(RV) O Papa Francisco
enviou uma mensagem-vídeo aos participantes do Congresso Internacional
de Teologia em Buenos Aires, que encerrou nesta quinta-feira, dia 4 de
setembro, no centenário da Faculdade de Teologia da Universidade
Católica Argentina e nos 50 anos do Concílio Vaticano II.
Na mensagem, o Pontífice recorda que o teólogo é principalmente filho
do seu povo, que “encontra as pessoas, as histórias”, conhece “a
tradição”. O teólogo é também “um fiel”, que “tem experiência de Jesus
Cristo, e descobriu que sem Ele não pode viver”. É ainda um profeta
porque, reflectindo “a tradição que recebeu da Igreja”, “mantém viva a
consciência do passado”, criando o convite ao futuro, em que Jesus vence
a auto-referencialidade e a falta de esperança.
Neste contexto, é fundamental a tradição da Igreja, definida como
“rio vivo” que remonta às origens e se projecta em direcção ao futuro,
que “irriga” terras diferentes, e “alimenta” várias áreas geográficas do
mundo.
A tarefa do teólogo – acrescenta o Papa – é “discernir”, “reflectir”
sobre o que significa ser um cristão hoje. Porque o cristão de hoje na
Argentina não é o mesmo de 100 anos atrás, e não o é do mesmo modo “na
Índia, no Canadá, em Roma”. Falando dos desafios que o seu país
enfrenta, Francisco identificou o multiculturalismo, o relativismo e a
globalização que, às vezes, “degradam” a dignidade da pessoa,
“tornando-a uma mercadoria de intercâmbio”.
Portanto, prossegue o Pontífice, o estudo da Teologia adquire um
valor de primária importância”, ressaltando que não pode existir o
conceito de mera doutrina “separada da pastoral”, citando os padres da
Igreja, como “Ireneu, Agostinho, Basílio, Ambrósio”, que foram grandes
teólogos porque eram grandes pastores.
O Papa então volta a reiterar a necessidade do encontro, com as
famílias, os pobres, os aflitos, as periferias, vias para uma “melhor
compreensão da fé”. As “perguntas do nosso povo – conclui Francisco - a
sua angústia, os seus sonhos, as suas lutas e as suas preocupações têm
um valor hermenêutico", que não se pode ignorar. (BS/BF)
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