(RV) Terça-feira,
1 de setembro: após o período de suspensão de verão, regressou a Missa
na Capela da Casa de Santa Marta presidida pelo Papa Francisco.
Na sua homilia o Santo Padre, referindo a leitura da Carta de S.
Paulo aos cristãos de Tessalónica, afirmou que a esperança do encontro
final com Cristo é reforçada entre os cristãos graças ao “consolo” mútuo
em Jesus, feito de “boas obras e boas palavras” e não de “mexericos”.
Os mexericos não dão conforto
Era uma comunidade “inquieta” aquela de Tessalónica – sublinhou o
Papa – uma comunidade antiga que se questionava e perguntava ao Apóstolo
o “como” e o “quando” da vinda de Jesus.
S. Paulo – observou o Santo Padre – afirma que o “dia do Senhor”
chegará sem avisar, tal “como um ladrão”, mas acrescentou que Jesus dá a
salvação a quem acredita n’Ele dizendo: “Consolem-se mutuamente e
ajudem-se uns aos outros”. E “é justamente a consolação” – reiterou o
Papa – “que dá esperança”:
“Este é o conselho: ‘consolem-se’. Consolem-se mutuamente. Mas eu
pergunto-me: nós falamos disso, que o Senhor virá, que nós o
encontraremos? Ou falamos de tantas coisas, também de teologias, de
coisas de Igreja, de padres, de irmãs, de monsenhores, tudo isso? E o
nosso consolo, é esta a esperança? ‘Consolem-se mutuamente’. Consolem-se
em comunidade. Nas nossas comunidades, nas nossas paróquias, fala-se
disso, que estamos à espera do Senhor que virá, ou fazem-se mexericos,
daquele, daquela, para passar um pouco o tempo e não se aborrecer
muito?”
O julgamento e o abraço
No salmo responsorial – disse ainda o Papa Francisco – “repetimos:
‘Estou certo de contemplar a bondade do Senhor na terra dos vivos”. Mas
tu, - perguntou o Papa - tens a certeza de contemplar o Senhor?”. O
exemplo a seguir é o de Job, que, apesar de suas desventuras afirmava
decidido: “Eu sei que Deus está vivo e vou vê-lo, e vou vê-lo com estes
olhos”.
“É verdade, Ele virá para julgar e quando vamos à Sistina vemos a
bonita cena do Juízo Final: é verdade. Mas pensemos também que ele virá
ver-me para que eu O veja com os meus próprios olhos, O abrace e esteja
sempre com Ele. Esta é a esperança que o Apóstolo Pedro nos diz para
explicar com a nossa vida aos outros, para dar testemunho da esperança.
Este é o verdadeiro conforto, esta é a verdadeira certeza: ‘Tenho a
certeza de contemplar a bondade do Senhor’.”
O conforto das boas palavras e das boas obras
Na conclusão da sua homilia, o Papa Francisco recordou que as
palavras de S. Paulo têm plena atualidade nos dias de hoje e exortou os
cristãos a pedirem a graça das boas obras e das boas palavras para que a
semente da esperança cresça nos corações até ao encontro final com o
Senhor:
“Peçamos ao Senhor esta graça e confortemo-nos uns aos outros com as
boas ações e as boas palavras, neste caminho” – afirmou o Papa
Francisco.
(RS)
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