A entrevista a D. Manuel Clemente é emitida este Domingo, no programa 70×7, a partir as 17h45, na RTP2
O Cardeal-Patriarca de Lisboa afirmou, em entrevista à Agência Ecclesia para o programa 70x7, que a subsistência das famílias no contexto da pandemia é um “problema grande”, comparou o “batismo de desejo” à “comunhão espiritual” e disse que a experiência “monástico-digital” vai permanecer “como complemento”. “Uma coisa pede a outra. E temos essa experiência: nas relações de amizade ou de família alargada, mantemos correspondência, quer a tradicional, quer a atual, pelas nossas constantes caixas de mensagens cheias, isso não elimina a vontade, pelo contrário, de nos encontrarmos mesmo”, afirmou D. Manuel Clemente.
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Pastoral regressará “com muita força”
Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa, a pastoral da Igreja marcada por celebrações, encontros e reuniões “vai voltar com muita força” após o retomar dos contactos sociais, notando uma vontade para um “regresso em massa”, agora com a possibilidade da complementaridade dos recursos digitais. “São meios que estão ao nosso dispor e que vamos utilizar. Tudo isso terá o seu futuro porque desenvolve aquilo que é a vida da Igreja que é uma profunda convivência, nos seus diversos níveis e possibilidades”, afirmou. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa considera que o confinamento em curso em quase todo o mundo por causa da pandemia covid-19 e a suspensão da celebração comunitária das Missas gerou uma experiência monástico-digital, de “aprofundamento das motivações” e de exploração dos recursos mediáticos e da internet. “Aprofundou o porquê da Igreja no seu sentido mais íntimo e encontrou novas maneiras de manter esta convivência que a Igreja também é e continuará a ser”, disse D. Manuel Clemente.
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Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa, a pastoral da Igreja marcada por celebrações, encontros e reuniões “vai voltar com muita força” após o retomar dos contactos sociais, notando uma vontade para um “regresso em massa”, agora com a possibilidade da complementaridade dos recursos digitais. “São meios que estão ao nosso dispor e que vamos utilizar. Tudo isso terá o seu futuro porque desenvolve aquilo que é a vida da Igreja que é uma profunda convivência, nos seus diversos níveis e possibilidades”, afirmou. O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa considera que o confinamento em curso em quase todo o mundo por causa da pandemia covid-19 e a suspensão da celebração comunitária das Missas gerou uma experiência monástico-digital, de “aprofundamento das motivações” e de exploração dos recursos mediáticos e da internet. “Aprofundou o porquê da Igreja no seu sentido mais íntimo e encontrou novas maneiras de manter esta convivência que a Igreja também é e continuará a ser”, disse D. Manuel Clemente.
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Deus “vê os corações”
O cardeal-patriarca de Lisboa considera também que “outro dos elementos que certamente permanecerão” está relacionado com o que “acontece nas famílias”, redescobrindo-se como “Igreja doméstica” e dando “densidade à vivência familiar católica”. Sobre a possibilidade de participação sacramental sem a dimensão comunitária que a carateriza, D. Manuel Clemente afirmou que é necessário “ver as coisas pelo lado de Deus”, que “vê os corações”. Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa é necessário procurar uma “relação verdadeira”, atualizando o modo relacional com que os Evangelhos falam de Jesus sem “refluir para a subjetividade de cada um”. “Quando não é possível, não é possível”, afirma D. Manuel Clemente, acerca da vivência relacional dos sacramentos, acrescentando que “não deixa de ser menos verdadeiro” o modo de participação “espiritual”. “Os cristãos antigos, quando para aderir ao cristianismo era preciso quase uma rutura com os usos e costumes, faziam aquelas longas preparações e os catecumenatos prolongados, muitos deles morriam antes de serem batizados, porque havia uma perseguição. Em qualquer imprevisto falava-se de ‘batismo de desejo’, como agora se fala de ‘comunhão espiritual’ quando não pode ser com a receção da hóstia. Mas não deixa de ser menos verdadeiro”, afirmou.
O cardeal-patriarca de Lisboa considera também que “outro dos elementos que certamente permanecerão” está relacionado com o que “acontece nas famílias”, redescobrindo-se como “Igreja doméstica” e dando “densidade à vivência familiar católica”. Sobre a possibilidade de participação sacramental sem a dimensão comunitária que a carateriza, D. Manuel Clemente afirmou que é necessário “ver as coisas pelo lado de Deus”, que “vê os corações”. Para o Cardeal-Patriarca de Lisboa é necessário procurar uma “relação verdadeira”, atualizando o modo relacional com que os Evangelhos falam de Jesus sem “refluir para a subjetividade de cada um”. “Quando não é possível, não é possível”, afirma D. Manuel Clemente, acerca da vivência relacional dos sacramentos, acrescentando que “não deixa de ser menos verdadeiro” o modo de participação “espiritual”. “Os cristãos antigos, quando para aderir ao cristianismo era preciso quase uma rutura com os usos e costumes, faziam aquelas longas preparações e os catecumenatos prolongados, muitos deles morriam antes de serem batizados, porque havia uma perseguição. Em qualquer imprevisto falava-se de ‘batismo de desejo’, como agora se fala de ‘comunhão espiritual’ quando não pode ser com a receção da hóstia. Mas não deixa de ser menos verdadeiro”, afirmou.
D. Manuel Clemente
afirma que uma pandemia como a que atinge todo o mundo por causa do novo
coronavírus indica que “há muita coisa de errado” na relação com a
natureza e fala “num discurso muito velho” quando se atribui a um
“castigo de Deus” o que está a acontecer na humanidade. “Calma aí com
essas más visões de Deus”, afirmou.
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É preciso um “apoio forte”
O presidente da CEP sublinha que quem gere o “bem comum” em Portugal e na Europa, tem de garantir um “apoio forte” às pessoas e instituições porque as “economias estão tão abaladas” e corre-se o risco de não haver “Europa que chegue nem que sobre”. “A subsistência das famílias é um problema grande. E, como tem sido dito, a pandemia é sanitária, atinge a saúde das pessoas e é preciso ser resolvida nesse campo. Mas também é mental e é económica”, lembrou.Sobre a manutenção dos postos de trabalho, o Cardeal-Patriarca de Lisboa disse que há “toda a preocupação nesse sentido” nas organizações da Igreja Católica, ligando essa necessidade com a “subsistência” das instituições.
O presidente da CEP sublinha que quem gere o “bem comum” em Portugal e na Europa, tem de garantir um “apoio forte” às pessoas e instituições porque as “economias estão tão abaladas” e corre-se o risco de não haver “Europa que chegue nem que sobre”. “A subsistência das famílias é um problema grande. E, como tem sido dito, a pandemia é sanitária, atinge a saúde das pessoas e é preciso ser resolvida nesse campo. Mas também é mental e é económica”, lembrou.Sobre a manutenção dos postos de trabalho, o Cardeal-Patriarca de Lisboa disse que há “toda a preocupação nesse sentido” nas organizações da Igreja Católica, ligando essa necessidade com a “subsistência” das instituições.
D. Manuel Clemente está a terminar
o segundo mandato como presidente da Conferência Episcopal Portuguesa,
que se reuniria em Assembleia Plenária eletiva a partir desta
segunda-feira, entretanto adiada para junho, e faz uma avaliação “muito
positiva” destes mandatos.
A entrevista a D. Manuel Clemente é emitida este Domingo, no programa 70×7, a partir as 17h45, na RTP2.
Ecclesia
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