(RV) Foi
no Independence Mall de Filadélfia, local simbólico da independência
dos Estados Unidos da América, que o Papa Francisco presidiu a um
encontro sobre liberdade religiosa neste sábado dia 26 de setembro. O
Santo Padre apelou ao diálogo entre os vários credos para a promoção dos
direitos humanos.
No seu discurso o Papa Francisco começou por salientar que foi
naquele lugar que “foram proclamadas pela primeira vez as liberdades”
nos Estados Unidos. “A Declaração de Independência afirmou que todos os
homens e todas as mulheres são criados iguais” – sublinhou o Papa – e a
nação norte-americana revelou na sua história um “esforço constante para
encarnar estes altos princípios na sua vida social e política”.
Fazer memória permite não fazer os erros do passado – referiu o Santo
Padre que afirmou a liberdade religiosa como um direito fundamental:
“Neste lugar, que é um símbolo do espírito americano, quereria
refletir convosco sobre o direito à liberdade religiosa. É um direito
fundamental que dá forma ao nosso modo de como interagimos social e
pessoalmente com os nossos vizinhos que têm crenças religiosas
diferentes das nossas. O ideal do diálogo inter-religioso onde todos os
homens e mulheres de diferentes tradições religiosas podem dialogar sem
lutar. É isso que dá a liberdade religiosa.”
A liberdade religiosa implica o direito de adorar a Deus, mas vai
para além disso, transcendendo os lugares de culto e a esfera dos
indivíduos e das famílias – declarou o Papa Francisco:
“A liberdade religiosa sem dúvida comporta o direito de adorar a
Deus, individual e comunitariamente, de acordo com a própria
consciência. Mas, por outro lado, a liberdade religiosa transcende, por
sua natureza, os lugares de culto, e a esfera dos indivíduos e das
famílias. Porque a dimensão religiosa não é uma subcultura é parte da
cultura de qualquer povo e de qualquer nação.”
As tradições religiosas servem a sociedade, vivem uma liberdade
irredutível contra as pretensões do poder absoluto, estimulando o
pensamento, engrandecendo a mente e chamando à reconciliação e ao
serviço do bem comum – afirmou o Papa no seu discurso, deixando claro
que, no mundo atual, onde existem tiranias, as diferentes religiões
devem unir-se pela paz e pela tolerância:
“Num mundo onde as diferentes formas de tirania moderna procuram
suprimir a liberdade religiosa, ou reduzi-la a uma subcultura sem
direito a voz na esfera pública, ou ainda usar a religião como pretexto
para o ódio e a brutalidade, torna-se forçoso que os seguidores das
diferentes religiões unam a sua voz para invocar a paz, a tolerância, o
respeito pela dignidade e os direitos dos outros.”
Na conclusão do seu discurso o Santo Padre, dirigindo-se aos muitos
hispânicos presentes neste encontro, disse-lhes para não se
envergonharem das suas “tradições” e para não se esquecerem das “lições”
dos antepassados.
(RS)
Sem comentários:
Enviar um comentário