração e é esse sentido que Lhe interessa.
Correspondem as minhas palavras ao verdadeiro sentir do meu coração elevado a Deus?
Então sou humilde, porque reconheço em Deus a capacidade de me ouvir e atender segundo a Sua vontade.
As minhas palavras pretendem levar Deus a fazer aquilo que eu quero?
Então não há humildade em mim, porque não tenho humildade para aceitar a Sua vontade.

Mas posso eu alguma vez considerar-me “não humilde” perante Deus?
Claro que sim e a Bíblia está cheia de histórias dessas.

Se o ser humilde, se a humildade é a verdade de reconhecer Deus em mim e o que Ele faz em mim, então essa humildade repercute-se junto dos outros e nos outros.

Posso eu apresentar-me aos outros para agradar, (por exemplo), de modo que eu sei conscientemente que não eu sou?
Posso, claro, mas se acredito que Deus está nos outros e não podendo enganar a Deus, rapidamente a minha falta de humildade vem ao de cima.

Então e se eu fizer uma coisa bem feita e me elogiarem e aplaudirem devo recusar tais expressões?
Claro que não, mas sim agradece-las e transformá-las num louvor a Deus que fez em mim o bem que eu expressei.

Deus quer servir-se de nós, na medida em que nos disponibilizamos para Ele, mas aprecia, obviamente, essa nossa disposição e reconforta-a com o agradecimento dos outros, mas sobretudo com aquilo que Ele na Sua infinita sabedoria sabe que necessitamos, por isso mesmo a verdadeira humildade reconhece em Deus a obra feita embora a ferramenta possamos ser nós.

Então não é “mau” quando me elogiam sentir-me um pouco vaidoso?
Claro que não!
Deus conhece-nos e sabe que essa é uma das nossas fraquezas.
Mau seria se me detivesse nesse orgulho com pensamentos de superioridade, tais como “Deus escolheu-me porque não havia mais ninguém”, ou “Deus recompensou o trabalho que tenho feito”…
Pedro era pescador e fez o discurso/homilia mais célebre da história da Igreja.
(Não consta que se tenha preparado afincadamente para isso a não ser pensar, aqui estou Senhor!).

Será que eu posso ver a minha humildade?
Comparando-me com quê ou com quem?
Com Jesus?
É melhor não!

Claro que muito haveria para dizer, escrever, sobre a humildade e mais ainda se lhe juntarmos a obediência, mas estas mal alinhadas palavras são apenas provocação para meditação, pensamento. Mais para mim do que para ouros.
No fundo é uma fala comigo passada a papel.

Há um momento em que sabemos que somos verdadeiramente humildes!
É quando pudermos dizer verdadeiramente: «Já não sou eu que vivo é Cristo que vive em mim.»




Marinha Grande, 17 de Abril de 2020
Joaquim Mexia Alves

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