A lembrança das
etapas na Tailândia e no Japão marcou a Audiência Geral do Papa
Francisco na Praça São Pedro. “Para proteger a vida, é preciso amá-la, e
hoje a grave ameaça nos países mais desenvolvidos é a perda do sentido
de viver", alertou.
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
Recém-chegado de sua 32° viagem apostólica, o Papa Francisco recebeu
milhares de fiéis e peregrinos para a Audiência Geral esta quarta-feira
(27/11) e dedicou a sua catequese aos principais momentos vividos na
Tailândia e no Japão.
Ao agradecer às autoridades governamentais e eclesiásticas dos dois
países, o Pontífice afirmou que a visita aumentou a sua proximidade e o
seu afeto por aqueles povos: “Deus os abençoe com abundância de
prosperidade e de paz”.
Povo thai: povo do belo sorriso
Começando pela primeira etapa, Francisco recordou que a Tailândia é
um antigo Reino que se modernizou fortemente. O povo “thai” é o “povo do
belo sorriso. As pessoas ali sorriem. Encorajei o empenho pela harmonia
entre os diversos membros da nação e para que o desenvolvimento
económico possa seguir em benefício de todos e sejam sanadas as chagas da
exploração, especialmente das mulheres e dos menores.”
Sobre a religião budista, parte integrante da história e da vida do
povo tailandês, o Papa citou o encontro com o Patriarca Supremo e com os
líderes ecuménicos e inter-religiosos.
Com a comunidade católica local, o Pontífice viveu momentos de
convívio com os sacerdotes, os consagrados, os bispos, os jesuítas.
Celebrou duas missas e conheceu de perto o trabalho do Hospital São Luís
em prol dos últimos. “Ali experimentamos que na nova família formada
por Jesus Cristo existem também os rostos e as vozes do povo Thai.”
Japão: capacidade extraordinária de lutar pela vida
Depois, foi a vez do Japão, cujo lema “Proteger cada vida” acompanhou
a sua visita. O país, afirmou, “carrega impressas as chagas do
bombardeio atómico e é em todo o mundo porta-voz dos direitos
fundamentais à vida e à paz”.
Em Nagasaki e Hiroshima, o Papa rezou, encontrou sobreviventes e
familiares das vítimas. “Reiterei a firme condenação das armas nucleares
e da hipocrisia de falar de paz construindo e vendendo artilharia
bélica.”
Depois daquela tragédia, prosseguiu, o Japão demonstrou uma
extraordinária capacidade de lutar pela vida e o fez inclusive
recentemente depois do tríplice desastre de 2011: terremoto, tsunami e
acidente na central nuclear.
As primeiras vítimas do vazio de sentido, apontou Francisco, são os
jovens. Por isso, dedicou um encontro com eles em Tóquio, aos quais
encorajou a oporem-se a toda a forma de bullying, e a vencer o medo e o
fechamento abrindo-se ao amor de Deus.
“Auspiciei uma cultura de encontro e diálogo, caracterizada pela
sabedoria e amplidão do horizonte. Permanecendo fieiés aos seus valores
religiosos e morais, e abertos à mensagem evangélica, o Japão poderá ser
um país condutor por um mundo mais justo e pacífico e pela harmonia
entre homem e meio ambiente.”
Queridos irmãos e irmãs, finalizou o Papa, “confiemos à bondade e à providência de Deus os povos da Tailândia e do Japão”.
Fundação Nizami Ganjavi
Antes da Audiência Geral, o Papa Francisco recebeu os membros da
Fundação Nizami Ganjavi. Trata-se de uma organização dedicada à memória
do grande poeta do Azerbaijão do século XII, com a finalidade de
promover a paz no diálogo e no respeito mútuo.
Francisco encorajou a Fundação a prosseguir neste caminho, sobretudo
no que diz respeito ao desafio das mudanças climáticas, convencidos de
que a cultura do diálogo é a via mestra, a colaboração é a conduta mais
eficaz, e conhecimento recíproco é o método para crescer na fraternidade
entre as pessoas e os povos.
VN
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