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O
Cardeal-Patriarca de Lisboa convidou os cristãos a encontrarem-se “nos outros e
para os outros”, e destacou o “exemplo e o testemunho de muitos”, que são
“sinal do Ressuscitado”. “A Ressurreição é isto: é passar com Jesus Cristo
inteiramente para o mundo de Deus. E Deus espera-nos em todas as suas
criaturas, a começar por todos aqueles que põe na nossa vida, mais próximos, e
a apelarem para aquilo que há de melhor em nós, que é esta capacidade de nos
encontrarmos nos outros e para os outros. Há muitos sinais de Ressurreição ao
longo destas semanas, que nós vamos acumulando e agradecendo a Deus, porque o
caminho da vida é aquele que Deus nos mostra em Jesus Cristo”, frisou D. Manuel
Clemente, na Missa do Domingo III da Páscoa.
Na Capela do
Santíssimo Sacramento, na Igreja de Cristo-Rei da Portela, em Lisboa, numa
celebração transmitida em direto pela RTP 1, o Cardeal-Patriarca sublinhou que
“Jesus Cristo é uma vida inteiramente ressuscitada, porque inteiramente
entregue”. “Não se poupou a nada para estar connosco, até no mais profundo do
drama humano, até na sua própria tragédia. Mas aí mesmo, porque se entregou,
reviveu, está connosco. Foi o que descobriram aqueles discípulos de Emaús, e
por isso foram cheios de alegria dizer aos outros que agora o Senhor ainda
estava mais com eles, fosse a caminho de Emaús, fosse em Jerusalém, fosse em
cada uma das vossas casas”, referiu, convidando depois os cristãos a pensarem
“em todos aqueles e aquelas” que foram, para cada um, “sinal do Ressuscitado” e
“ajudaram a compreender estas coisas, porque as viveram primeiro”.
“Por isso
mesmo as partilham, que a vida se recebe quando se dá, que a vida se ganha
quando se entrega, que a Ressurreição acontece precisamente assim. Tantos e
tantas que pelo seu exemplo, que pelo seu testemunho, às vezes até pessoas que
nem são confessionalmente definidas, mas em quem o Espírito de Jesus Cristo
ocasiona estes mesmo sentimentos e práticas, e como tudo isto é sinal de
Ressurreição. É o melhor que nós temos, é o melhor que nos é dado por Deus, na
vida, na morte, na Ressurreição de Jesus Cristo, para ser a Páscoa do mundo”,
acrescentou.
Testemunhos
cristãos
Na Eucaristia, que foi concelebrada pelo pároco da Portela, padre Alberto Gomes, o Cardeal-Patriarca destacou ainda os “tantos testemunhos, ao longo destes dias de confinamento”, que lhe têm chegado. “Estou-me a lembrar, por exemplo, de uma enfermeira que, todos os dias, lá vai para o seu hospital e lá passa muitas horas, difíceis, no tratamento dos doentes, mas como ela me vai dizendo que, nisso mesmo, exatamente porque se dá – de certo modo, morre para si para viver para os outros –, aí encontra mais vida, não apenas naquela que reparte, mas aquela que ganha. Porque a vida é assim: quando se dá, faz um ricochete positivo e dá mais vida a quem se oferece”, apontou.
Na Eucaristia, que foi concelebrada pelo pároco da Portela, padre Alberto Gomes, o Cardeal-Patriarca destacou ainda os “tantos testemunhos, ao longo destes dias de confinamento”, que lhe têm chegado. “Estou-me a lembrar, por exemplo, de uma enfermeira que, todos os dias, lá vai para o seu hospital e lá passa muitas horas, difíceis, no tratamento dos doentes, mas como ela me vai dizendo que, nisso mesmo, exatamente porque se dá – de certo modo, morre para si para viver para os outros –, aí encontra mais vida, não apenas naquela que reparte, mas aquela que ganha. Porque a vida é assim: quando se dá, faz um ricochete positivo e dá mais vida a quem se oferece”, apontou.
Entre os
testemunhos, D. Manuel Clemente lembrou igualmente as famílias. “Estou-me a
lembrar de outras pessoas, que na sua casa, concretamente casais me têm dito
como aquele dia-a-dia confinado, a tomar conta dos filhos bebés, ou mais
crescidos, se têm redescoberto, até, e aprofundado como família, vencendo as
coisas que são preciso vencer, não só das dificuldades do dia-a-dia, como deste
mesmo confinamento”, frisou, recordando também a situação nos “lares de
idosos”, onde a situação é “particularmente melindrosa”, mas “onde ninguém
desiste de resolver, ou prevenir, os problemas que surjam”. “O isolamento não é
apenas uma questão física, e muitas vezes chama-se concentração em nós
próprios, pouca atenção aos outros, mas agora não há se não dar mesmo essa
atenção, porque eles estão aí, estão perto e requerem, da nossa parte, esta
vontade redobrada de irmos mais além do que iríamos com os nossos projetos e
com as nossas habitualidades”, reforçou.
Semana de
Oração pelas Vocações
A Igreja inicia hoje a Semana de Oração pelas Vocações, que se prolonga até ao próximo Domingo, 3 de maio. Na celebração na Portela, o Cardeal-Patriarca recordou este “tempo especial”. “Esta semana, na Igreja, começamos um tempo de oração especial pelas vocações, em especial por aquelas vocações que se consagram inteiramente ao serviço do Evangelho, quer na vida sacerdotal, quer na vida religiosa, masculina e feminina. Tantas figuras que aí estão, como podem estar hoje, com estas limitações físicas, mas sem nenhuma limitação do coração, a ajudar-nos a ir para a frente na tradição evangélica e no seu melhor que é precisamente a Páscoa do Senhor Jesus. Peçamos por eles, peçamos por aqueles que se sentem vocacionados. Nunca se é vocacionado para si. É-se sempre vocacionado para os outros. Que à maneira de Jesus Cristo e como estes discípulos, que Ele reencontrou e que O reencontraram, sejam no mundo um sinal de uma Páscoa que está aí, para entrar nas vossas casas, entrar nas vossas famílias, ultrapassar os vossos isolamentos e, com o Espírito de Jesus Cristo, ganhar outra alma, precisamente na entrega e no interesse mútuo que aconteça. Assim vai ser, a Páscoa está aí e é a esperança concretizada na nossa vida de todos os dias”, terminou D. Manuel Clemente.
A Igreja inicia hoje a Semana de Oração pelas Vocações, que se prolonga até ao próximo Domingo, 3 de maio. Na celebração na Portela, o Cardeal-Patriarca recordou este “tempo especial”. “Esta semana, na Igreja, começamos um tempo de oração especial pelas vocações, em especial por aquelas vocações que se consagram inteiramente ao serviço do Evangelho, quer na vida sacerdotal, quer na vida religiosa, masculina e feminina. Tantas figuras que aí estão, como podem estar hoje, com estas limitações físicas, mas sem nenhuma limitação do coração, a ajudar-nos a ir para a frente na tradição evangélica e no seu melhor que é precisamente a Páscoa do Senhor Jesus. Peçamos por eles, peçamos por aqueles que se sentem vocacionados. Nunca se é vocacionado para si. É-se sempre vocacionado para os outros. Que à maneira de Jesus Cristo e como estes discípulos, que Ele reencontrou e que O reencontraram, sejam no mundo um sinal de uma Páscoa que está aí, para entrar nas vossas casas, entrar nas vossas famílias, ultrapassar os vossos isolamentos e, com o Espírito de Jesus Cristo, ganhar outra alma, precisamente na entrega e no interesse mútuo que aconteça. Assim vai ser, a Páscoa está aí e é a esperança concretizada na nossa vida de todos os dias”, terminou D. Manuel Clemente.
Jornal Voz
da Verdade
Patriarcado de Lisboa
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