“Nunca mais a
guerra, nunca mais o fragor das armas, nunca mais tanto sofrimento!” São
as palavras conclusivas do Papa Francisco no Encontro pela Paz,
realizado em Hiroshima, no Memorial da Paz, neste domingo (24)
Jane Nogara - Cidade do Vaticano
Depois de Nagasaki, o Papa Francisco foi até Hiroshima, a outra
cidade japonesa devastada pela bomba atómica em 1945 para o Encontro
pela Paz. O Encontro realizou-se no Memorial da Paz, e foi o último
compromisso deste domingo 24 de novembro.
No seu discurso, depois de recordar o trágico instante em que tudo
“foi devorado por um buraco negro de destruição e morte”, o Papa disse:
Seguidamente explica a sua presença:
“Senti o dever de vir a este lugar como peregrino de paz, para me
deter em oração, recordando as vítimas inocentes de tanta violência e
trazendo no coração também as súplicas e anseios dos homens e mulheres
do nosso tempo, especialmente dos jovens, que desejam a paz, trabalham
pela paz, sacrificam-se pela paz”.
Francisco declarou que “humildemente, [quereria] ser a voz daqueles
cuja voz não é escutada” pois crescem as tensões e as injustiças que
ameaçam a convivência e o cuidado da casa comum para garantir um futuro
de paz.
Energia atómica para fins de guerra é imoral
“Desejo reiterar – afirma - com convicção, que o uso da energia
atómica para fins de guerra é, hoje mais do que nunca, um crime não só
contra o homem e a sua dignidade, mas também contra toda a possibilidade
de futuro na nossa casa comum”. E afirma também: “O uso da energia
atómica para fins de guerra é imoral, assim como é imoral a posse de
armas nucleares, como eu já disse há dois anos. Seremos julgados por
isso”.
Predecessores
Depois recordou algumas palavras dos seus predecessores sobre este tema, como o Papa São João XXIII
que exortou “Estou convencido de que a paz não passa de um ‘som de
palavras’, se não for fundamentada na verdade, construída segundo a
justiça, animada e consumada no amor, e realizada na
liberdade”. Assim como São Paulo VI: “Não se pode amar com armas ofensivas nas mãos”.
O Santo Padre pondera: “Quando nos rendemos à lógica das armas e
nos afastamos da prática do diálogo, esquecem-mo-nos tragicamente de que as
armas, antes mesmo de causar vítimas e ruínas, têm a capacidade de
provocar pesadelos”.
Caminho de paz
Então Francisco observa aos presentes que:
Memória
Mas para isto, “não podemos permitir que as atuais e as novas
gerações percam a memória do que aconteceu, memória que é garantia e
estímulo para construir um futuro mais justo e fraterno”. Temos que
manter a memória viva, que ajude a dizer de geração em geração: nunca
mais!”
Por fim o Papa exorta todos “Por isto mesmo, somos chamados a
caminhar unidos, com um olhar de compreensão e perdão” e acrescenta:
“sempre possível, se formos capazes de nos proteger e
reconhe-mo-nos como irmãos num destino comum”.
E acrescenta: “Que sejam suplantados os interesses exclusivos de
certos grupos, a fim de se atingir a grandeza daqueles que lutam
corresponsavelmente para garantir um futuro comum”.
Concluiu p seu discurso evocando: "ENuma única súplica, aberta a Deus e
a todos os homens e mulheres de boa vontade, em nome de todas as
vítimas dos bombardeamentos, das experiências atómicas e de todos os
conflitos, elevemos juntos um grito:
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