Francisco recebeu
neste sábado (30), 400 participantes de um curso de formação para a
tutela do matrimónio e o cuidado pastoral dos casais feridos, organizado
pelo Tribunal Apostólico da Rota Romana. Ao falar que a Igreja é uma
"comunidade de famílias", abordou a importância da preparação do matrimónio ainda quando noivos e como discípulos missionários,
testemunhas do Evangelho na vida familiar, social e no trabalho.
Andressa Collet - Cidade do Vaticano
Na primeira audiência deste sábado (3), o Papa Francisco recebeu na
Sala Clementina, no Vaticano, 400 participantes de um curso de formação
para a tutela do matrimónio e o cuidado pastoral dos casais feridos,
organizado pelo Tribunal Apostólico da Rota Romana. As aulas foram
realizadas em Roma durante cinco dias e reuniram párocos, diáconos
permanentes, casais e agentes da Pastoral da Família.
No discurso, o Pontífice lembrou que o encontro no Vaticano marcou o
término do curso de formação, com “conteúdos teológicos e processos
canónicos importantes para os casais e para a vida da Igreja de hoje”, para além
de direcionar para temáticas “cruciais”. Sobretudo, o cuidado pastoral
dos casais feridos, disse o Papa, que não pode ser tratado com uma
abordagem “burocrática, quase mecânica”, é preciso entrar na vida das
pessoas, “que sofrem e que têm sede de serenidade”.
A Igreja precisa de procurar sempre a verdade do amor dos casais
Francisco então descreveu as feridas do matrimónio vividas
atualmente, que podem inclusive sangrar muito, e provêm de várias causas
psicológicas, físicas, ambientais e culturais, para além de serem provocadas
“pelo fechamento do coração humano ao amor”. A Igreja “jamais vai
conseguir ignorá-las, virando o rosto para o outro lado”, acrescentou o
Pontífice, precisa de “procurar sempre e somente o bem das pessoas feridas e a
verdade do amor delas”.
O Papa então exortou agentes, juízes, testemunhas e partes envolvidas
de cada causa eclesiástica que enfrentam um matrimónio ferido, que
confiem, antes de tudo, no Espírito Santo: “guiados por ele, podem
escutar com critério justo”, sabendo examinar, discernir e julgar. O
matrimónio cristão, lembrou Francisco, deve ser vivido num caminho de
fé, como “colunas da Igreja doméstica”.
Deste caminho no Espírito nasce “aquele precioso e indispensável
ministério dos casais na Igreja”, tão necessário hoje nas comunidades
paroquias e diocesanas. Este ministério tem origem no Sacramento,
enalteceu o Papa, “uma conquista apostólica e missionária” que precisa
de ser nutrida pelos noivos através “da oração, com a Eucaristia e a
Reconciliação, com a bondade sincera de um com o outro, com a dedicação
aos irmãos que encontram”.
A renovação da comunidade de famílias
A Igreja, na sua estrutura paroquial, finalizou o Papa, “é concretamente uma comunidade de famílias”.
VN
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