A Cruz é a liberdade!
Estranho, não é?
E, no entanto, foi com toda a
liberdade que abraçaste a Cruz, porque era vontade do Pai.
Não Te foi imposta.
Foi por Ti querida e aceite.
E a minha cruz é vontade do
Pai, também?
Nalgumas coisas será, porque
só Ele sabe o que é bom para mim, noutras é vontade minha e quando assim é
torna-se sofrimento insuportável, em nada comparável à liberdade.
Ah, sim, sou livre de aceitar
o que o mundo me propõe, mas rapidamente me apercebo que o mundo depois exige
mais e mais e me vai coerctando a liberdade de dizer não.
Quando aceito a minha cruz, ou
melhor, a cruz que permites em mim, não me revolto, vivo-a, sou livre, sou até
livre de a retirar dos meus ombros se eu quiser.
E, no entanto, nada me exiges!
Como um verme, uma simples
lagarta, rastejo por aqueles pedras no sopé da Tua Cruz.
De repente os nossos olhos cruzam-se
e Tu dizes-me: Anda sobe à Cruz. Melhor ainda, abraça a minha Cruz que Eu
abraçarei a tua.
Lentamente vou me arrastando
com a minha cruz e subindo a Tua Cruz e quanto mais subo mais se confundem a
Tua Cruz e a minha, porque a minha cruz deixa de existir para passar a ser
apenas Tua.
E sinto-me livre!
Livre de tudo o que me quer
retirar da Tua vontade e deixo-me ficar assim abraçado a Ti, à Tua Cruz e
começo a sentir-me cada vez mais “imagem e semelhança Tua”, aquela para que fui
criado.
Vês, dizes Tu, porque me entreguei
por vós?
Porque sou livre e quero que
todos vós sejais livres comigo!
De repente saio da minha
meditação, mas ainda ouço no meu coração as Suas palavras:
Morre comigo e para mim, e
assim viverás para sempre!!!
Sexta Feira Santa
Marinha Grande 10 de Abril de
2020
Joaquim Mexia Alves
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