Na tarde deste sábado
(09/11), o Papa Francisco foi até à Basílica Lateranense para a
celebração da missa. Antes da cerimónia, o Pontífice encontrou uma
delegação do "Movimento ATD Quarto Mondo", para rezar a oração dos fiéis
junto à lápide em homenagem das vítimas da miséria, que se encontra no
adro da Basílica.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
No dia em que a Igreja celebra a Dedicação da Basílica de São João de
Latrão, o Papa Francisco reuniu-se com a sua Diocese, a Diocese de
Roma, para presidir à Santa Missa.
A Basílica Lateranense é considerada a Igreja-mãe de todas as igrejas
de Roma e do mundo, portanto esta festa celebra a unidade com a Sé
romana.
Com efeito, na sua homilia, o Pontífice dirigiu-se a toda a
comunidade diocesana de Roma oferecendo três estímulos para meditação e
oração.
Em movimento
À comunidade como um todo, Francisco pediu que seja como um rio e os
seus afluentes: sempre em movimento, pronto “a escutar com o coração os
seus pobres que clamam por Ele”.
Aos presbíteros, o Papa recordou o coração deste ministério: ajudar a
comunidade a estar sempre aos pés do Senhor para ouvir a Sua palavra,
mantê-la distante de toda mundanidade, das más escolhas, de quem
gostaria de desviá-la do caminho do Evangelho.
De facto, advertiu o Pontífice, qualquer outra ideia ou realidade que
não seja o Evangelho fará ruir todo o edifício espiritual da Igreja.
Francisco manifestou a sua admiração pelos presbíteros da diocese,
que aprendeu a conhecer de perto desde que se tornou Bispo de Roma. O
Papa aprecia o modo como conhecem os bairros da cidade e a generosidade
com a qual se dedicam aos pobres, deixando de lado os protagonismos
pessoais.
Ninguém está condenado a estar separado de Deus
Por fim, o Santo Padre dirigiu-se às equipes pastorais, dedicando-lhes o Evangelho do dia, em que Jesus expulsa os mercantes do Templo.
Esta purificação do santuário era necessária, explicou o Papa, para
que Israel descobrisse a sua vocação de ser luz para todas as pessoas. E
quando pedem um sinal, Jesus afirma que reconstruirá o Templo em três
dias.
“A vós é confiada a tarefa de ajudar as vossas comunidades e os
agentes pastorais a alcançarem todos os habitantes da cidade,
identificando vias novas para encontrar quem está distante da fé e da
Igreja.”
Mas ao fazerem este serviço, recomendou Francisco, não se esqueçam
disto: “não existe coração humano em que Cristo não queira e não possa
renascer”.
"Nas nossas existências de pecadores, com frequência acontece afastar-mos do Senhor e apagar o Espírito. Destruímos o templo de Deus que
existe em cada um de nós.”
E mesmo assim, prosseguiu o Papa, isto jamais é uma situação
definitiva, pois são suficientes três dias ao Senhor para reconstruir o
templo dentro de nós.
De maneira muitas vezes misteriosa, mas real, o Senhor abre nos corações novas brechas, desejos de verdade, de bem e de beleza.
Diante das dificuldades e hostilidades, jamais se deixar bloquear e
abrir à "ação imprevisível da graça", concluiu o Papa Francisco.
VN
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