Na homilia da
missa matutina realizada na Casa de Santa Marta, o Papa Francisco fez uma reflexão
sobre o fim que aguarda cada pessoa, a morte, apresentado-a como o
momento do abraço com o Senhor.
Gabriella Ceraso – Cidade do Vaticano
Na última semana do ano litúrgico, a Igreja convida-nos a refletir
sobre o fim do mundo, o fim de cada um de nós, e o faz também o
Evangelho desta sexta-feira, em que Lucas repete as palavras de Jesus:
"O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão".
A vulnerabilidade humana
Na sua homilia, o Papa reiterou que "tudo acabará”, mas “Ele ficará”,
e estas palavras o inspiraram para convidar cada um a refletir sobre o
momento do fim, isto é, da morte. Nenhum de nós sabe exatamente quando
acontecerá, ou melhor, com frequência temos a tendência para adiar o
pensamento, acreditando-nos eternos, mas não é assim:
Todos nós temos esta fraqueza de vida, esta vulnerabilidade. Ontem
eu meditava sobre isto, sobre um belo artigo que saiu agora na
(revista, ndr) ‘Civiltà cattolica’, que dizia que o que une todos nós é a
vulnerabilidade: somos leva-nos à morte.
Por isso vamos ao médico para ver como vai a minha vulnerabilidade
física, outros vão para curar alguma vulnerabilidade psíquica no
psicólogo.
A ilusão de sermos eternos e a esperança no Senhor
A vulnerabilidade, portanto, une-nos e nenhuma ilusão nos abriga. Na
minha terra, recordou o Papa, havia a moda de pagar antecipadamente o
funeral com a ilusão de economizar dinheiro para a família. Quando veio à
luz o golpe aplicado por essas empresas fúnebres, a moda passou.
"Quantas vezes a ilusão nos engana", comentou o Pontífice, como a ilusão
de “sermos eternos". A certeza da morte, ao invés, está escrita na
Bíblia e no Evangelho, mas o Senhor nos apresenta como um "encontro com
Ele" e está acompanhada pela palavra "esperança":
O Senhor nos fala para estarmos preparados para o encontro, mas a
morte é um encontro: é Ele quem nos vem encontrar, é Ele quem vem pegar-nos pela mão e levar-nos até Ele. Eu não gostaria que esta simples
pregação fosse um aviso fúnebre! É simplesmente Evangelho, é
simplesmente vida, é simplesmente dizer um ao outro: somos todos
vulneráveis e todos temos uma porta à qual o Senhor um dia baterá.
É necessário, portanto, preparar-mo-nos bem para o momento em que a
campainha tocará, o momento em que o Senhor baterá à nossa porta:
rezemos um pelo outro - é o convite do Papa também aos fiéis presentes
na Missa - para estar-mos prontos, para abrir-mos a porta com confiança ao
Senhor que vem:
Todas as coisas que juntamos, que poupamos, licitamente boas, mas
não levaremos nada ... Mas, sim, levaremos o abraço do Senhor. Pensar na
própria morte: eu vou morrer, quando? Não está determinado no
calendário, mas o Senhor sabe. E rezar ao Senhor: "Senhor, prepara meu
coração para morrer bem, para morrer em paz, para morrer com esperança".
É esta a palavra que deve sempre acompanhar a nossa vida, a esperança
de viver com o Senhor aqui e depois viver com o Senhor do outro lado.
Rezemos uns pelos outros sobre isto.
VN
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