“Os pobres são
preciosos aos olhos de Deus, porque não falam a linguagem do eu”.
Palavras do Papa Francisco durante a homilia na celebração da Missa
comemorativa para o 3º Dia Mundial dos Pobres neste domingo, 17 de
novembro
Jane Nogara - Cidade do Vaticano
Na manhã deste domingo (17) o Papa Francisco celebrou na Basílica de
São Pedro a Missa comemorativa para o 3º Dia Mundial dos Pobres.
Durante a homilia que tinha como tema a citação de Lucas na qual
alguém elogiava a magnificência do templo de Jerusalém, e Jesus disse
não ficará ‘pedra sobre pedra’ (Lc 21, 6), o Pontífice refletiu: “Porque profetiza que este ponto firme, nas certezas do povo de Deus, cairia?”.
Coisas penúltimas e coisas últimas
A partir deste ponto o Papa disse:”Procuremos respostas nas palavras de Jesus. Ele diz-nos que quase tudo passará: quase tudo, mas não tudo”. Segundo as palavras de Jesus “a desmoronar-se, a passar são as penúltimas coisas, não as últimas: o templo, não Deus; os reinos e as vicissitudes da humanidade, não o homem”.
O Papa explica:
Seguidamete, Francisco fala sobre os enganos que nos fazem desviar de Jesus para não ficarmos nas “penúltimas coisas”, e afirma:
Pois “atraídos pelo último alarido, deixamos de encontrar tempo para Deus e para o irmão que vive ao nosso lado”.
Perseverança e tentação do "eu"
Como fazer para evitar? “Como antídoto à pressa, Jesus propõe-nos hoje a cada um, a perseverança” e explica:
Um segundo engano que nos faz desviar de Jesus, diz o Papa “é a tentação do eu. Ora o cristão, dado que não procura o imediatamente mas o sempre, não é um discípulo do eu, mas do tu.”
Porém, observa o pontífice “E como se distingue a voz de Jesus? ‘Muitos virão em meu nome’: diz o Senhor. Mas não devemos segui-los”. Temos que encontrar os que falam a mesma linguagem de Jesus:
Recordando a todos como servir, o Papa diz:
Pobres, porteiros do Céu
“Os pobres são preciosos aos olhos de Deus, porque não falam a
linguagem do eu: não se aguentam sozinhos, com as próprias forças,
precisam de quem os tome pela mão”. Então o Papa convida “quando os
ouvimos bater à nossa porta, podemos receber o seu grito de ajuda como
uma chamada para sair do nosso eu, aceitá-los com o mesmo olhar de amor
que Deus tem por eles. Como seria bom se os pobres ocupassem no nosso
coração o lugar que têm no coração de Deus!”.
Francisco finalizou a sua homilia recordando mais uma vez “Os pobres
facilitam-nos o acesso ao Céu: é por isso que o sentido da fé do povo de
Deus os viu como os porteiros do Céu. Já desde agora, são o nosso tesouro, o tesouro da Igreja”.
VN
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