03 abril, 2020

Conferência Episcopal Portuguesa - “Celebrações pascais não podem deixar de incluir o sofrimento e as aflições" das vitimas da pandemia

 


A Presidência da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) enviou uma “breve mensagem de comunhão fraterna e eclesial” a todos os bispos portugueses, lembrando que as celebrações pascais devem incluir as vítimas do novo coronavírus. “As celebrações pascais deste ano não podem deixar de incluir nelas o sofrimento e as aflições de quantos são vítimas da atual pandemia” refere a ‘Saudação pascal aos bispos’, assinada por D. Manuel Clemente e por D. António Marto, presidente e vice-presidente da CEP, respetivamente, e divulgada esta sexta-feira, 3 de abril. “Ao mesmo tempo, o mistério pascal faz brotar luz sobre os tempos atuais, convidando a viver o amor mútuo, a compaixão e solidariedade entre todos os homens e mulheres e os respetivos povos. O Senhor Jesus, que oferece a sua vida na morte, ressuscita para oferecer a todos uma nova vida, confiança e alegria”, acrescenta o texto.

A saudação dos dois cardeais portugueses acompanha também “a dor, a aflição e os medos do nosso povo”. “As atuais restrições impostas no respeito pelo bem da saúde pública obrigam-nos a celebrar o mistério pascal em condições limitadas, sem nos podermos reunir com os sacerdotes e demais fiéis. Todavia, estas circunstâncias poderão levar-nos a unirmo-nos mais profundamente ao Senhor na sua paixão, morte e ressurreição e a oferecermos, juntamente com os nossos sacerdotes, este acrescido sacrifício por todo o santo povo de Deus e pela humanidade oprimida pelo flagelo da pandemia”, salienta a nota, destacando que servem “de grande conforto e incentivo as palavras do Papa Francisco que, na recente ‘oração pela humanidade’”: “No meio deste isolamento que nos faz padecer a limitação de afetos e encontros e experimentar a falta de tantas coisas, ouçamos mais uma vez o anúncio que nos salva: Ele ressuscitou e vive ao nosso lado. Da sua cruz, o Senhor desafia-nos a encontrar a vida que nos espera, a olhar para aqueles que nos reclamam, a reforçar, reconhecer e incentivar a graça que mora em nós. Não apaguemos a mecha que ainda fumega (cf. Is 42, 3), que nunca adoece, e deixemos que reacenda a esperança.”

A ‘Saudação pascal aos bispos’ de D. Manuel Clemente e D. António Marto convida os restantes prelados portugueses a estarem “próximos” e a serem “portadores da misericórdia, da paz e da esperança do Senhor ressuscitado” para “as comunidades e para a sociedade”. “Apesar de ser doloroso este tempo de ausência das celebrações comunitárias, ele tem sido fecundo na criatividade e no uso das novas tecnologias para a evangelização, para a espiritualidade e para ser Igreja comunidade e Igreja em saída. Este é também um tempo para pensar, dialogar, imaginar e projetar novo futuro, por exemplo: como viver este tempo para que seja gerador de um estilo de Igreja, renovado e fiel ao Evangelho? Como fazer surgir perspetivas fecundas que reforcem também o empenho eclesial contra a pobreza e a grande crise socioeconómica que se avizinha?”, questionam os dois bispos, que terminam a nota desejando “uma santa Páscoa vivida com fé renovada, paz e esperança”.

Voz da Verdade

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