“Oxalá a oração, a procura da promoção de acordos, a insistência no diálogo sejam as ‘armas’
para construir um mundo de justiça e solidariedade". Palavras do Papa
Francisco sobre as armas nucleares neste domingo (24) em Nagasaki. No
final do encontro convidou todos a rezar a oração de São Francisco de
Assis pela paz
Jane Nogara – Cidade do Vaticano
Ao visitar a cidade de Nagasaki, o Papa Francisco foi ao Monumento situado no Parque Atomic Bomb Hypocenter.
Na ocasião foi recebido pelas autoridades locais e depôs uma coroa de
flores. Depois de um momento de oração, o Santo Padre proferiu uma
mensagem sobre as armas nucleares.
O Santo Padre iniciou recordando que:
E continuou: “A cruz bombardeada e a estátua da Nossa Senhora,
recentemente descobertas na Catedral de Nagasaki, lembram-nos mais uma
vez o horror indescritível que sofreram na própria carne as vítimas e
as suas famílias”.
Paz e estabilidade
Comentando um dos anseios mais profundos do coração humano que é a
paz e a estabilidade adverte: “A posse de armas nucleares e outras armas
de destruição de massa não é a melhor resposta a este desejo; antes,
parecem pô-lo continuamente à prova”. E que esta paz e estabilidade
internacionais são “incompatíveis com qualquer tentativa de as construir
sobre o medo de mútua destruição ou sobre uma ameaça de aniquilação
total”. E como é possível? Francisco explica: “São possíveis só a partir
duma ética global de solidariedade e cooperação ao serviço dum futuro
modelado pela interdependência e a corresponsabilidade na família humana
inteira de hoje e de amanhã”.
Mundo em paz e livre de armas nucleares
Depois de recordar os sofrimentos e a experiência passada pelo povo
de Nagasaki, o Papa explica que um mundo de paz e livre de armas nucleares
“requer a participação de todos: as pessoas, as religiões, a sociedade
civil, os Estados que possuem armas nucleares e os que não as possuem,
os setores militares e privados, e as organizações internacionais”.
Confirmando que a nossa resposta deve ser coletiva e concertada.
Seguidamente adverte os perigos atuais: “É necessário romper a
dinâmica de desconfiança que prevalece atualmente e que faz correr o
risco de se chegar ao desmantelamento da arquitetura internacional de
controle dos armamentos”. Esclarecendo sobre o perigo da “erosão do
multilateralismo” agravada pelo “desenvolvimento das novas tecnologias
das armas” criando uma situação que requer uma atenção urgente por parte
dos líderes.
Francisco recordou também que os bispos japoneses “lançaram um apelo à
abolição das armas nucleares e anualmente, em agosto, a Igreja japonesa
realiza dez dias de oração pela paz”.
Desenvolvimento Humano Integral
Neste ponto ligou o tema da corrida aos armamentos nucleares com o
meio ambiente esclarecendo aos líderes políticos: “É preciso ter em
consideração o impacto catastrófico do seu uso, sob o ponto de vista
humanitário e ambiental, renunciando ao aumento de um clima de medo,
desconfiança e hostilidade, promovido pelas doutrinas nucleares”. Também
é preciso pensar na implementação, complexa e difícil, “da Agenda 2030
para o Desenvolvimento Sustentável e, deste modo, alcançar objetivos
como o desenvolvimento humano integral”.
São Francisco de Assis
Concluiu seu pronunciamento pedindo a todos, mesmo os não católicos, para fazerem a oração pela paz de São Francisco de Assis:
Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde há ódio, que eu leve o amor;
Onde há ofensa, que eu leve o perdão;
Onde há dúvida, que eu leve a fé;
Onde há desespero, que eu leve a esperança;
Onde há trevas, que eu leve a luz;
Onde há tristeza, que eu leve a alegria.
Onde há ódio, que eu leve o amor;
Onde há ofensa, que eu leve o perdão;
Onde há dúvida, que eu leve a fé;
Onde há desespero, que eu leve a esperança;
Onde há trevas, que eu leve a luz;
Onde há tristeza, que eu leve a alegria.
VN
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