Diferentemente dos outros anos, o Papa Francisco, que segurou a cruz na última estação, não fez a meditação final. Somente concedeu a bênção apostólica.
Bianca Fraccalvieri - Vatican News
A Praça de São Pedro acolheu a Via-Sacra desta Sexta-feira Santa, tradicionalmente realizada no Coliseu de Roma. Mais uma vez, a Praça estava vazia devido à pandemia, somente iluminada por tochas no chão e pela Cruz de Jesus.
As 14 estações foram realizadas em volta do obelisco central, com um
único grupo de pessoas que revezaram o momento de carregar a Cruz.
Cada meditação
trouxe à reflexão as dores que o cárcere produziu: nos detidos, nas
vítimas dos seus crimes, nos seus familiares, nos policias, juízes,
sacerdotes. O crime e as suas consequências em toda a sua globalidade.
O sofrimento provocado pelo pecado cometido pelos homens, e redimido por
Jesus na cruz, inspirou o Papa Francisco a uma longa oração silenciosa.
Diferentemente dos outros anos, o Pontífice, que segurou a cruz na
última estação, não fez a meditação final. Concedeu a bênção apostólica
no fim.
Ler:
Via-Sacra - meditações escritas no cárcere
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Nenhum pecado terá jamais a última palavra
“Estamos envelhecidos, cada vez mais indefesos, e somos vítimas da pior dor que existe: sobreviver à morte duma filha.”
“Bastou um dia para passar duma vida irrepreensível à realização dum
gesto no qual se encerra a violação de todos os mandamentos.”
“Como filha duma pessoa presa, quantas vezes ouvi fazer-me a
pergunta: «Já alguma vez pensaste no sofrimento que o teu pai causou às
vítimas?» Depois, também eu lhes faço uma pergunta: «Já alguma vez
pensaste que eu fui a primeira de todas as vítimas das ações de meu pai?”
Ler:
O Papa agradece aos detidos de Pádua pelas meditações da Via-Sacra
Clique AQUI
“Na prisão, tornei-me avô: perdi a gravidez da minha filha. À minha
neta, um dia, não contarei o mal que cometi, mas apenas o bem que
encontrei.”
“Todos, inclusive como condenados, somos filhos da mesma humanidade.”
Estas são somente algumas das frases – e experiências – que
acompanharam o Calvário de Cristo, às quais é difícil ficar indiferente.
“Na prisão, com Deus, nenhum pecado jamais terá a última palavra” é a
frase que conclui a última meditação. E é esta mesma frase – de
esperança – que nos acompanhará até a Ressurreição.
VN
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