Na Missa desta terça-feira (07/04) na Casa de Santa Marta, no Vaticano, o Papa recordou a perseguição que Jesus sofreu e rezou pelas pessoas que sofrem por acirramento e sentenças injustas. Na homilia, comentou a traição de Judas e a renegação de Pedro, convidou a pedir a graça de perseverar no serviço, apesar das nossas quedas
VATICAN NEWS
Francisco presidiu a Missa na Casa de Santa Marta, no Vaticano, na manhã desta terça-feira (07/04) da Semana Santa. A Antífona de entrada da celebração do dia, que o Papa leu no início da celebração, foi extraída do Salmo 26: “Não me deixeis, Senhor à mercê dos meus adversários, pois contra mim levantaram-se testemunhas falsas, mas volta-se contra eles a sua iniquidade” (Sl 26,12). Na introdução, Francisco dirigiu o seu pensamento para inocentes perseguidos:
Nestes dias de Quaresma vimos a perseguição que Jesus sofreu e
como os doutores da Lei se acirraram contra Ele: foi julgado sob
acirramento, com acirramento, sendo inocente. Gostaria de rezar hoje por
todas as pessoas que sofrem uma sentença injusta por acirramento.
Na homilia, comentou as leituras do dia,
extraídas do Livro do profeta Isaías (Is 49,1-6), o segundo canto do
Servo do Senhor, e o Evangelho de João (Jo 13,21-33.36-38) que fala da
traição de Judas e da renegação de Pedro. Peçamos a graça – disse – de
perseverar no serviço, apesar das nossas quedas.
A seguir, o texto da homilia transcrita pelo Vatican News:
A profecia de Isaías que ouvimos é uma profecia sobre o Messias,
sobre o Redentor, mas também uma profecia sobre o povo de Israel, sobre o
povo de Deus: podemos dizer que pode ser uma profecia sobre cada um de
nós. Substancialmente, a profecia ressalta que o Senhor elegeu o seu
servo desde o seio materno: diz isto duas vezes. Desde o início o seu
servo foi eleito, desde o nascimento ou antes do nascimento. O povo de
Deus foi eleito antes do nascimento: também cada um de nós. Nenhum de
nós caiu no mundo por casualidade, por acaso. Cada um de nós tem um
destino, tem um destino livre, o destino da eleição de Deus. Eu nasço
com o destino de ser filho de Deus, de ser servo de Deus, com a missão
de servir, de construir, de edificar. E isto, desde o seio materno.
O servo de Javé, Jesus, serviu até à morte: parecia uma derrota,
mas era o modo de servir. E isto ressalta o modo de servir que nós
devemos assumir na nossa vida. Servir é dar-se, dar-se aos outros. Para
cada um de nós, servir é não pretender nenhum benefício que não seja o
servir. É a glória, servir; e a glória de Cristo é servir até
aniquilar-se a si mesmo, até à morte, morte de Cruz. Jesus é o servo de
Israel. O povo de Deus é servo, e quando o povo de Deus se distancia
desta atitude de servir é um povo apóstata: distancia-se da vocação que
Deus lhe deu. E quando cada um de nós se distancia desta vocação de
servir, distancia-se do amor de Deus. E edifica a sua vida sobre outros
amores, muitas vezes idolátricos.
O Senhor elegeu-nos desde o seio materno. Há quedas, na vida: cada
um de nós é pecador e pode cair e caiu. Somente Nossa Senhora e Jesus:
todos os outros caímos, somos pecadores. Mas o que importa é a atitude
diante de Deus que me elegeu, que me ungiu como servo; é a atitude de um
pecador que é capaz de pedir perdão, como Pedro, que jura que “não,
jamais te renegarei, Senhor, jamais, jamais, jamais!”, depois quando o
galo canta, chora. Arrepende-se. Este é o caminho do servo: quando
escorrega, quando cai, pedir perdão.
Ao contrário, quando o servo não é capaz de entender que caiu, quando a
paixão o arrebata de tal modo que o leva à idolatria, abre o coração a
satanás, entra na noite: foi o que aconteceu com Judas.
Pensemos hoje em Jesus, o servo, fiel no serviço. A sua vocação é
servir, até à morte e morte de Cruz. Pensemos em cada um de nós, parte
do povo de Deus: somos servos, a nossa vocação é para servir, não para nos
aproveitar-mos do nosso lugar na Igreja. Servir. Sempre em serviço.
Peçamos a graça de perseverar no serviço. Por vezes com escorregões, quedas, mas ao menos a graça de chorar como Pedro chorou.
O Santo Padre terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística, convidando a fazer a Comunhão espiritual.
Oração recitada pelo Papa:
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Oração recitada pelo Papa:
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Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento
do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós.
Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde,
ao menos espiritualmente, ao meu coração. Abraço-me convosco como se já
estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que
torne a separar-me de Vós!
Antes de deixar a Capela dedicada ao Espírito Santo foi entoada uma antiga antífona mariana Ave Regina Caelorum (“Ave Rainha dos Céus”):
Ave, Rainha do céu; ave, dos anjos Senhora; ave, raiz, ave, porta;
da luz do mundo és aurora. Exulta, ó Virgem gloriosa, as outras
seguem-te após; nós te saudamos: adeus! E pede a Cristo por nós!
Vídeo integral da Missa:
Vídeo integral da Missa:
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