Cardeal Angelo Becciu na Sé Catedral de Braga
O Prefeito da
Congregação para as Causas dos Santos presidiu na Sé Catedral de Braga à
Missa de Ação de Graças pela canonização equipolente de D. Frei
Bartolomeu dos Mártires.
Domingos Pinto – Lisboa
“A expansão do seu culto para além dos confins da Arquidiocese de
Braga e a relevancia eclesial da sua santidade e da incidência do seu
ensinamento sobre a prática cristã e sobre a evangelização levaram o
Santo Padre Francisco a incluí-lo definitivamente no elenco dos santos”.
Palavras do cardeal Angelo Becciu, Prefeito da Congregação para as
Causas dos Santos, neste domingo, 10 de novembro, na Sé Catedral de Braga
na Missa de Ação de Graças pela canonização equipolente de Frei
Bartolomeu dos Mártires.
Uma eucaristia onde foi lido o decreto de canonização do novo santo
português e foi concelebrada pelo Presidente da Conferência Episcopal
Portuguesa, D. Manuel Clemente, o arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga,
entre outros bispos portugueses e o Superior da Ordem dos Pregadores
(dominicanos).
Na sua homilia, o cardeal Angelo Becciu sublinhou os “motivos de
conveniência pastoral para esta canonização” do santo português, como a
“profundidade da sua cultura teológica e do seu ensinamento como doutor e
exemplar mestre da Ordem dos pregadores”.
O prelado italiano destacou ainda o “forte empenho pela reforma da
Igreja e a renovação da vida cristã” de D. Frei Bartolomeu dos Mártires,
que foi também “um dos mais férvidos e conceituados padres do Concílio
de Trento, o mais importante acontecimento eclesial quinhentista”.
“Compreendemos a grande atualidade da sua mensagem, especialmente no
âmbito doutrinal e pastoral, como homem de oração, grande evangelizador e
bispo totalmente dedicado às pessoas a ele confiadas”, afirmou o
cardeal Angelo Becciu que realçou a “incansável renovação da diocese” do
novo santo que visitava as 1300 paróquias em cada três anos.
Já na saudação inicial desta eucaristia, o arcebispo de Braga
sublinhou “a gratidão total de toda a igreja a Sua Santidade o Papa
Francisco por esta grande alegria da canonização”.
“Não é uma pessoa do passado. Pode deixar nas nossas vidas e nas
comunidades uma semente de renovação para que a igreja mostre a sua
vitalidade”, disse D. Jorge Ortiga.
Presente nesta celebração esteve também o Presidente da República, entre outras personalidades civis, militares e académicas.
Aos jornalistas, no final da eucaristia, Marcelo Rebelo de Sousa
destacou neste contexto que o “Papa Francisco reconhece no novo santo
exatamente a sua mensagem: partir para as periferias, para os que mais
sofrem e marginalizados”.
Frei Bartolomeu dos Mártires nasceu em Lisboa a 3 de maio de 1514 e
foi arcebispo de Braga numa altura em que a arquidiocese incluía os
territórios das dioceses de Braga, Bragança, Vila Real e Viana do
Castelo.
O novo santo português foi declarado venerável a 23 de março de 1845,
pelo Papa Gregório XVI, e beatificado a 4 de novembro de 2001, pelo
Papa João Paulo II.
A canonização foi anunciada pela Santa Sé a 6 de julho deste ano num
texto que refere que o Papa Francisco “aprovou os votos favoráveis” dos
membros da Congregação para as Causas dos Santos e estendeu o culto
litúrgico em honra ao arcebispo português a toda a Igreja,
“inscrevendo-o no livro dos santos” por “canonização equipolente”, ou
seja, com dispensa do milagre exigido após a beatificação.
VN
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