O Papa parte para
mais um desafio: agora o Japão aguarda-o. O que ficou por aqui foi a
presença do pastor entre as suas ovelhas. Como disse uma missionária
brasileira, vivemos “um pouco do céu aqui na terra da Tailândia”.
Bianca Fraccalvieri – Bangcoc
Primeira etapa: cumprida. E plenamente cumprida. O Papa Francisco
deixou a Tailândia na manhã deste sábado depois de uma intensa
programação concentrada spenas em dois dias.
Ao todo, foram oito discursos e inúmeros momentos vividos não só
entre a comunidade católica local, mas partilhados com as
autoridades, com líderes de outras religiões, com os doentes, com os
jovens.
Simplesmente presença
Não foi uma visita de multidões oceânicas, considerando que se trata
de um país de maioria budista, mas uma visita que seguiu a tradição
católica tailandesa: ser simplesmente presença.
“É preciso que nós nos unamos mais ainda, a vida consagrada, para
cumprir o nosso papel: não estamos aqui para catequizar ninguém nem
mudar absolutamente nada. Mas ser presença na vida do outro”, essas
palavras foram pronunciadas pela Ir. Neuza Marlene Ferreira, das Filhas
da Cruz, ao final do encontro com o Papa na igreja de São Pedro,
dedicado aos sacerdotes, consagrados e seminaristas.
Esta mesma linha é partilhada pela Ir. Dora Ferreira, xaveriana,
também ela missionária em Bangcoc. “Não tens que levar sempre coisas
para dar às pessoas, mas estár lá, junto, presente na vida delas.
Como dividir o Evangelho e a própria vida? Nós, que falamos pouco o
tailandês, viemos para compartilhar a nossa vida, estar presente na vida
deles. O Papa dá este empurrão na Igreja da Tailândia, que já tem este
projeto de ser uma Igreja presente, sobretudo, na vida dos mais
vulneráveis.”
Ser cristão é encontrar o outro
A propósito, aqui mesmo em Bangcoc, Francisco reiterou que fazer
proselitismo é proibido para os católicos. Como diz com frequência,
citando o Santo de Assis, evangelize todo o tempo. Se necessário, usa
palavras.
De facto, a evangelização aqui na Tailândia, que está a completar 350
anos, passa através de pequenos gestos quotidianos, como por exemplo
acompanhar um doente, celebrar o nascimento, chorar a morte. “Ser
cristãos, afirmou o Papa aqui na capital, é encontrar o outro!”
Mas o Pontífice não deixou de dar pistas para um novo ímpeto
evangelizador. Foram significativas as palavras dirigidas sempre aos
consagrados: “Para muitos, a fé cristã é uma fé estrangeira, é a
religião dos estrangeiros. Este fatco impele-nos a procurar corajosamente
modos de proclamar a fé ‘em dialeto’”. (...) Não devemos ter medo de
inculturar cada vez mais o Evangelho ”
E assim o Papa parte para mais um desafio: agora, aguarda-lhe o Japão. O
que ficou por aqui foi a presença do pastor entre as suas ovelhas. Como
disse Ir. Neuza, vivemos “um pouco do céu aqui na terra da Tailândia”.
VN
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